Indicado ao Grammy Latino 2024 pelo disco Xande Canta Caetano (2023), Xande de Pilares fará primeiro show desde o reconhecimento no Festival Mada
Um dos grandes nomes do pagode e do samba no Brasil, Xande de Pilares percebeu que a maneira como a música brasileira é vista e consumida no país mudou bastante nos últimos anos, especialmente se comparado com aquilo que ele viveu nos anos 1970 e 1980.
Essa maior valorização da cultura brasileira acontece por diversos fatores, como festivais de música inteiramente dedicados ao Brasil até artistas que celebram e regravam trabalhos dos colegas. Inclusive, Xande de Pilares foi amplamente elogiado e aclamado pelo lançamento de Xande Canta Caetano (2023), no qual fez releituras de dez grandes canções de Caetano Veloso. Tanto que foi indicado em duas categorias importantes do Grammy Latino 2024: Álbum do Ano e Melhor Álbum de Samba/Pagode.
A primeira grande celebração ao vivo do reconhecimento da Academia Latina da Gravação acontecerá no primeiro dia do Festival MADA (Música Alimento da Alma) na próxima sexta, 18, na Arena das Dunas, em Natal, Rio Grande do Norte. Com preços que variam entre R$ 130 e R$ 560, os ingressos estão disponíveis para compra no site da Ingresse.
O line-up do MADA ainda conta com nomes como Ana FrangoElétrico, Pitty, Duda Beat, BK', Ebony, Duquesa, Fresno, BaianaSystem e Djonga. No entanto, este não é o único evento de grande porte que é inteiramente dedicado a celebrar a música brasileira. Anualmente, festivais como Coala, João Rock e Nômade atraem milhares de pessoas para cantarem os hinos criados e produzidos no Brasil.
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Em entrevista à Rolling Stone Brasil e ao jornal O Povo, Xande de Pilares relembrou como, nos anos 1970 e 1980, a música importada prevalecia muito. Hoje, segundo o artista, ele começou a sentir isso na pela ao participar do Rock in Rio 2024.
"Tive um pouco de receio de participar e, quando cheguei lá, vi que realmente o mundo mudou um pouco," relembrou. "Então essa coisa de um artista homenagear o antigo, ou o antigo homenagear o mais novo, para nossa cultura e da música brasileira, é muito bom. Mas a hierarquia tem que existir para termos uma referência, entendeu? Acho importante."
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Em seguida, Xande opinou sobre o motivo disso acontecer no Brasil: "Bom, primeiro essa é uma coisa divina, que vem de cima, né? Mas a gente valorizar a nossa própria história faz a diferença. A gente cuidar com carinho, não pensar apenas em fazer sucesso. 'Vamos fazer um trabalho, sabe? Como vai ficar aquela coisa da curiosidade? Será que vai rolar você ouvir para ser ouvido?'"
"O interesse, a classe artística, principalmente da música, está muito ousada. Ela não tem medo quando você pensa no coletivo. Aquele pensamento individual é uma coisa que está remota. Prestamos atenção em tudo que acontece, curtimos o trabalho do outro e isso é muito bom para nós," continuou.
Aquela coisa do 'sertanejo não gosta de samba, funk não gosta de rap, rap não gosta de bolero, bolero não gosta de capoeira,' acabou! Hoje você escuta um álbum onde tem uma bossa e um rap, sabe? Temos tem Emicida, Criolo, Marisa [Monte], Zeca [Pagodinho], Alcione e eu estou aí transitando. Isso é muito bom porque os nossos jovens estão vendo tudo isso. E, de certa forma, eles estão sendo incentivados. E a gente vai mudando a história.
Apesar de ser um artista renomado e estabelecido, o disco Xande Canta Caetano mostrou uma nova face do cantor, que saiu da zona de conforto para realizar um dos trabalhos mais importantes e emocionantes de 2023.
Com sucesso de público, crítica e reconhecimento no Grammy Latino, Xande de Pilares garante que a dinâmica dele com o álbum e a apresentação dele ao vivo não mudou. Claro, toda vez que ele vai cantar Caetano Veloso vem com um frio na barriga, ansiedade e expectativa muito além do normal.
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"Não é meu show normal. E eu estou entrando numa atmosfera praticamente que o Xande Canta Caetano está me levando. Então tudo para mim é novo. Eu me dedico ao máximo, faço fonoaudiologia, deixo tudo arrumadinho," disse. "Eu nunca cantei no MADA, festival que conheço há bastante tempo. Nunca me imaginei nele, mas já que depositaram essa confiança em mim, preciso me dedicar ao máximo."
Rola um frio na barriga, que é normal. Mas, se não rolar, não sou eu. Espero que seja maravilhoso, como foi o último que fiz agora no Coala. Foi emocionante e espero que eu consiga me emocionar e emocionar [os outros], também.
Xande de Pilares tem noção de que, quando performa uma música de outro artista, seja ele quem for, precisa ter outro tipo de abordagem. Esse exercício até ajuda o artista, que nunca se aceitou como cantor (por incrível que pareça), a se aceitar.
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"Sempre quis ser compositor. Gosto muito mais de criar. O lado criativo é a coisa que eu gosto," explicou. "Após Xande Canta Caetano, começo a pensar diferente. Estou começando a me aceitar: 'Pô, esse espaço aqui eu conquistei, então preciso cuidar dele porque já que eu quero criar uma história dentro da música, não quero passar batido, ou ser mais um. Por que não desfrutar desse momento? Vamos aproveitar!'"
Sempre antenado, Xande de Pilares escuta música todos os dias, toda hora e a todo momento, literalmente. Segundo ele, porque tem mais música no mundo do que gente. Após escutar "Banho de Folhas," maior sucesso de Luedji Luna composto ao lado de Emillie Lapa, o cantor ficou encantado.
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Com autorização de Luedji, descrita como uma "pessoa maravilhosa," Xande e equipe começaram a ideia de regravar: "Ela achou bacana, fizemos um clipe maravilhoso e, por causa dessa música, eu até tomei vontade de soltar o cabelo, que era trançado há bastante tempo."
Estou muito feliz com a canção, porque eu me identifico muito com ela e sou um cara muito religioso. [A letra] fala da coisa positiva, de nos cuidarmos em relação a tudo que vivemos. É uma parceria muito bacana que curto muito.
Em seguida, Xande comentou como regravar trabalhos de outros artistas, especialmente daqueles que cantam gêneros musicais diferentes de samba e pagode, é um dos maiores desafios da vida dele. Porém, todo esse processo é mais fácil pela paixão pela arte.
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"Sinto a música como se fosse uma pessoa que preciso abraçar toda hora. Ou aquela coisa que você cultiva e cuida com carinho," disse. "Não posso cantar a obra do Caetano de qualquer maneira. Tem que sentir isso. Tanto que em uma das faixas que a gente emocionou todo mundo, inclusive o próprio… é tão bom você homenagear alguém em vida que você consegue ver o resultado da sua atitude em homenagear determinados artistas."
SERVIÇO
Festival MADA 2024
Datas: 18 e 19 de outubro de 2024 (sexta e sábado)
Local: Arena das Dunas - Avenida Prudente de Morais, de 4.807 a 5.813 - lado ímpar - Lagoa Nova - Natal/RN
Valores:
Individual Pista (válido somente para um dia de evento) (2º lote): A partir de R$ 130,00 (meia entrada) | A partir de R$ 260,00 (inteira)
Individual Lounge (válido somente para um dia de evento) (2º lote): A partir de R$ 170,00 (meia entrada) | A partir de R$ 340,00 (inteira)
Passaporte Pista (válido para os dois dias de evento) (2º lote): A partir de R$ 200,00 (meia entrada) | A partir de R$ 400,00 (inteira)
Passaporte Lounge (válido para os dois dias de evento) (2º lote): A partir de R$ 280,00 (meia entrada) | A partir de R$ 560,00 (inteira)
Ingressos: https://embedstore.ingresse.com/tickets/www.ingresse.com/event/76063?passkey=2024IMPRENSA