A carreira de 60 anos do artista rendeu diversas faixas memoráveis
Dos hinos de protesto dos anos 1960 que fizeram Bob Dylan uma estrela, passando pelas obras musicais noir dos anos 1990 e além, nenhum outro compositor contemporâneo produziu um trabalho tão vasto e profundo.
Ao mesmo tempo que as músicas do artista parecem antigas, elas também traduzem a força da modernidade.
Separamos as 10 melhores músicas de Bob Dylan. Confira:
A música pertence ao álbum Shot of Love (1981). “É uns dos grandes Salmos do David”, disse Bono sobre a música que conclui a fase cristã de Bob Dylan.
Com aspectos do misticismo e do cristianismo, a música de Dylan abandona a auto injustiça que atormentava o trabalho religioso do artista para enfim oferecer uma oração desesperada pela salvação.
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Dylan depois de algum tempo descreveu a canção como “uma música inspirante que simplesmente chegou até mim… Senti que estava finalmente liberando as palavras que vieram de outro lugar”.
“Visions of Johanna” é uma faixa do disco Blonde On Blonde (1966). A música é uma grande proeza, um avanço não apenas para o escritor, mas também para as possibilidades de composição.
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A canção traz o relato impressionista de uma noite em Nova York, rica em detalhes pictóricos e desejos eróticos. Os longos versos de Dylan trazem a descrição de uma mulher, a disponível Louise, e o desejo por Johanna, a mulher ideal mas ausente.
Johanna pode até não ser real, mas ela é um vício. A obra de arte obsessiva de Bob Dylan - ironicamente escrita depois do divórcio do artista em 1965 - representava uma paixão por si só.
A música é uma das faixas do álbum Bringing It All Back Home (1965). As letras de Dylan eram requintadas. Na época da faixa, o artista estava se encontrando como poeta.
“Mr. Tambourine Man” foi regravada pelo grupo Byrds e eles foram os melhores a traduzir a canção. Bob Dylan não imaginou a música do jeito que a banda de rock tinha. Quando o artista foi até o estúdio e escutou os integrantes tocando a nova versão, ele ficou empolgado.
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Escutar o novo formato de “Mr. Tambourine Man” provavelmente foi o que fez Dylan mudar para o rock.
A faixa é do álbum Bringing It All Back Home (1965). “Não sei como escrevi essa música,” Dylan disse em 2004 sobre “It’s Alright, Ma (I’m Only Bleeding)”. “Tente sentar e escrever algo assim. Fiz uma vez e consigo fazer outras coisas agora, mas não isso.”
A canção foi escrita no verão de 1964 em Woodstock. Ela é uma transição das letras políticas introduzidas por Dylan para um visão mais geral da “vida, e apenas a vida”. Em vez de apontar dedos para um defeito de certa cultura, a música destrói tudo o que é decrépito e assim declara que tudo é vaidade, hipocrisia e propaganda falsa.
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Ao falar sobre “It’s Alright, Ma” em 1980, Bob Dylan descreveu a dificuldade de entrar em “contato com a pessoa que você era quando escreveu as músicas… mas ainda consigo cantá-las e fico contente de saber que a escrevi”.
“I Shall Be Released" é do disco Bob Dylan’s Greatest Hits, Vol. 2, 1971. Com o conto sugestivo e simples de um prisioneiro ansioso pela liberdade, o hino do rock faz parte de um esforço consciente de Dylan em se distanciar das próprias obras dos anos 1960. O resultado foi uma das músicas mais amadas de Dylan.
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A música é do álbum John Wesley Harding (1967). Você poderia dizer que piadas e roubo são os dois pilares da obra de Dylan, já que a faixa é sobre um palhaço (que acredita estar sendo roubado) e um ladrão (que acredita que tudo é uma piada). “Watchtower” é uma das músicas mais assustadoras do artista graças à construção do arranjo.
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A leitura de Jimi Hendrixsobre a música é uma das únicas versões do trabalho de Dylan que afetaram permanentemente o jeito como o próprio artista de “Watchtower” toca a música.
A música pertence ao disco Blonde On Blonde (1966). “Just Like a Woman” é um retrato complexo da adoração e do desapontamento, escrito como vingança, mas cantado com arrependimento.
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Dylan nunca revelou a identidade da mulher que inspirou a música. Apesar disso, a canção foca mais nas próprias turbulências românticas do artista. A faixa, inclusive, é a primeira grande performance country-rock de Dylan.
“Tangled Up in Blue” é do álbum Blood On the Tracks (1975). “[Essa música] levou 10 anos para viver e dois anos para escrever,” dizia Dylan antes de tocar a música nos concertos.
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Dylan tocou a música de maneiras muito diferentes nos shows, mas raramente se desviava da encruzilhada perfeita da gravação. Nela, as verdades emocionais encontram o conforto eterno do folk norte-americano.
A música é do disco The Freewheelin’ Bob Dylan (1963) e é a maior canção de protesto do maior compositor de seu tempo: um épico de sete minutos que adverte contra um apocalipse.
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“Cada verso [da música] na verdade é o começo de uma canção inteira,” disse Dylan na época do lançamento da faixa. “Mas quando eu a escrevi, pensei que não teria tempo suficiente para escrever mais músicas, então coloquei tudo o que pude nessa.”
A letra de “A Hard Rain” não resulta em uma catástrofe, mas sim em Dylan descrevendo a tarefa como artista. O objetivo é cantar contra a escuridão sempre que a ver, ou seja, é “contar, pensar, falar e respirar isso” até que os pulmões queimem.
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“É mais do que genial,” disse Bob Weir, do Grateful Dead. “Acredito que os céus abriram e algo canalizou por ele [Dylan].”
“Like a Rolling Stone” do álbum Highway 61 Revisited (1965) leva o título de melhor música de Bob Dylan. Ela é o nascimento de um iconoclasta que dará ao rock a melhor voz e o melhor espírito vândalo. Após criticar as hipocrisias do corpo político, Bob Dylan começa agora a atacar inimigos mais familiares: a cena, a alta sociedade e as pessoas bonitas que pensam conquistarem tudo.
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Em “Like a Rolling Stone”, Dylan não fala das próprias hipocrisias - isso viria depois. No entanto, o “nós” e “eles” introduzidos na música não estão delimitados de forma clara como nos discos anteriores.
Para alguns, a década de 1960 foi a revolução. Quando o desejo de se comunicar encontra de forma igual e oposta a urgência em não se comprometer para se comunicar, é quando o rock & roll acontece. E isso é o que Dylan alcançou em “Rolling Stone”, o perfeito balanço entre as duas ideias.
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Essa música radical foi hit no rádio e o mundo mudou a partir da voz excêntrica, o espírito romântico e alguém que se importava o suficiente com um amor não correspondido para escrever uma crítica tão devastadora.
Bono escreve: “Amo ouvir uma música que transforma tudo. É por esta razão que estou em uma banda: ‘Heroes’ de David Bowie, ‘Rebellion (Lies)’ de Arcade Fire, ‘Love Will Tear Us Apart’ de Joy Division, ‘Sexual’ de Marvin Gaye, ‘Smells Like Teen Spirit’ de Nirvana e ‘Fight the Power’ de Public Enemy. No entanto, no topo dessa família disfuncional está o rei cuspindo fogo, o dono da beleza e verdade, nosso próprio Willy Shakespeare em uma camisa. É por isso que todo compositor depois dele carrega sua bagagem e por isso que esse humilde bardo irlandês levava orgulhosamente a própria bagagem. A qualquer dia”.
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