ENTREVISTA

Rael, Criolo e Mano Brown se apresentam em SP: 'Celebração de três carreiras'

À Rolling Stone Brasil, Rael falou sobre a apresentação que acontece neste sábado, 22, e adiantou o próximo lançamento, em parceria com Ludmilla

Pedro Figueiredo (@fedropigueiredo)

Publicado em 20/02/2025, às 10h51 - Atualizado às 14h57

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Mano Brown, Criolo e Rael (Foto: Jeff Delgado)

Rael, Crioloe Mano Brown, três potências da cena do hip hop brasileiro, unem-se para uma apresentação especial que acontece neste sábado, 22, em São Paulo. Mais do que um show, o evento é uma celebração do rap nacional e de três carreiras, como classificou Rael em entrevista a Rolling Stone Brasil.

O músico ainda falou do novo disco de estúdio, que será lançado em breve. Já tivemos uma amostra do que o artista prepara com os singles "Na Pista Sem Lei", colaboração com Rincon Sapiência e FBC, e "Onda (Citação A Onda)", com Mano Brown e Dom Filó. Nesta quinta, 20, chega às plataformas o terceiro e penúltimo single antes do lançamento oficial, "Vibe," parceria com Ludmilla. Leia a entrevista completa abaixo.

Rolling Stone Brasil: Como estão os preparativos para o show “Criolo, Rael e Mano Brown”?
Rael: Esse show já estava pronto, só que ele tinha uma hora de duração, porque ele foi criado para festivais. Agora, num show próprio, a gente teve que dar uma mexida no repertório, no setlist, introduzir mais canções e fazer com que elas fizessem sentido para todos e que combinassem. Hoje, estamos aqui no segundo ensaio e a gente está gostando de tudo que está acontecendo. É uma felicidade muito grande estar ao lado de dois grandes artistas que você admira e que também tem amizade e respeito. A admiração é mútua entre nós. Não vejo a hora de chegar sábado, os preparativos estão borbulhando, as ideias fervendo, estamos naquele ritmo.

RS: De onde veio a ideia de se unir ao Brown e ao Criolo para essa apresentação?
R: O Brown já tinha um show com o Criolo, tinham se apresentado algumas vezes. Quando o Doce Maravilha fez o convite para os dois, o Brown resolveu me incluir para somar com eles no show. Me senti muito honrado porque eu comecei minha carreira cantando Racionais MC’s, com onze anos, então estar do lado do Mano Brown é uma coisa que ainda não consigo assimilar até hoje. É uma admiração muito grande que eu tenho pela pessoa, pela obra, pela postura e tudo mais. Criolo é meu amigo desde moleque, conheço ele desde os 14 anos.

Quando eu o conheci, ele já fazia rap. Nesse show, nós estamos celebrando juntos. É mais do que um espetáculo, é uma celebração de três pessoas, três carreiras que teve luta, resiliência e que vem de três quebradas diferentes. Eu sou do Jardim Iporanga, Criolo do Grajaú e o Mano Brown do Capão. Nós vivenciamos toda essa atmosfera de periferia, de favela, atravessamos desafios, sobrevivemos todo um caos existente que tem dentro das periferias, sobrevivemos a violência urbana, violência policial e o racismo. Através do rap, nós conseguimos manifestar a nossa arte, as nossas ideias e transmitir para outras pessoas. É muito massa estarmos fazendo esse show juntos que conta toda nossa história e a subjetividade de cada um, celebrando o rap nacional, essa ferramenta que nos instruiu, nos deu sucesso e força.

RS: Esse show vai passar por outras cidades?
R: Então, a princípio, esse show passaria em outras cidades. A gente já fez Rio de Janeiro com o Doce Maravilha e em Brasília. Estamos fazendo em São Paulo agora. Talvez ele possa passar por uma outra cidade, mas não se sabe. Esse talvez pode ser o último, como pode não ser. A gente não tem certeza ainda, devido à dificuldade de conciliar a agenda de cada um, mas vontade por parte dos três não falta. É um show que nós sentimos muita vontade, porque ficamos felizes de estar celebrando e fazendo junto, somando. É um novo formato também, hoje em dia tem muitos festivais ou tem show de um artista só. Esse formato é um novo modelo de espetáculo também.

RS: Você lançou dois singles, sendo “Na Pista Sem Lei” com participação do FBC e Rincon Sapiência; e “Onda” com Mano Brown e Dom Filó; que estarão no novo álbum. Essas faixas estarão no show?
R: Dessas faixas que eu já lancei, “Onda” com Mano Brown e Dom Filó, é a faixa que será cantada ao vivo pela primeira vez. Eu tô muito feliz de ter feito essa parceria com o Dom Filó e o Mano Brown, celebrando a onda de Cassiano, mostrando que essa onda tá viva e reverberando até hoje.

RS: Pretende lançar mais singles antes do álbum?
R: Sim, amanhã eu lanço outro single chamado “Vibe”, é uma faixa com influência do Amapiano, ritmo original da África do Sul que eu me atrevi a fazer aqui no Brasil, do meu jeitinho, junto com a Ludmilla. Neste single, estamos navegando em ondas diferentes, esse ritmo é uma novidade para os dois. Eu tô gostando muito dessa música, tenho uma expectativa sobre ela, eu acredito que as pessoas vão gostar, vão dançar, é uma música pra cima, faz esse convite corporal de você se movimentar, sabe?

E eu tô muito feliz de lançar “Vibe” com a Ludmilla, admiro ela como uma artista, como pessoa, meu fechamento é ela, estou feliz por ela ter topado embarcar nessa onda comigo. Espero que todos gostem!

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RS: O que pode nos adiantar deste projeto?
R: “Vibe” com a participação da Ludmilla, é o penúltimo single antes do lançamento oficial do álbum. Em março, vamos lançar mais um single e o álbum que se chama Onda. Esse é um disco que tem nove participações de artistas de diversos gêneros, é o álbum que tem mais feats na minha carreira. Eu me permiti navegar por várias ondas diferentes que eu nunca tinha me atrevido a fazer: tem pagodão baiano, forró, afrobeat, Love Song e Black Music Brasileira. Enfim, é um disco que eu tô muito animado, muito feliz com o resultado dele e não vejo a hora do lançamento. Daqui a um mês, teremos o lançamento de mais um single e do álbum Onda.