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Rock in Rio 1985 foi melhor por ter sido um caos, segundo Bruce Dickinson

Vocalista do Iron Maiden tem opinião pouco convencional a respeito do que transformou a primeira edição do festival em um sucesso absoluto

Igor Miranda
por Igor Miranda

Publicado em 02/03/2023, às 18h00 - Atualizado em 03/03/2023, às 19h00

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Bruce Dickinson (Foto: Karl Walter / Getty Images)
Bruce Dickinson (Foto: Karl Walter / Getty Images)

São frequentes os debates a respeito de qual teria sido a melhor edição do Rock in Rio. Por uma série de razões, a realização mais elogiada foi a primeira, em 1985. Atrações como Queen, Iron Maiden, Rod Stewart, Ozzy Osbourne, Scorpions, AC/DC, Yes, George Benson e James Taylor, só para citar algumas, se apresentaram ao longo de dez dias de evento, reunindo multidões em todas as datas.

Vocalista do Iron Maiden, Bruce Dickinson concordou com essa ideia — ainda que por motivos um pouco diferentes do esperado. Em entrevista de 2019 ao jornal O Estado de S. Paulo, o cantor declarou que a atmosfera “de um pouquinho de caos” fez com que o primeiro Rock in Rio fosse melhor.

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Havia mais gente do que eu jamais vi em um só lugar em toda a minha vida. Era uma atmosfera de um pouquinho de caos, talvez não tão organizado quanto a maioria dos festivais, mas isso o tornou melhor.”

Mas por que este "pouquinho" de falta de organização deu um charme extra ao festival? Dickinson respondeu: “Porque todo mundo estava tão entusiasmado e tão maluco que as coisas estavam acontecendo. Foi um momento fantástico.”

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Um continente em um dia

Na primeira edição do Rock in Rio, todos os artistas fariam dois shows. As exceções foram Rita Lee e o próprio Iron Maiden. No caso da banda britânica de heavy metal, a agenda não permitia: eles, que estavam no auge da carreira com o sucesso do álbum Powerslave (1984) deram uma pausa de sete dias na turnê que realizavam nos Estados Unidos só para viajar ao Brasil e tocar no dia inaugural do evento, 11 de janeiro de 1985. Foi um show exclusivo em toda a América do Sul, já que eles não esticaram para nenhum outro país.

Em outra entrevista, de 2020, à revista inglesa Kerrang! (via site Igor Miranda), Bruce Dickinson apontou ter conquistado “um continente em um dia” naquela ocasião. Isso foi dito, em especial, porque o Maiden se tornou uma banda ainda mais adorada no país.

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“Conquistamos um continente inteiro da noite para o dia com aquele show. Ter o alcance e o perfil que construímos na América do Sul foi simplesmente extraordinário. A América do Norte já tínhamos percorrido. Mesma coisa a Europa Oriental — ainda tínhamos a Rússia para ir, mas isso viria mais tarde. Tínhamos ido ao Japão, Austrália e Nova Zelândia. Agora éramos uma banda global! Era um longo caminho desde Bolonha, onde aconteceu meu primeiro show com a banda! Eu senti como se o mundo tivesse encolhido. Nós meio que conquistamos todos os lugares. Mas foi um trabalho árduo. [...] O Rock in Rio foi simplesmente inacreditável.”

Iron Maiden e Rock in Rio

Com o passar dos anos, a relação do Iron Maiden com o Rock in Rio se tornou ainda mais especial. Em 2001, a banda voltou ao festival carioca para um show lendário que foi gravado e lançado como álbum e vídeo. O título do disco, liberado em 2002? Apenas Rock in Rio. Depois disso, aconteceram mais três apresentações no evento, nos anos de 2013, 2019 e 2022.

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Igor Miranda

Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.