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Renaissance: A história do look utilizado por Beyoncé em capa do novo álbum

Artista Nusi Quero fala sobre o conceito do trabalho com 'artes vestíveis' feita em cristais para a capa do sétimo álbum de Beyoncé

Emanuela Lemes (sob supervisão de Eduardo do Valle) Publicado em 27/07/2022, às 17h34

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Capa de Renassaince (Foto: Reprodução / Instagram / @beyonce)
Capa de Renassaince (Foto: Reprodução / Instagram / @beyonce)

Após anos de espera, Beyoncé se prepara para uma nova fase na carreira com o lançamento de Renaissance, o primeiro disco em seis anos desde Lemonade (2016). Cercado por mistérios, o artista responsável pelo figurino da cantora na capa do álbum, Nusi Quero, revelou o processo de criação e composição da roupa.

Na capa, a artista aparece em cima de um cavalo holográfico e vestida por um traje de metal que cobre minuciosamente seu corpo, adaptando-se às curvas do corpo, como uma espécie de esqueleto humano, criando um visual futurístico.

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Ao portal Nossa Moda (UOL), o artista norte-americano comenta sobre a "arte vestível", como prefere referir-se ao próprio trabalho, e todo o processo por trás da roupagem de Beyoncé, desde a criação do conceito até o convite da cantora.

"Não sabia ao certo que seria uma imagem tão importante. Nem que estaria na capa do álbum da Beyoncé, pelo menos não no começo", relembrando ter acordado no dia da divulgação com seu celular lotado por mensagens e marcações no Instagram.

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Com 34 anos, Nusi Quero ganhou popularidade com suas peças artísticas, criadas de forma orgânica que tinham o objetivo de serem usadas como vestimentas. Celebridades como Kylie Jenner, Hunter Schafer (Euphoria) e a cantora Grimes estão entre alguns dos nomes que já mostraram admiração pelo trabalho de Nusi.

Com Beyoncé, o convite surgiu a partir da equipe da cantora: "Eles acharam meu trabalho e me perguntaram se eu poderia vesti-la. Foi simples assim", diz enquanto ri. Para a criação do look de Renaissance, o processo foi completamente diferente do habitual feito por Nusi.

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Ao invés de criar a 'arte vestível' em uma impressora 3D, as peças metálicas foram elaboradas a partir do garimpo de objetos na Fashion District, local em Los Angeles, nos Estados Unidos, onde materiais de moda são vendidos a céu aberto. Nusi conta que realizou diversas visitas ao local, para observar quais objetos iriam garantir a harmonia do visual todo.

"É um sistema. Não é uma única peça", conta sobre o look que possui cristais em sua composição e pesa menos de 500 gramas. "Passei algumas semanas brincando com os materiais e conectando os elementos, como os spikes [de metal], porque uma vez que vai ao corpo precisa ser forte e flexível. Não é uma moda tradicional, não são tecidos".

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Depois de alguns testes, encontrei um único sistema que se encaixava em todo o corpo. Levou semanas para concluir e torná-lo ainda melhor para ser vestido.

Sobre a experiência em ter seu trabalho reconhecido por uma das maiores artistas contemporâneas, Nusi não poupa elogios à voz de "Break My Soul": "É um sentimento extraordinário. Tenho muito respeito por ela como artista e por inspirar e empoderar indivíduos. Faz com que eu sinta que meu trabalho tenha significado".

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Como surgiu a 'arte vestível'?

Ainda em entrevista, Nusi detalha que a primeira "arte vestível" surgiu depois de amigos o encorajarem. Inspirado, o rapaz comprou uma impressora 3D e passou a explorar ainda mais as formas tão vislumbradas por ele, testando os primeiros projetos nos amigos. 

A maior parte do trabalho vem depois da impressão 3D. As peças podem parecer legais, interessantes, mas quando vai para o corpo de alguém, algo pode ficar desconectado. Faço muitas coisas depois, como cortes e ajustes, para que sejam mais confortáveis na hora vestir. É fascinante para aprender durante o processo. Ainda mais fascinante é como essas artes fazem as pessoas se sentirem.

Os desafios da 'arte vestível'

Contemplar a diversidade dos corpos é, sem dúvidas, uma das partes mais importantes do trabalho de Nusi, e também, o lado mais desafiador. Por isso, o artista se dedica a produzir peças em pequena escala — a fim de manter particularidade e atenção a cada uma delas, sempre buscando a harmonia em seus projetos - tanto artística quanto por mérito pessoal.

Quero que as pessoas sejam capazes de vestir o que eu faço. Coloco muita energia e pensamentos sobre como fazer uma peça que possa se encaixar em diferentes tipos de corpo. Não digo que tenho completo sucesso nisso, mas estou me tornando muito melhor.