Com humor sujo e fantasia oitentista, grupo californiano chega a 2023 renovado por disco e participação no America's Got Talent; à Rolling Stone Brasil, vocalista Michael Starr fala o que esperar de show em São Paulo nesta quinta-feira (19)
Letras nostálgicas e aparições bem comportadas na TV: estaria o Steel Panther menos profano? "Sim - definitivamente há músicas que são menos vulgares, acho que é essa a palavra", diz Michael Starr. "Mas há também umas faixas sujas pra c*ralho ali [risos]."
Em vídeo à Rolling Stone Brasil, o frontman do grupo californiano parece tirado de um clipe dos anos 1980 de Scorpions ou Guns 'N Roses- os longos cabelos presos por uma bandana vermelha e uma camisa com animal print o ajudam a explicar, em parte, como o Steel Panther chegou até o alerta ano de 2023 com seu humor ácido e, por vezes, vulgar até demais: a banda vive sua fantasia glam rock na essência.
"Estamos presos nos anos 80 [aponta para a bandana]. É virtualmente impossível para mim parecer um Machine Gun Kelly. Eu pareço como alguém que está no Poison ou no Van Halen. Eu sei disso, estou ok com isso."
A viagem pelo imaginário roqueiro oitentista desembarca no Brasil esta quinta-feira (19). Ao palco da Audio, em São Paulo, Starr, Satchel (guitarra), Stix Zadinia (bateria) e Spyder (baixo) trazem, entre clássicos, as músicas do novíssimo On a Prowl(2023), "um de nossos álbuns mais épicos", garante o vocalista.
Composto durante a pandemia e gravado nas casas dos integrantes, o disco dá sinais da evolução do próprio quarteto. Enquanto o deboche mal criado não lhes abandona - que não nos deixem mentir faixas como "Magical Vagina" ou "Pornstar" -, a banda acrescenta aqui outras temáticas e sentimentos, notadamente a nostalgia que os embala desde seu início no ano 2000.
É o caso de "1987" - "uma carta de amor ao ano de 1987" -, ou "Teleporter", fortemente inspirada pelo confinamento da pandemia de covid-19 ("é basicamente sobre estar em uma situação da qual você apenas deseja sair muito rapidamente, sabe?").
À mistura do novo disco, há espaço para o que Starr considera um arranho de punk rock em "Sleeping on the Rollaway". E ainda para um deboche atualíssimo (e à la Steel Panther) à cultura das redes sociais em "On Your Instagram": "Why can't you look like you do on your Instagram / The girl that I want to screw is on your instagram" ("por que você não se parece com o que posta no Instagram? / a garota que quero f*der está em seu Instagram").
Quase simultaneamente a essa evolução despretensiosa do grupo, o Steel Panther ganhou vitrine, igualmente inesperada, graças à participação na 18ª temporada de America's Got Talent. Com ajustes moderados nas letras para as versões televisiva de faixas como "Death to All But Metal", o quarteto precisou exagerar ainda mais na performance glam.
E funcionou. Mesmo sem avançar para as finais, eles despertaram simpatia no público e também júri, arrancando elogios de Howie Mandel, Heidi Klum, Sofía Vergara e até de Simon Cowell: "sei que estamos no começo da temporada, mas esse foi meu show favorito até agora", declarou o sisudo Cowell.
A participação deu plataforma para que o Steel Panther chegasse a um público até então desconhecido para eles:
"Estávamos em um shopping no Canadá durante a turnê e então esse cara muito muito velho sai de uma porta, vira e diz: 'vocês são do America's Got Talent, não são?' E acontece bastante, com gente que nem esperamos. O programa é muito popular aqui nos Estamos Unidos."
Segundo o vocalista, os efeitos foram sentidos também na venda de álbuns e ingressos da turnê. "Às vezes perguntamos ao público quantos deles nos viram no America's Got Talent e é sempre algo como 30%. Então as turnês estão ótimas, as vendas de discos estão ótimas, as pessoas têm visto nossos vídeos e agora estamos no Brasil!"
Fora da TV, porém, no palco da Audio esta quinta, o Steel Panther promete uma versão bem pouco editada de seu show - sem filtro, se nos perguntar. De volta ao Brasil após cinco anos ("conheci tantas gatas na última visita, tem muitas meninas bonitas aí"), os roqueiros trazem as faixas mais celebradas de On The Prowl, assim como os clássicos ainda menos comportados de todos os seis álbuns da banda, como "Glory Hole", "Fat Girl" e "Community Property". "Vai ser uma boa experiência rock! Acho que as pessoas não vão se esquecer sesse show."
Cidade: São Paulo
Data: 19 de outubro de 2023 (quinta-feira)
Local: Áudio - Avenida Francisco Matarazzo, 694 - Água Branca, São Paulo - SP
Portas: 19h
STEEL PANTHER: 21h
Classificação Etária: 18 (dezoito) anos desacompanhados. Menores de 18 (dezoito) anos poderão comparecer ao evento desde que acompanhados dos pais e/ou responsáveis legais. Informação sujeita a alteração, conforme decisão judicial.
Preços
Pista Premium: R$ 400,00 (inteira) / R$ 200,00 (meia)
Pista: R$ 300,00 (inteira) / R$ 150,00 (meia)
Mezanino: R$ 350,00 (inteira) / R$ 175,00 (meia)
Camarote: R$ 500,00 (inteira) / R$ 250,00 (meia)
