Apresentação do grupo pop é lembrada como uma das piores na história do intervalo do evento esportivo
Publicado em 13/05/2023, às 11h00 - Atualizado em 15/05/2023, às 10h24
Ao longo de sua história, o Super Bowl teve muitos shows de intervalo históricos. Alguns deles, porém, foram um pouco questionáveis e dividiram a opinião do público. Foi o caso da performance do Black Eyed Peas, em 2011.
Curiosamente, foi uma das poucas apresentações do evento esportivo a contar com guitarras em evidência nos últimos anos. No caso do grupo então formado por Fergie, Will.i.am, Taboo e Apl.de.ap, o instrumento apareceu em destaque durante uma versão da música “Sweet Child O’Mine”, do Guns N’ Roses, com participação de ninguém menos que Slash.
Antes, o grupo já havia performado os hits “I Gotta Feeling” e “Boom Boom Pow”. O guitarrista da cartola, então, surgiu com sua Gibson Les Paul indissociável para a versão cantada por Fergie. Durante o solo, chegou a tocar um fragmento de “Slither”, do Velvet Revolver, banda que formou alguns anos após ter deixado o Guns.
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Após isso, o Black Eyed Peas seguiu emendando vários de seus sucessos: “Pump It”, “Let’s Get It Started”, “OMG” (colaboração de Will.i.am junto a Usher, com o próprio participando), “Where Is the Love?”, “The Time (Dirty Bit)” (a famosa versão de “(I’ve Had) The Time of My Life” e uma reprise de “I Gotta Feeling”.
Relembre abaixo.
As críticas direcionadas ao Black Eyed Peas pela performance no Super Bowl não foram exatamente pela participação de Slash. Toda a apresentação foi comentada de forma um tanto negativa por internautas e até jornalistas especializados.
Em artigo publicado no início deste ano pela Rolling Stone EUA, os profissionais da redação fizeram uma lista com todos os shows da história do evento esportivo, do pior ao melhor. O Black Eyed Peas pegou justamente a posição menos favorável. Na análise, é dito pelo jornalista Rob Sheffield:
“O pior. Apenas o pior. Assistindo na hora, você sabia instantaneamente que estava testemunhando algo mágico e especial – como ver um unicórnio tossir sangue. O Black Eyed Peas tinha trajes de robôs iluminados. Legal! Meio que legal! Eles tocaram sua versão de ‘I’ve Had the Time of My Life’. Não é tão legal! Usher parecia querer se esconder. Em seguida, as palavras trágicas: ‘senhoras e senhores... o primeiro e único… Slash’. Oh Slash, pobre Slash – um dueto com Fergie em ‘Sweet Child o’ Mine’. Como isso aconteceu? Este foi o mesmo Super Bowl onde Christina Aguilera fez sua interpretação memorável do Hino Nacional, então, sim, aquele foi um dia difícil para a música. Para os fãs do Steelers também.”
Em um texto da época (via Guitar World), o repórter Vince Cestone, do Bleacher Report, definiu o grupo de “patético” ou “medíocre na melhor das hipóteses”. O SB Nation apontou que as canções “não se traduziram para um cenário ao vivo”.
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Diretamente à participação de Slash, a revista Kerrang! definiu a versão de “Sweet Child O’Mine” daquele dia como “a pior da história”. O texto diz:
“Slash entra em cena, subindo do palco em um círculo de gelo seco, usando um chapéu incrustado de joias que combina com as ombreiras de Fergie. E então começa. Soando como uma versão ruim de Axl Rose com comida na boca, a cantora do Black Eyed Peas faz a performance com toda a precisão de uma criança bêbada com uma mangueira de incêndio. É estranho, é assustador, é... simplesmente ruim.”
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.