LORDE SUMMER

Tudo o que sabemos sobre o próximo álbum de Lorde, Virgin

A cantora disse que os fãs podem esperar músicas ‘ásperas’ e letras ‘grotescas’

BRITTANY SPANOS | ROLLING STONE EUA

Lorde
Lorde - Theo Wenner para Rolling Stone

O verão de Lorde está chegando: o quarto álbum da popstar, Virgin, será lançado em 27 de junho. Já se passaram quatro anos desde seu último álbum, Solar Power, e a produção da artista, de 28 anos, entre os discos tende a ser bem escassa. Fãs têm aguardado ansiosamente o que essa nova era trará, especialmente após o single principal, “What Was That”, dar uma prévia de um som mais expansivo e ousado do que o de seu terceiro disco.

Lorde revelou detalhes do novo álbum em sua matéria de capa da Rolling Stone EUA, sua primeira conversa aprofundada sobre o trabalho. Aqui está o que sabemos até agora sobre Virgin:

É coproduzido por Lorde e Jim-E Stack

Lorde trabalhou com Jack Antonoff em seus dois últimos álbuns, mas achou que era hora de mudar. Ela entrou em contato com Stack, que já colaborou com Bon Iver e Danielle Haim, na época em que sua turnê de Solar Power ia começar. Eles gravaram uma música em 2022, mas ela ainda não sabia bem qual seria o rumo do álbum até se reencontrarem no fim de 2023, quando sua turnê e apresentações em festivais terminaram. Eles se concentraram em Nova York durante boa parte de 2024 para compor as músicas de Virgin.

As músicas são “ásperas”

Lorde estava nervosa sobre revelar demais do álbum e receosa de como o público reagiria. Ela comentou que as letras vão fazer com que ela não pareça tão “boazinha” quanto foi condicionada a ser. “Muita gente vai achar que eu não sou mais uma boa garota, uma boa mulher. Acabou”, disse.

Vai acabar para muita gente, e para algumas pessoas, será como se eu finalmente tivesse chegado. Como se estivesse no lugar que elas sempre esperaram que eu estivesse”.

As letras são muito físicas e “grotescas”

Nos últimos quatro anos, Lorde passou por uma grande reviravolta pessoal. Um transtorno alimentar e o fim de um relacionamento a levaram ao “fundo do poço”, como ela mesma disse, mas a jornada de volta ao centro foi muito ajudada pelas sessões de terapia com MDMA que ela começou antes da turnê de Solar Power, para superar seu pavor de subir ao palco. Dois anos de sessões ajudaram Lorde a redescobrir seu corpo; conforme encontrava clareza, começou também a redefinir sua própria noção de gênero, que ela descreve como “expansiva”. Na faixa de abertura do álbum, ela canta: “Alguns dias sou mulher / Alguns dias sou homem”.

“Acho que, ao me reconectar com meu corpo, passei a compreender a natureza grotesca dele, e também sua glória, e todas essas coisas”, disse. As letras de Virgin refletem isso.

Está bem na beirada do nojento. Muitas vezes tentei mesmo atingir essa feiura ou repulsa. ‘Você provou minha calcinha’. Nunca ouvi isso numa música, sabe? E pareceu a forma certa de contar esse capítulo todo”.

O som também é feito para ser físico

Em Virgin, Lorde e Stack deram ênfase máxima aos elementos percussivos. Ela quer que a produção atinja primeiro o corpo, depois o cérebro. Isso significa que ela tentou manter a linguagem o mais simples e direta possível. “Pode parecer loucura, mas eu disse a mim mesma: ‘A gente entendeu. Você é inteligente. Não precisa esfregar isso na cara de ninguém’”, explicou. “Antes, eu realmente tentava elaborar bem as letras. Desta vez pensei: ‘Seja esperta o suficiente para deixá-las bem básicas. Fale com simplicidade e veja o que acontece’”.

A divulgação e o marketing seguem uma estética “primitiva”

Lorde e o co-diretor Terrence O’Connor filmaram o clipe de “What Was That” com um iPhone. Foi uma escolha deliberadamente crua para capturar as imagens, refletindo a natureza de Virgin. Ela disse que a cor do álbum é “transparente”, amplificando sua franqueza. A capa é um raio-x de sua pelve, mostrando o zíper da calça jeans e seu DIU. “Tem o mínimo possível entre mim e a marca”, explicou. O vídeo e outros pequenos detalhes, como a fonte usada no encarte das edições físicas, têm a intenção de remeter a um “trabalho de escola”.

Ela vê Virgin como conectado a Pure Heroine

Os fãs imediatamente perceberam toques de Melodrama em “What Was That”, mas a música antiga da Lorde que acabou explodindo foi de seu primeiro álbum. “Ribs” entrou no Hot 100 e ajudou Lorde a reconhecer conexões entre a adolescente que foi e a mulher que se tornou.

“Agora estou vendo que Virgin tem essa conexão com Pure Heroine, com esse lado jovem e corajoso de mim mesma. Estou percebendo que todos esses álbuns têm um tecido conectivo”, disse.

Ver ‘Ribs’ emergir ao lado de músicas que escrevi aos 28 anos… Mal posso esperar para ver o que mais vai emergir quando o álbum estiver todo lançado. Quais serão as conexões?”

A tracklist inclui músicas chamadas “Clearblue” e “GRWM”

No mesmo dia em que lançou “Man of the Year”, Lorde também revelou a tracklist oficial de Virgin. O álbum de 11 faixas inclui músicas chamadas “Favourite Daughter”, “Clearblue” e “GRWM”. Junto dos títulos, veio a contracapa do LP — outro raio-x, desta vez de seu tórax, mostrando suas costelas, um colar escrito “virgin” e um broche de fênix.

 
 
 
 
 
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Este texto foi originalmente publicado pela Rolling Stone EUA, por Brittany Spanos, no dia 23 de maio de 2025 e pode ser conferido aqui.

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