O power trio de Zakk Wylde estremeceu o Ibirapuera
O músico veio ao Brasil para apresentações no festival
Felipe Fiuza
Publicado em 24/06/2024, às 17h49Poucos festivais conseguem unir no mesmo palco tantas vertentes da música como o Best of Blues and Rock. Começando pelo Emo Core de Di Ferrero, que depois de uma turnê com o NX Zero voltou a se apresentar com seu trabalho solo. Di tem seu público fiel. Com o sol a pino às 14h, o músico trouxe sucessos do NX e músicas autorais para um festival que começava a receber a plateia numa tarde quente de outono.
Na sequência vieram os veteranos do CPM 22, com seu hardcore mais pesado, tocando para um público um pouco maior (e mais agitado). A banda trouxe sucessos do repertório e algumas músicas do novo disco, Enfrente, lançado em maio. Em entrevista exclusiva para a ', o vocalista e frontman, Badauí, comenta sobre o CPM dividir o palco com os gigantes da música mundial, e diz que o CPM sempre teve o pé no chão, e procuram não se iludir com o sucesso. “A gente tem que tocar, fazer o que a gente gosta, sempre com muito profissionalismo, respeito e amor pela profissão, assim a gente sempre vai estar nesses grandes eventos”, completa o vocalista. Confira aqui a entrevista completa.
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As apresentações internacionais começaram logo na sequência, com o carismático Eric Gales. O blues com uma pegada de soul do guitarrista estadunidense fez do lusco-fusco do fim da tarde o pano de fundo perfeito para seus solos limpos e irretocáveis. Gales comentou com exclusividade para a Rolling Stone Brasil, sua paixão pela guitarra e a curiosa influência da capoeira na sua música. “O ritmo que é tocado durante a capoeira eu toco nos meus shows, e eu espero que o público brasileiro aprecie o meu tributo a sua cultura” comenta Gales. Confira aqui a entrevista completa e Eric Gales arriscando uns passos de capoeira.
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O sempre elegante Joe Bonamassa iniciou seus trabalhos às 18h30 e ponto e confirmou ser um dos maiores guitarristas em atividade no mundo. Em pouco mais de 1h20 de show, Bonamassa presenteou uma multidão com seus hits e uma magnífica lua cheia abrilhantou ainda mais o palco do Auditório Ibirapuera, projetado por Niemeyer.
Para finalizar a apresentação, Bonamassa fez uma homenagem ao ZZ Top e Led Zeppelin num meshed up de Just Got Paid e Dazed and confused, respectivamente.
A grande atração da noite, Zakk Sabbath, subiu ao palco apenas com o essencial: duas paredes de amplificadores e a bateria. Mas de simples, a apresentação não teve nada. O power trio formado por Joey Castillo na bateria, Rob “Blasko” Nicholson no baixo e Zakk Wylde na guitarra e vocal bombardeou o público logo na primeira música com Snowblind. O show é cru e rápido, sem enrolações entre as músicas - os maiores sucessos do Black Sabbath - o que não deu um segundo de descanso para os fãs.
Zakk e Blasko não param no palco, chacoalhando suas cabeleiras enquanto a multidão cantava as músicas. Em dado momento da apresentação, a voz de Wylde fica tão parecida com a de Ozzy que confunde os mais céticos, o que faz os fãs mais novos do Black Sabbath - por mais novos quero dizer os adolescentes que estavam presentes - terem um gostinho do que é ver uma banda desse calibre ao vivo. O ponto alto do show veio com N.I.B. e para fechar: War Pigs, que fez pular até os mais cansados. Em um papo exclusivo para a Rolling Stone Brasil, Wylde declara seu amor aos fãs brasileiros e em especial às churrascarias brasileiras. Confira aqui.
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Em meio a polêmicas — o festival costumava ser de graça, esse é o segundo ano com cobrança de ingressos — o Best of Blues and Rock se consolida de vez na agenda dos grandes festivais brasileiros, e arrisco dizer que depois desse ano, poderia se chamar: Best of Blues and Rock AND Heavy Metal.