Rosalía revela que vive com TDAH e diz que isso ‘ajuda na criatividade’

Rosalía revelou publicamente que convive com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), admitindo que essa condição influencia diretamente seu modo de escutar música e de conceber seus projetos artísticos. Em uma entrevista ao canal Subway Takes, ela afirmou: “Eu me distraio muito com os sons do ambiente… Tenho TDAH”. A declaração chega pouco depois do lançamento de seu álbum Lux (2025), um trabalho brilhante em 18 faixas e 13 idiomas, e reacende debates sobre saúde mental, criatividade e visibilidade artística.

Segundo a cantora, esse transtorno não representa apenas um obstáculo, mas também um diferencial criativo. Ela explicou que a facilidade para se distrair com sons ambientais, muitas vezes considerada hoje como limitação, tornou-se uma porta de entrada para perceber sutilezas, texturas sonoras e atmosferas que escapam à escuta comum. Essa sensibilidade ajudou-a a esculpir um universo musical mais amplo e instigante, apesar de sua maneira particular de se concentrar.

A cantora também falou sobre sua abordagem ao tratamento ou à falta dele. Quando questionada se planeja buscar terapias ou intervenções, ela foi enfática: “Vou deixar rolar”. Confira o momento:

Rosalía comenta en Subway Takes que tiene TDAH y que los sonidos del entorno suelen distraerla con facilidad.
pic.twitter.com/BCT5UKxgDd

— Rosalia Global (@globalarosalia) November 24, 2025

Quando a distração vira instrumento criativo

Durante a conversa, Rosalía também falou sobre o processo de criação de seu último álbum: a materialização mais radical de sua forma singular de perceber o mundo.

O projeto é bem diferente e mais ambicioso que Motomami, organizado em quatro movimentos com 18 faixas, o álbum se distingue pela verticalidade espiritual: uma ascensão que transforma música em busca transcendente.

A ambição linguística de Lux beira o absurdo. Rosalía canta em 13 idiomas diferentes, com versos completos e pronúncias cuidadosas, resultado de um ano dedicado exclusivamente às letras. Não são frases decoradas, mas melodias complexas em espanhol, catalão, português, inglês, japonês, latim, alemão, italiano, hebraico, chinês, ucraniano, árabe e francês. Um gesto que funciona de maneira brilhante justamente por sua ousadia.

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