Sessa revela ‘Pequena Vertigem de Amor’, novo álbum que chega em novembro
O paulistano Sérgio Sayeg explora a paternidade em disco que mistura soul americano com MPB clássica, expandindo sua sonoridade com pianos e beats funkeados
Daniela Swidrak (@newtango)
Sessa (nome artístico do paulistano Sérgio Sayeg) anunciou seu terceiro álbum de estúdio, Pequena Vertigem de Amor, com lançamento marcado para 7 de novembro pela gravadora norte-americana Mexican Summer. O anúncio vem acompanhado do videoclipe de “Vale a Pena”, primeiro single do disco.
O novo trabalho marca uma mudança significativa na carreira do artista. Diferente dos álbuns anteriores — Grandeza (2019), focado no desejo, e Estrela Acesa (2022), sobre relações amorosas — este disco reflete sobre a experiência de se tornar pai.
Mudanças na sonoridade e no processo criativo
Gravado no estúdio Cosmo, em São Paulo, entre abril de 2024 e março de 2025, o álbum apresenta instrumentos que não apareciam nos trabalhos anteriores de Sessa: pianos elétricos, sintetizadores, guitarras wah-wah e baterias eletrônicas. A produção mantém elementos já conhecidos como violão e percussões afro-brasileiras.
“Pela primeira vez, vi a música sair do centro da minha vida para ocupar um lugar mais secundário”, explica Sessa.
Isso reorganizou minhas prioridades e trouxe novas oportunidades artísticas. A música se misturou mais com o meu cotidiano.
O artista descreve o som como “mais noturno, aberto, torto e funkeado”, citando influências que vão de Shuggie Otis, Roy Ayers e Sly Stone aos brasileiros Erasmo Carlos, Tim Maia e Hyldon.
Primeiro single evoca clássicos da MPB
“Vale a Pena” é uma das faixas centrais do álbum. Sessa toca um piano elétrico Suette (teclado brasileiro raro, comparável ao Fender Rhodes) e canta versos como “pedras no caminho / brilhos no meu chão / dribles do destino / eu vou”. A canção lembra a sonoridade de “Sonhos e Memórias 1941-1972”, clássico de Erasmo Carlos de 1972.
O videoclipe, dirigido por Rollinos em película super 8, mostra Sessa tocando violão na natureza e no estúdio ao lado de Biel Basile (bateria) e Marcelo Cabral (baixo), os mesmos músicos que participaram da gravação.
Experiência internacional moldou as influências
Sessa começou a carreira como guitarrista da banda Garotas Suecas. Depois se mudou para Nova York, onde participou de diversas bandas da cena local antes de iniciar o projeto solo. Durante esse período, trabalhou na loja de discos Tropicália in Furs, onde teve contato direto com clássicos do soul e da psicodelia.
“Tenho uma teoria de que a música pela qual você se apaixona na adolescência ou no começo da vida adulta mancha sua alma para sempre”, comenta o artista sobre essa experiência que influencia seu trabalho até hoje.
Desde o lançamento de Grandeza, Sessa vem se apresentando em palcos internacionais importantes como o do Rockefeller Plaza (Nova York), Hollywood Palladium (Los Angeles) e Kings Place (Londres). Participou de festivais como Desert Daze (EUA), Le Guess Who? (Holanda), End Of The Road (Reino Unido) e Tremor (Portugal). Também abriu turnês para artistas como Shintaro Sakamoto, Explosions in the Sky e Altın Gün.
Álbum reflete transformações pessoais
“Essas canções são uma mistura de crônicas pessoais e meditações silenciosas sobre a vida diante de grandes mudanças”, explica Sessa sobre as nove faixas do álbum. O disco aborda a evolução pessoal e as contradições da vida adulta, temas que sempre estiveram presentes em sua obra.
Pequena Vertigem de Amor chega em um momento de consolidação internacional para Sessa, que já realizou apresentações pelos EUA, Canadá, México, Europa e Japão. O álbum será distribuído mundialmente pela Mexican Summer, gravadora conhecida por trabalhar com artistas como Ariel Pink, Weyes Blood e Connan Mockasin.