V-Man, baixista do Slipknot, destacou crescimento na banda com o disco The End, So Far e declarou que quer assistir show do Pantera
Publicado em 17/12/2022, às 17h00
Disco novo, polêmica e estreia de festival na América do Sul. É com esse cenário que o Slipknot chega ao Brasil em 2022 ao lado de outros grandes nomes do rock, como Judas Priest, Sepultura e Bring Me The Horizon. Em entrevista à Rolling Stone Brasil, o baixista Alessandro Venturella (também conhecido como V-Man) comentou expectativas para o Knotfest e destacou plateia brasileira: “É simplesmente diferente. É algo espetacular. Um lugar com pessoas incríveis e comida maravilhosa.”
Após período de pandemia e reclusão, banda deixou os trabalhos em estúdio para voltar ao que os diferencia de outros artistas do gênero: as apresentações ao vivo. V-Man ressalta, no entanto, como a incerteza dos últimos anos o fez conter as expectativas para eventos como o desse domingo, dia 18, no Anhembi (São Paulo). “Espero realmente ter certeza de que vai acontecer [risos].”
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Uma das bandas que o músico mais gostaria de ver no festival é Pantera - que retornou com nova formação para turnê em 2022. A escalação do grupo é o motivo da polêmica citada no início do texto. O vocalista Phil Anselmo foi acusado de racismo, além de fazer saudação nazista gritando “white power” (poder branco) em 2016. A presença no Knotfest foi criticada, inclusive, por outros músicos, como Jimmy London, ex-vocalista do Matanza e líder da Jimmy London & Rats. Isso não foi um problema para o Slipknot, no entanto, e Venturella lamentou que, por questões logísticas, talvez não consiga acompanhar a apresentação no Knotfest.
Sepultura é outro ponto forte do cartaz do festival para V-Man, que teve influência dos brasileiros em sua formação musical: “Quando ouvi os discos Beneath the Remains e Chaos A.D. foi como… [gesticulou indicando explosão da cabeça] ‘O que é isso?’. Tenho amigos que são mais ligados ao metal moderno e não ouviram o thrash metal old school. Alguns guitarristas de 22 anos que gostam da virtuosidade atual, mas nunca ouviram Sepultura. Eu mostrei a eles, e a reação foi a mesma que a minha: ‘O que é isso?’. O Sepultura é intocável, influenciou o mundo. Inclusive, assisti ao show deles em Londres, durante a turnê europeia. Eloy [Casagrande] na bateria é apenas… uau. Nunca vi ninguém tocar daquele jeito.”
O lançamento mais recente do grupo, The End, So Far (2022) foi bem recebido criticamente e marca a evolução de V-Man como baixista e integrante ativo do Slipknot. “Quando cheguei na banda, não sabia onde ficar. Fazia o que mandavam. No estúdio, ainda estávamos nos conhecendo, não era tanto sobre música. Esta foi a primeira vez que escrevi músicas para um disco, contribui ainda mais para The End, So Far. Foi uma grande evolução para mim,” descreveu sobre percurso com a banda que integra desde 2014. “Sou muito grato. Ainda é surreal, mas agora que tudo está definido e ouço os discos que fizemos, penso que definitivamente é uma jornada divertida.”
The End, So Far também mostra a capacidade do Slipknot inovar e cativar fãs de diferentes gerações. Com momentos de puro metal e faixas menos pesadas, disco cumpre expectativas. Segundo Alessandro, foi um processo natural: “Nunca definimos se deveríamos fazer isso ou aquilo, mas durante as demos, tentamos não pensar o tempo todo em metal, metal, metal. Foi mais melódico antes de encaixar a bateria riffs mais pesados. Não precisamos fazer tudo metal, e caso fossemos por esse caminho, não precisava ter aquele ritmo batido, o que trouxe um pouco de ar fresco.” Além disso, o disco foi desafiador nos ensaios, pois “não são musicas fáceis de tocar. Há muitas camadas, muitas coisas acontecendo,” completou.
Para apresentação no Brasil, público pode esperar um show “dos grandes, porque é no Knotfest, nosso próprio festival,” declarou o baixista, Confira horários do evento:
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