Figurino polêmico de Roger Waters é 'claramente uma declaração em oposição ao fascismo', segundo o cantor
Após polícia de Berlim iniciar investigação de Roger Waters, cantor e um dos fundadores do Pink Floyd, por utilizar figurino com supostas alusões aos uniformes nazistas em show na cidade, o artista se pronunciou nas redes sociais, e alegou como "querem me difamar e silenciar."
"Estamos investigando as suspeitas de incitação ao ódio, porque as roupas usadas no palco podem exaltar ou justificar o regime nacional-socialista e perturbar a ordem pública. A roupa lembra a de um oficial da SS," Martin Halweg, porta-voz da polícia de Berlim, afirmou à AFP.
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Em resposta, Waters criticou a polêmica em torno do figurino. "Minha recente apresentação em Berlim atraiu ataques de má-fé daqueles que querem me caluniar e me silenciar porque discordam de minhas opiniões políticas e princípios morais," escreveu.
Os elementos de minha performance que foram questionados são claramente uma declaração em oposição ao fascismo, injustiça e fanatismo em todas as suas formas. As tentativas de retratar esses elementos como algo diferente são dissimuladas e politicamente motivadas. A representação de um demagogo fascista desequilibrado tem sido uma característica de meus shows desde 'The Wall,' do Pink Floyd, em 1980.
"Passei minha vida inteira falando contra o autoritarismo e a opressão onde quer que eu os veja.
Quando eu era criança, depois da guerra, o nome de Anne Frank era frequentemente falado em nossa casa, ela se tornou um lembrete permanente do que acontece quando o fascismo não é controlado," continuou o cantor.
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Por fim, Roger Waters falou sobre o histórico familiar e aproveitou para criticar as autoridades alemãs novamente. "Meus pais lutaram contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial, com meu pai pagando o preço final. Independentemente das consequências dos ataques contra mim, continuarei a condenar a injustiça e todos aqueles que a cometem," declarou.
— Roger Waters ✊ (@rogerwaters) May 26, 2023
Apesar da polêmica recente, o figurino não é novo. Waters o utilizou na turnê The Wall, ainda com o Pink Floyd. A intenção é abordar o enredo do álbum de mesmo nome, que faz uma dura crítica aos regimes fascistas a partir da história de Pink.
O mesmo ainda gerou discussão nas redes sociais quando os nomes de Anne Frank (conhecida por seu diário, em que registrou a violência do regime nazista enquanto era uma criança) e Shireen Abu Akleh (jornalista morta pelo exército israelense) foram exibidos no telão.
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Enquanto algumas pessoas afirmaram que o momento havia sido um"desrespeito' à memória de Anne, fãs e outros usuários das redes sociais destacaram que se tratava de uma manifestação antifascista do ex-integrante do Pink Floyd.