Por que não tem k-pop no Rock in Rio, segundo Roberto Medina
Empresário também explicou razão pela qual as atrações de seu festival costumam se repetir: “não cabe só a mim, mas à indústria musical”
Igor Miranda (@igormirandasite)
Publicado em 13/01/2025, às 12h57Hip hop, trap, funk e até sertanejo marcaram presença em edições mais recentes do Rock in Rio — que, apesar do nome, nunca foi um festival exclusivo de rock. Porém, há um gênero popular que nunca foi contemplado: o k-pop, ramificação da música pop produzida na Coreia do Sul.
Trata-se de uma exclusão? De acordo com Roberto Medina, não. Em entrevista a Braulio Lorentz para o g1, o empresário declarou que as portas do evento, criado por ele em 1985, seguem abertas.
“Não tenho problema algum em ter uma banda de k-pop no Rock in Rio. Não houve coincidência de datas com bandas grandes como Blackpink, mas estamos abertos a essa possibilidade.”
Medina afirma que não basta o interesse do festival em trazer determinadas atrações. É preciso que os artistas e/ou seus managers também queiram vir.
“As datas ainda não casaram e precisamos da intenção da banda vir ao Brasil. Não depende só da vontade do festival. A escolha das atrações não é só minha, ela é baseada em pesquisas e no que o público deseja. Depois, para cada dia, procuramos dividir por faixa etária e por estilo musical, mas nem sempre conseguimos fazer do jeito que gostaríamos.”
Atrações repetidas no Rock in Rio
Outro ponto abordado durante a entrevista por Roberto Medina envolve a repetição de atrações no Rock in Rio em suas últimas edições. É raro, em especial, que a organização do evento traga headliners inéditos. O empresário aponta que isso é apenas um reflexo da indústria musical.
“Acho que é uma questão que não cabe só a mim, mas à indústria musical. Ela precisa criar bandas que possam preencher essa vontade da renovação, porque se você analisar shows dessa natureza e dessa magnitude, dificilmente um evento consegue renovar o lineup.”
Ainda em sua declaração, Medina destaca a diferença dos cenários de 1985 e dos dias de hoje. Ele pontua:
“Em 1985, quando o Rock in Rio começou, era muito fácil. Ninguém tinha vindo ao Brasil e assim foi durante um tempo… Hoje, você tem uma demanda muito grande em cima das mesmas bandas. Não sei qual o problema para haver menos renovação hoje. Mas tudo bem, como já disse, você sempre vai ter uma parte das pessoas que te criticam e eu não me acostumei totalmente com isso.”
Por fim, o empresário aponta uma atração do último Rock in Rio que lhe rendeu críticas quando anunciada, mas gerou enorme procura por ingressos: Travis Scott. Ele relembra:
“O Travis Scott foi uma escolha pessoal minha, porque eu estava curioso para ver, mas era muito diferente para o Rock in Rio. Aí eu entrei no Twitter e estava lá: Roberto Medina nos trending topics. Fiquei todo orgulhoso. Falei: ‘Pô, que legal’. Mas aí eu fui ver e: ‘Caraca, todo mundo falando mal de mim! Meu Deus!’ Desliguei o negócio rápido, não queria ver mais nada. Falei para minha mulher: ‘Poxa, as pessoas estão me odiando’. Mas aí lotou e foi demais.”
The Town 2025
Prevista para 2026, a próxima edição do Rock in Rio não tem data para acontecer. Já o The Town, produzido pelos mesmos criadores do festival carioca, será nos dias 6, 7, 12, 13 e 14 de setembro, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Já estão confirmados nomes como Katy Perry, Green Day, Bruce Dickinson, entre outros.
+++ LEIA MAIS: A curiosa razão que fez Rock in Rio 1985 ser o melhor, segundo Bruce Dickinson
+++ LEIA MAIS: A boa sacada que fez o Rock in Rio trazer grandes artistas em 1985
+++ Clique aqui para seguir a Rolling Stone Brasil @rollingstonebrasil no Instagram
+++ Clique aqui para seguir o jornalista Igor Miranda @igormirandasite no Instagram