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Música / ENTREVISTA

'Se não fosse pelo blues, não haveria rock', diz Kingfish

Um dos nomes mais talentosos da edição de 2024 do Rock in Rio, Christone 'Kingfish' Ingram também realizou show no Teatro Bradesco, em SP, neste ano

Christone "Kingfish" Ingram (Foto: Isaiah Trickey/FilmMagic)
Christone "Kingfish" Ingram (Foto: Isaiah Trickey/FilmMagic)

Um dos cantores e guitarristas mais talentosos que vão se apresentar no Rock in Rio 2024, Christone "Kingfish" Ingram está com uma agenda para o Brasil neste ano. Após show solo no Teatro Bradesco na última quinta, 12, em São Paulo, o artista de 25 anos sobe ao Palco Sunset, neste sábado, 14, às 17h50 (horário de Brasília).

Durante entrevista à Rolling Stone Brasil, Kingfish comentou como tinha muitas expectativas das "energias estarem altas" no país, além de prometer, no melhor estilo retrô, trazer muito blues, funk, rock e soul para o público brasileiro. Na conversa, ele ainda comentou como já teve contato com a música de artistas brasileiros, mas não conhece o suficiente para saber os nomes.

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Em toda edição, o festival brasileiro traz grandes nomes do rock, enquanto nomes do blues não possuem o mesmo destaque. Para Christone, os dois gêneros musicais se complementam bastante, especialmente nos elementos narrativos, de contar histórias.

Se não fosse pelo blues, não haveria rock. Então você pode ouvir a base do blues no rock pela narrativa, pelo uso de solos pentatônicos no blues. Slash ainda mostra essa correlação nisso.

Além disso, o cantor explicou como representar o blues no evento "significa muito para mim," porque o "blues é meio evitado pelo mainstream, pela mídia e pelo público. Qualquer chance de aparecermos é uma vantagem para nós. Mostrou que o blues continua vivo e bem."

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"Por um lado, blues é vida, e todos nós passamos por alguma coisa, é muito identificável. É um gênero musical muito universal," continuou. "Todos nós temos problemas e dificuldades. Todos ficamos felizes e todos ficamos tristes. Então eu sinto que é por isso que todo mundo ama o blues em todo o mundo, porque é tão universal e identificável."

Kingfish (2019) e 662 (2021)

Para Christone Ingram, o primeiro disco de estúdio dele, intitulado Kingfish, foi o pontapé inicial no mundo da música, no qual as pessoas puderam ser apresentadas a ele, além de aprender "o que estava na minha cabeça em termos de composição e o que eu tinha a dizer ao mundo."

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Já o segundo álbum, intitulado 662, mostrou a elevação do artista nos dois anos entre os trabalhos: "Quero mostrar que crianças pequenas, especialmente crianças afro-americanas, não ouvem apenas [músicas do mainstream]. Gostamos muito de música de estilo retrô. Para manter esse interesse jovem, gosto de incluir uma certa quantidade de elementos, como rock e R&B."

Buddy Guy, um grande mestre na carreira de Kingfish

Ao longo da curta e bem-sucedida carreira, Kingfish pôde interagir com grandes artistas, como abrir show dos Rolling Stones. Porém, o grande mentor dele é ninguém mais ninguém menos que Buddy Guy, guitarrista, cantor e lenda do blues e rock.

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"Todos nós precisamos de um mentor para nos colocar sob essa proteção, guiar-nos e dizer o que fazer no caminho certo. O senhor Guy fez isso. Ele está cuidando de mim," celebrou. "Viu minha carreira, trouxe-me para a estrada com ele. Ele me ajudou no meu primeiro disco. Ele me deu conselhos direta e também indiretamente. Diretamente, estive no estúdio com ele e ele me contou histórias... vê-lo no palco com uma multidão nas mãos. Sim, cara, ele é ótimo."