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Música / ENTREVISTA

Rappin' Hood questiona violência e porte de armas em nova canção 'Ponto 41'

Um dos maiores nomes do rap brasileiro aborda a questão do armamento em sua música mais recente

Rappin' Hood (Foto: Acervo Pessoal)
Rappin' Hood (Foto: Acervo Pessoal)

Um dos nomes mais importantes do hip hop no Brasil é o de Rappin' Hood. Com uma carreira que se confunde com a história do rap no país, o artista já gravou com nomes como Caetano Veloso e Gilberto Gil. Uma das características mais fortes de suas canções é a abordagem de questões sociais e isso acontece novamente no lançamento mais recente do artista, "Ponto 41"

A faixa foi inspirada, como conta em entrevista a Rolling Stone Brasil, em duas coisas: "O armamento do povo nos últimos quatro anos e o genocídio da juventude negra." O artista questiona a maior facilidade de conseguir armas como uma das causas para o aumento de morte de jovens negros. Um dos dados que embasou a pesquisa de Rappin', que contou com a parceria do maestro Otávio de Moraes na faixa, vem do Instituto Sou da Paz, que em uma pesquisa do ano passado, levantou que os custos da violência armada no sistema público de saúde é de R$ 41 milhões.

Happin' Hood (Foto: Acervo pessoal)

Beat Box Gun Machine

Um dos recursos encontrados para dar o clima à música partiu da mente de Otávio e contou com a execução de Yuri BeatKong. O Beat Box Gun Machine foi feito a partir do engatilhar da arma e o disparo. "O Rappin' teve a brilhante ideia de chamar o Yuri, produziu ele junto, fizemos isso a muitas mãos," comentou Otávio. Outra pessoa que contribuiu para a faixa foi o DJ Luciano.

Otávio de Moraes (Foto: Acervo pessoal)

O rapper relembra que quando iniciou sua carreira, o beatbox era uma ferramenta usada com mais frequência. "É importante usarmos isso no rap, não esquecer do beatbox. Acho importante termos oportunidade de conduzir um rap usando beatbox."

Foi uma jogada de craque do Otávio falar: 'Rappin' vamos usar beatbox aqui?' Aceitei na hora! Porque é algo que eu curto. Eu tentei até fazer quando era mais novo. - Rappin' Hood

Otávio complementa que o elemento ainda tem como um ponto forte a possibilifdade de uma nova camada de groove e de voz. 

A função social do rap

Rappin' não só considera que é importante levar uma mensagem com suas músicas, como admites que ama fazer isso. "Não sou contra fazer música para divertir, para dançar. Mas é algo que eu me sinto bem fazendo, sempre gostei de fazer músicas com mensagens."

Eu julgo como algo importante, num álbum de rap ter esse contraste: músicas que divirtam e que façam pensar. Acredito ainda nas mensagens do rap e do hip hop. - Rappin' Hood

Otávio complementa que o rapper é uma autoridade quando se trata de levar mensagens nas músicas e reforça a importância disso em "Ponto 41". Os dois não descartam também a possibilidade de expandir a parceria. "Se deixar a gente faz um álbum, hein?", diz o rapper, ao que o maestro completa: "Vambora!"