Line-up do Samsung Best of Blues & Rock 2022 também conta com Joe Perry, um dos fundadores do Aerosmith
Além de contar com o grande destaque do guitarrista Joe Perry, um dos fundadores do Aerosmith, no line-up, a edição de 2022 do Samsung Best of Blues & Rock apostou em nomes jovens e promessas do rock, entre eles Yohan Kisser, filho de Andreas Kisser, e Ian – O Cara do Metal, quem traz conteúdo informativo sobre metal para os mais de 500 mil seguidores no Instagram.
Essa é a 9ª edição do Samsung Best of Blues & Rock - com a última de maneira remota durante pandemia de coronavírus -, que também conta com Lan Lanh, quem estará presente na apresentação de Kisser. Vale lembrar como Perry terá apoio de Gary Cheron, Buck Johnson, Chris Wyse e Jason Sutter.
Samsung Best of Blues & Rock 2022, gratuito, se divide em duas datas, em duas cidades diferentes. Nesta sexta, 15, o evento acontece no Parque Farroupilha (Redenção), em Porto Alegre, enquanto vai para São Paulo, na plateia externa do Auditório Ibirapuera, no próximo domingo, 17.
As expectativas de Yohan Kisser e Ian – O Cara do Metal está nas alturas. "Eu vou ser a primeira atração, e a galera vai estar chegando depois do trabalho," afirmou Ian em entrevista à Rolling Stone Brasil. "Então, no mínimo até o final já vai estar lotando. A minha expectativa é que seja o maior show da minha vida, então nada mais que isso."
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"É muito legal participar desse line-up tão grande," continuou Yohan Kisser. "Joe Perry, um nome de respeito, que vai chamar a galera e também abrir esse espaço ali. Sensacional. Também vi umas fotos do palco de Porto Alegre e achei lindo, a estrutura será muito boa. Estou animado para tudo isso e poder fazer uma sonzera de uma hora.
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Além disso, na entrevista com a Rolling Stone Brasil, Ian e Yohan também falaram do debate do "rock estar morto ou não," o que esperar do show no Samsung Best of Blues & Rock 2022 e muito mais. Veja, abaixo, a conversa na íntegra com os jovens músicos:
Rolling Stone Brasil: Como estão as expectativas para tocar no Samsung Best of Blues & Rock?
Ian – O Cara do Metal: Estou com essas expectativas bem altas. Eu vou ser a primeira atração, e a galera vai estar chegando depois do trabalho. Não sei se vai ter tanta gente no meu show, mas é uma hora de duração. Então, até o final já deve lotar. A minha expectativa é que seja o maior show da minha vida, então nada mais que isso.
E é uma honra tocar ao lado de Yohan Kisser e Joe Perry. Eu nunca fiz um show de abertura e esse eu não sinto como um show de abertura, sabe? Porque tipo, na divulgação eles estão dando o mesmo pé de igualdade pras três atrações. Claro que o nome do John Perry é o que pesa mais. As três estão sendo muito valorizadas pelo evento e eu estou muito grato com isso.
E vai ser o primeiro show do meu projeto O Cara do Metal.
Yohan Kisser: Eu acho sensacional isso que o Ian falou, já pegando esse gancho, da gente estar com os nomes grandes ali, nós dois somos novos. Tomara que seja o maior show até agora, né? Porque senão vai sempre melhorando. Mas acho muito legal também essa iniciativa do festival como um todo colocar esses nomes novos, fazer essa pesquisa forte.
E fazer esse line-up tão grande, né? O Joe Perry, que é um nome de respeito, que vai chamar a galera e também abrir esse espaço ali. Sensacional. Também vi umas fotos do palco aí de Porto Alegre achei lindo, a estrutura vai ser muito boa. Estou animado para tudo isso e poder fazer uma sonzera de uma hora. E e ser o melhor show da minha vida até agora. Até sexta-feira.
Rolling Stone Brasil: Como surgiu a proposta para integrar o line-up do Samsung Best of Blues & Rock?
Ian: No meu caso foi o seguinte: a Vanessa, que é uma das organizadoras do evento, falou comigo e disse procurar alguém que falasse com a nova geração e tivesse a ver com o rock. Porque público da nova geração pega muitos artistas novos, mas assim, de rock, quase nenhuma.
A menos seja tipo uns antigos que daí a galera nova ainda gosta, tipo Metallica. Aí ela disse cogitava umas atrações local daqui. Cogitava umas atrações bem consagradas do rock gaúcho, mas ia ser o mesmo de sempre, sabe? Então ela falou: Ah, vamos fazer uma coisa diferente e entrou em contato comigo.
Senti muito honrado de participar e representar essa nova geração do rock brasileiro.
Yohan: Igualmente, o festival já estava atrás disso. Tive a oportunidade graças ao meu pai de tocar nas últimas edições. Há quem diga que é nepotismo (risos), mas eu toquei com ele no Kisser Clan, fizemos uma homenagem ao Deep Purple - também tinha oportunidade de cantar duas músicas.
Meu pai cantou lá e foi uma grande oportunidade conhecer os organizadores do evento, foi sensacional. Acho que ali eles ficaram de olho. Estou lançando meu trabalho solo agora, singles, e estou com esse show solo que eu acabei de apresentar no Blue Note aqui em São Paulo, com outros shows marcados pros próximos meses.
Rolling Stone Brasil: Conta um pouquinho sobre a preparação para o Samsung Best of Blues & Rock. Será um show diferente do que os fãs estão acostumados?
Yohan: Quando toquei no festival foi em uma edição no meio da pandemia, cheio de câmera em um lugar enorme. Tinham vários profissionais, mas tinha ninguém. Então, esse festival vai ser muito massa. Em Porto Alegre eu vou me apresentar no meio ali, o Ian vai ter aquecido tudo. Estou animado com isso de público, de um palco grande em lugares abertos. Não tenho tanto costume de fazer shows em lugares assim. Toquei algumas edições Rock in Rio, mas são shows mais esporádicos. Bem animado também com clima todo de parque e festival. Coisa maravilhosa.
Ian: Para mim é bem diferente. Eu nunca fiz um show que fosse tão grande, com tanta divulgação, que tivesse tanta gente importante da imprensa falando comigo. Eu gravei gravando vídeos no meu quarto na pandemia e do nada eu estou tocando ao lado de nomes muito importantes. Então estou muito feliz.
O desafio é de ser instrumental, porque a gente não fez show ainda oficialmente, mas tem uma banda parceira nossa, Rage In My Eyes, para marcar uma turnê com eles. Chegamos a fazer um show pocket só para eles e os empresários da banda. Eu estou um pouco ansioso e nervoso com essa questão de ser instrumental, que às vezes nos ensaios eu sinto que falta algo, às vezes penso que está perfeito. Para o meu show, espero que a galera se quebre, faça roda punk, pule do palco… nem sei se pode, mas espero que cantem as músicas já que não poderemos cantar.
Rolling Stone Brasil: Ontem foi dia mundial do rock. Existe muito uma discussão sobre o gênero estar morto. Qual a opinião de vocês sobre esse tema?
Ian: Tem um livro que é O Dia Em Que o Rock Morreu. Ele fala basicamente assim que o rock morreu em 1992 com a morte do Kurt Cobain. Ele dialoga sobre isso, afirma nada. Essa história de que o rock morreu já é velha, o rock morreu e renasceu mais vezes que qualquer profeta.
Uma coisa que tem me surpreendido muito é a capacidade do rock permanecer vivo, porque falo sempre com a galera mais nova e o pessoal escuta as mesmas bandas que eu escuto, às vezes umas dos anos 1980, 1990 e 2000. Um pessoal de doze anos conhecendo tudo.
Então o rock nunca morreu. Está tendo uma mídia legal, uma visibilidade e eu acho que terão novos grandes artistas em breve como foi, por exemplo, com o Måneskin, através do que eu chamo de nova rádio: o TikTok. O rock só está aprendendo a se lançar nesse novo mercado, mas está 100% vivo - e vocês vão ver isso lá no show com o meu público principal
Yohan: A gente vive em tempos que mudam muito rápido: do progressivo pro punk, do punk pro metal e o grunge, aí os anos 2000 e os altos baixos. Eu penso pra caramba isso de ter orquestras no mundo inteiro que ainda fazem repertório clássico, romântico. Beethoven é ainda um dos artistas mais escutados e reproduzidos no mundo, tem gente que passa a vida inteira só estudando. O que a gente vive é rock.
Eu acho que todo pop que a gente vive, desde Michael Jackson, tudo isso é rock. O Ozzy Osbourne está vivo, o meu pai sustentou três filhos durante os anos 2000 fazendo metal. O rock morreu po*** nenhuma. A gente fica muito preocupado com esse lance de Billboard, gravadora… coisas menores que a música, muito maior que essas listas.
Rolling Stone Brasil: Como é dividir line-up com grandes nomes do rock, como o Joe Perry, por exemplo?
Ian: Bom, para mim é uma honra, um passo na direção certa. Eu estou conseguindo cativar um público bem jovem, algo bem legal e diferente. Você vai ao show de rock e é um pessoal mais velho. Mas eu não só cativo esse público para mim, mas vender-lhes a ideia do rock e do metal. Tem gente se surpreendendo. Fiz uma cobertura de uma turnê do Angra cheio de gente jovem, deu sold out nos três shows, com gente que me conhecia e queria tirar foto comigo. Fiquei bem feliz.
Tocar num grande festival, que é onde está esse público é uma grande oportunidade para mim e para minha carreira. Eu ouvia Aerosmith quando era criança, nunca pensei que eu fosse tocar do lado do cara.
Yohan: É muito legal estar do lado dessa galera que a gente sempre venerou. A referência muda. Também gosto quando nem tem oportunidade de tocar, mas de conseguir subir no palco, ver como é o backstage de bandas grandes. É muito interessante ver o line-up do cara de guitarras, o hold, como a galera trabalha, se é profissional, esse cara é acessível ou não, se o cara se atrasa ou não. Tudo isso também é muito interessante, a gente aprende muito com isso e a oportunidade de estar ali, poder ver o show. E quem sabe, caso tenha sorte, conhecer a pessoa ali.