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Música / PRESSÃO INTERNA

Por que o System of a Down não deve mudar integrantes, segundo Serj Tankian

Cantor chegou a recomendar no passado que seus colegas procurassem outra pessoa para sua vaga, mas ideia parece ter sido descartada

Igor Miranda (@igormirandasite)
por Igor Miranda (@igormirandasite)

Publicado em 17/11/2024, às 11h17

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Serj Tankian (Foto: Tibrina Hobson/Getty Images)
Serj Tankian (Foto: Tibrina Hobson/Getty Images)

Serj Tankian surpreendeu o público ao revelar, em sua nova autobiografia Down with the System, que chegou a sugerir a continuidade do System of a Down sem sua presença. De acordo com seu relato, a situação aconteceu na década passada.

Cansado das turnês e em conflito criativo com o guitarrista Daron Malakian, o vocalista é o principal impeditivo para a sequência da banda em plena atividade. No momento, ocorrem apenas shows esporádicos.

Alguns anos se passaram e Tankian, agora, acredita que o grupo não deve ter alteração de integrantes. Em entrevista ao Bullseye with Jesse Thorn (via Blabbermouth), o artista comentou que o System of a Down deveria ser sempre composto por ele, Malakian, o baixista Shavo Odadjian e o baterista John Dolmayan.

O problema é a sensação de que está atrapalhando. Ele disse:

Acho que o System of a Down deveria ser sempre nós quatro. Mas independentemente do que eu sentisse, porque eu era o único que estava no caminho deles. Queria dar a eles uma opção. Então, é por isso que eu fiz isso.”

O cantor destacou que seus colegas preferiram não adotar essa solução. Então, o grupo realiza turnês conforme o desejo de Serj.

Na época, eles falaram tipo: ‘não, cara, tudo bem, se alguma oportunidade surgir, nós te avisaremos, mas não vamos pressionar’.”

Todavia, nem sempre foi assim. Tankian disse que a situação anterior era de pressão interna. O vocalista explica:

Antes disso, eles ficavam falando: ‘vamos lá, temos que fazer essa turnê, vamos lá’. "Havia muita pressão para fazer turnês, para tocar e essas coisas. E eu simplesmente não queria mais essa pressão. Então eles prometeram que não fariam isso. E isso meio que mudou um pouco as coisas, pelo menos naquela época.”
Serj Tankian com o System of a Down em 2022 (Foto: Daniel Knighton/Getty Images)

Dinâmica única

Ainda de acordo com Serj Tankian, estar em uma banda é uma “dinâmica única”. Afinal, demanda um relacionamento profundo com um grupo de pessoas.

Eles são seus parceiros criativos. Eles são seus parceiros de negócios. Ninguém pode ter exatamente a mesma visão. Ninguém pode ter exatamente o mesmo processo de pensamento. E tentar negociar tudo isso onde todos estão felizes não é fácil.”

Escassez de turnês no System of a Down

O System of a Down encerrou atividades em 2006. Retornou em 2010, mas em ritmo bem diferente do passado. Antes de seu hiato, o grupo chegava a realizar mais de 130 shows por ano. Depois, não passou de 30.

Desde 2018, tais apresentações sequer acontecem em série: são apenas eventos isolados, geralmente em grandes festivais.

Na opinião de Serj Tankian, isso até fez aumentar o valor da banda. Em entrevista ao Loudwire Nights (via site Igor Miranda), ele comentou:

Olha, há bandas que fazem turnê o ano todo, lançam um disco a cada ano ou dois anos, e o impacto delas na música, muitas delas, não foi tão forte quanto o do System of a Down. Você não precisa fazer um milhão de coisas para ter um impacto na vida das pessoas ou na música em si. Basta fazer uma coisa certa.”

+++LEIA MAIS: Serj Tankian, do System of a Down, reflete sobre guerra: 'Não vivemos em um mundo justo'

Igor Miranda (@igormirandasite)

Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.