A banda se apresenta nesta terça-feira, 15, no Tokio Marine Hall; em entrevista à Rolling Stone Brasil, Nicholaus Arson e Pelle Almqvist adiantaram o que fãs podem esperar do show
The Hives retorna ao Brasil menos de um ano após compor o line-up do finado Primavera Sound São Paulo e encerrar um jejum de shows no país de quase uma década. A apresentação única, que acontece nesta terça-feira, 15, também na capital paulista, não terá novidades — e isso quem afirmou foi Nicholaus Arson, em entrevista à Rolling Stone Brasil.
A conversa com Arson e Pelle Almqvist ocorreu em julho, quando a banda se preparava para a performance de abertura do Foo Fighters no estádio Hersheypark, em Hershey, na Pensilvânia. "Consigo ver o palco através da janela", contou Arson, que nem poderia imaginar a polêmica na qual Dave Grohl se meteria poucos meses depois.
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"Acho que já faz uns anos que tocamos com Foo Fighters e Weezer em quase todos os festivais da Europa", lembrou. Ele também reiterou que o The Hives não costuma tocar para multidões em estádios sozinho: "Eles [Foo Fighters] estão indo super bem aqui nos Estados Unidos, e é muito divertido para a gente sair e tocar em grandes estádios americanos".
"Só fizemos isso em festivais e coisas assim, eu acho. Mas isso é um verdadeiro estádio de beisebol e tudo mais. Tem sido incrível", continuou. Em São Paulo, o show dos suecos será no Tokio Marine Hall, local bem mais modesto que um estádio.
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"Se odiássemos, não voltaríamos", disse Arson sobre o Brasil. "Então é muito simples. Na verdade, amamos tocar em quase todos os lugares."
Sem disco novo, o guitarrista adiantou que os fãs podem esperar "o de sempre": "Não devem esperar nada menos que o melhor absoluto rock and roll que o rock pode oferecer. Devem se preparar para o melhor do melhor do melhor do melhor".
Parece que sempre tivemos fãs que gostam de ir ao show curtir. Essa é a parte legal para a gente. É a razão pela qual queremos voltar.
Arson afirmou que o grupo quer tocar "o que as pessoas querem ouvir", incluindo hits e faixas de seu álbum mais recente, The Death of Randy Fitzsimmons (2023).
Falando em Randy, Arson refletiu sobre o paradeiro do compositor: "Não tenho ideia. Não temos notícias sobre ele há anos. Esperamos que os últimos anos tenham sido bons. Tomara que ele esteja vivo, mas é difícil dizer".
"Espero que tenha sido rápida e indolor [a morte de Randy]. Bom, como eu disse, não sei se ele está vivo ou morto. Achamos que ele está morto", lamentou.
Pelle Almqvist, que chegou um pouco após o início da entrevista, adotou tom mais otimista: "Acho que estamos lidando [com a suposta morte de Randy] celebrando seu trabalho em vida, viajando o mundo e tocando suas músicas. A vida era muito importante para ele".
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"Ainda não tenho ideia [da setlist], está muito longe", disse Arson, cuja incerteza indicou que a setlist da apresentação de hoje será executada conforme os padrões brasileiros.
"Mas não mudamos muito", ponderou. "Tem muita coisa do álbum novo, é claro. Vai ser mais ou menos assim. E o resto é nossos hits e aquela coisa de sempre. Amamos tocar hits. É nossa principal arma. 'Tick Tick Boom', 'Come On!', sabe? Tudo o que causou uma boa reação em relação aos discos anteriores", afirmou.
@the.hives We present to you never seen before footage of *that* microphone incident. Context: HPA came face to face with a swinging microphone in Manchester whilst we were touring with Arctic Monkeys. The microphone arguably won here, Pelle needed stitchs after the show. #thehives#arcticmonkeystour#manchester#pellealmqvist#rock#festival#livemusic♬ original sound - thehives
Almqvist, expansivo e bem-humorado, prometeu: "Estamos em excelente forma. Acho que nunca estivemos melhor — e nossa equipe concorda. Se conseguirmos manter esse nível, será o nosso melhor show no Brasil, para nós e para o público".
Se você já nos assistiu: será melhor que aquilo. E se você nunca nos assistiu: provavelmente deveria. - Pelle Almqvist
O clima era de agitação, e o suor expelido sem controle dos rostos da plateia e dos membros do The Hives não deixava negar que o calor beirava o insuportável no fim de semana do Primavera Sound São Paulo de 2023. Pelle Almqvist angariava novos fãs em meio ao público que obedecia e repetia seus dizeres com alegria, até que uma frase do vocalista gerou dúvidas e desconforto.
@multishow Quem aí sabe cantar essa? 😝 The Hives já tá fervendo o #PrimaveraSoundSPNoMultishow! Estão ligados no meu canal e do @Globoplay acompanhando #TheHivesNoMultishow?♬ som original - multishow
"Cem por cento rock, 0% samba", disse Almqvist, fazendo com que alguns fãs se entreolhassem. Era como se dissessem uns aos outros: "Esse cara saiu da Europa para dizer que samba é ruim no nosso próprio país?"
Pelle esclareceu a gafe — adjetivo atribuído do ponto de vista de alguns frequentadores daquela edição do festival — durante a entrevista: "Acho que não [me custou fãs]. São pessoas muito sentimentais, sem senso de humor, então acho que estamos bem sem elas. Não tocamos samba! Não quer dizer que temos algo contra".
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"Estou dizendo apenas que The Hives não toca samba. Talvez Slayer seja menos samba que The Hives, mas também acredito que The Hives não é tão samba assim. Não dissemos que uma coisa é melhor que a outra. Simplesmente não é o que tocamos", reforçou.
Não me arrependo de nada que já fiz. - Pelle Almqvist
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Para evitar que os fãs sintam saudade, o The Hives criou uma franquia com diversas outras bandas autorizadas a interpretar o repertório dos suecos ao vivo.
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"Basicamente, estamos trabalhando em uma franquia em que te fornecemos todo o material. Bem, não os equipamentos, bateria, guitarras e tudo mais — você tem que providenciar isso. Mas há pôsteres, figurinos, baquetas e a coisa toda", definiu Almqvist.
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"Você pode comprar tudo isso, apenas usar roupas preto e branco e aprender as músicas. Aí você marca alguns shows e já pode chamar de The Hives — se você nos enviar um e-mail e conversar sobre isso", simplificou
Está indo muito bem, eu acho. Estou um pouco ocupado tocando com o The Hives de verdade para saber como está indo, mas acho que está indo bem. - Pelle Almqvist
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Brasileiros, confirmaram os músicos, podem se juntar ao projeto. Arson riu ao ser perguntado sobre a possibilidade de um The Hives no Brasil e brincou: "Sim, já pensamos nisso. Não é a nossa maior preocupação no momento, mas deveria ser".
Almqvist completou com um convite: "Seria ótimo [uma franquia brasileira]. Demanda audições e brasileiros que queiram fazer isso. Acho que já falamos o suficiente sobre isso, então já devem saber que está disponível. Se você conhece roqueiros brasileiros, se você tem uma guitarra, uma que você pode comprar, você pode ser o The Hives".