18 motivos para conhecer e amar Phoebe Waller-Bridge
Criadora e estrela de Fleabag, Phoebe Waller-Bridge é uma das personalidades mais aclamadas dos últimos anos
Malu Rodrigues
Publicado em 29/05/2020, às 07h00Phoebe Waller-Bridge é uma das autoras e atrizes mais aclamadas dos últimos anos. A londrina de 34 anos começou a carreira no teatro com monólogos viscerais e logo foi para a televisão.
Na TV, ela despontou com Crashing, mas foi com a fantástica Fleabag que Waller-Bridge se tornou uma das mulheres mais aplaudidas da indústria de entretenimento. As duas séries abriram espaço para a escritora seguir se reinventando e influenciando o mercado.
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Não é à toa que ela continuou o trabalho espetacular nas produções Killing Eve e Run. Além disso, marcou presença no cinema em grandes franquias, como Star Wars, e será responsável pelo roteiro de 007: Sem Tempo para Morrer.
Para entender mais sobre a atrista, selecionamos 18 motivos para conhecer e amar Phoebe Waller-Bridge, que revoluciona a indústria. Confira a lista:
1) Começo em peças teatrais
Apesar de ter papéis pequenos na indústria antes de 2013, foi a partir desse ano que Phoebe começou a levantar o ‘império’ que tem hoje. Na época, a jovem apresentou, no Festival Fringe de Edimburgo, Fleabag, que antes de virar uma série, era um monólogo criado para o teatro.
A performance da londrina ganhou destaque e, assim, a jovem conseguiu despontar duas séries na TV. Fleabag, na BBC (depois distribuída pela Amazon), e Crashing, no Channel 4 (disponível na Netflix).
2) A rainha das comédias dramáticas modernas
Ao sair do teatro e entrar na TV, Phoebe se tornou uma das autoras que abriram espaço para a renovação das narrativas das comédias dramáticas. Fleabag, o trabalho que colocou a dramaturga em um patamar único, revelou a tragicomédia moderna, que deu um respiro para o gênero, antes subestimado e abafado pelas sitcoms.
Fleabag acompanha a protagonista jovem que enfrenta os dilemas da vida adulta, desde o luto da melhor amiga até um romance proibido com um padre (o icônico Hot Priest). No entanto, quase na mesma época da produção da Amazon, Phoebe também criou, escreveu e protagonizou Crashing, da Channel 4.
Ambientada em um hospital abandonado, a história acompanha as jornadas embaraçosas dos personagens. No ano de lançamento, em 2016, a série passou um pouco despercebida pelo público na BBC, mas com o sucesso de Fleabag foi parar no catálogo da Netflix.
Queridinha do público e dos críticos, Phoebe consolidou tanto o protagonismo dentro do mercado de comédia dramática que parece que ninguém cria histórias como ela. Isso se afirmou com a estreia de Killing Eve.
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A produção assinada por Phoebe narra a investigação de Eve Polastri (interpretada pela incrível Sandra Oh) em busca da assassina fashionista Villanelle (a talentosa Jodie Comer). Além dessa série, também podemos ver a criatividade da dramaturga em Run, da HBO. A produção mostra as desventuras de ex-namorados que fogem da rotina depois de se contatarem depois de anos.
Com tantas histórias viciantes e intensas, Phoebe mostrou ser uma das grandes autoras dos últimos anos - e tendo excelente controle sobre a própria obra e destino dela.
3) O retrato surpreendente dos 20 anos
Um dos principais fatores que fizeram o trabalho de Phoebe se conectar tanto com o público é a forma como ela aborda de forma vulnerável e singular a faixa dos 20 anos. Em uma espécie de pós-coming-of-age, a autora traduz a idade estranha de maneira embaraçosa e reconfortante em Crashing e Fleabag.
O desafio de se identificar com a família, amigos, trabalho, namorados e o sexo é retratado de jeito visceral nas séries. Apesar de não sermos iguais aos protagonistas, percebemos atitudes dos personagens parecidas com nossas.
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Pelo histórico deles, isso nem sempre parece ser uma coisa boa, mas não deixa de ser algo. Ver as falhas de outros aos 20 e tantos anos é, ao mesmo tempo conflituoso e confortável.
4) Histórias incríveis de espionagem
Se em Crashing e Fleabag temos a narrativa dos desafios da vida adulta, Killing Eve e Run acrescentam a todo esse drama elementos de espionagem com personagens mais velhos - mas igualmente não tão maduros.
Killing Eve foi baseada nos livros de Luke Jennings. A adaptação de Phoebe cria uma narrativa viciante de gato e rato ao mostrar a perseguição de Eve contra Villanelle. As duas criam uma relação bastante obsessiva e tensa - e o espectador acompanha tudo com certa apreensão.
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De maneira menos séria, digamos assim, Run não é uma trama tão intensa como KillingEve, mas tem elementos policiais bem desenvolvidos. Sem muitos spoilers, depois de uma reviravolta, os dois protagonistas precisam fugir da polícia.
5) Narrativas curtas e intensas
Um dos grandes feitos de Waller-Bridge é saber contar uma história incrivelmente densa e profunda em poucos capítulos. Todas as séries da autora citadas não têm mais de oito capítulos em cada temporada - e algumas chegam a ter apenas seis.
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Além disso, cada episódio de Crashing, Fleabag e Run não passa de 30 minutos. A mais longa é Killing Eve, que pode ter pouco mais de 40 minutos. Com narrativas intensas, mas curtas, as produções de Phoebe são perfeitas para uma maratona.
6) Relações estranhamente confortantes
Phoebe tem o poder de escrever relacionamentos realmente estranhos e inusitados. Em Killing Eve, para começar, temos uma policial e uma serial killer em uma relação de desejo intenso e abafado. Em Fleabag, a protagonista se relaciona com um padre, enquanto a madrinha dela se casa com o pai da personagem. Em Crashing, um homem divorciado de meia-idade vira o ‘muso’ de uma artista muito mais jovem.
Essas relações no começo esquisitas vão a cada episódio ganhando mais espaço com o espectador, que simplesmente é seduzido pelas histórias ‘proibidas’. Apesar de parecem alheias no início, elas viram elementos chaves nas série e dão um reconforto para o público com os próprios relacionamentos confusos.
7) Mestre dos diálogos
Em entrevista à Vogue, Phoebe foi questionada sobre a reação dela ao escrever um roteiro. A reposta da autora foi: “Pânico, pânico e esperança”. Curiosamente, é assim que algumas pessoas se sentem quando assistem algum trabalho dela. Ao longo do enredo, somos tomados por emoções perturbadoras e embaraçosas, que no final se transformam em nostalgia.
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Cada cena escrita pela dramaturga vem como uma onda: no começo estamos no topo dela, quase alcançando o céu de tanto divertimento; e no final somos jogados ao solo com um soco com as frases potentes e cheias de gatilhos.
Phoebe sempre dá espaço para os personagens batalharem na cena, seja para fins positivos ou negativos. Todos os diálogos são ao mesmo tempo hilários e viscerais - e bem rápidos.
8) Protagonistas complexas e familiares
Um segredo, mas nem tão segredo assim para quem é fã do trabalhado da autora: as personagens dela não são criadas para agradar o público. Elas são falhas, protagonistas de momentos constrangedores e têm decisões questionáveis.
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Retratadas como mulheres modernas independentes, Phoebe não planeja criar personagens estereotipadas e irreais. Por isso, acompanhamos os traumas e prazeres das protagonistas como se elas fossem próximas da gente - e até conseguimos nos identificar em alguns momentos com elas.
9) Representatividade LGBTQ+
As séries de Phoebe também revelam uma visibilidade LGBTQ+. Em Crashing, temos os personagens Sam e Fred, que começam um romance depois de formarem uma dupla em um jogo. Os dois dividem muitas cenas juntos e o público pode acompanhar com cuidado a evolução do relacionamento do casal.
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E a própria Phoebe interpretou uma personagem LGBTQ+ em uma das criações dela. Em Run, ela é a taxidermista Laurel, que começa a se relacionar com a policial Babe Cloud. Infelizmente não pudemos ver o casal evoluir, já que a série terminou, mas foi uma surpresa ver a autora fazer a participação na produção.
10) Química inquestionável dos elencos
É impossível não notar a química do elenco de todas as séries de Phoebe - elemento importante que o diálogo inteligente de Phoebe exige. Seja em qualquer relação, os personagens estabelecem um relacionamento vivo e cheio de carisma que transborda até chegar no espectador. É extremamente divertido acompanhar a dinâmica entre eles.
11) Quebra da quarta parede
Esse elemento está presente em Fleabag. Desde a primeira cena da série, a protagonista conversa diretamente com você. É quase intimidador, mas no final ficamos ansiando para que a personagem olhe para gente, seja para rir, flertar ou ficar apreensivas juntas.
É como se fosse um pequeno universo criado entre você e a personagem em segredo, escondido. Tanto que quando outro personagem nota esse ‘sumiço’ da protagonista, a gente se diverte, enquanto se sente em perigo.
12) A memorável parede de pênis
A cena em Fleabag da parede de pênis com certeza e uma das mais lembradas da série. E sim, é realmente uma parede repleta de moldes do órgão genital exposta em um exibição de arte, chamada de “sexhibition”.
A responsável pela obra é a madrinha (interpretada por Olivia Colman). Ela construiu um modelo dos pênis dos homens que ela já se relacionou, o que inclui o pai de Fleabag. Em uma cena desconfortável e hilária, a jovem descobre qual dos moldes é do pai dela.
O objeto é tão marcante que a própria Phoebe Waller-Bridge o levou para a casa.
13) Fleabag é a queridinha de Barack Obama
Além de Fleabag ganhar aclamação da crítica, a produção de Phoebe também virou uma queridinha de Barack Obama. O ex-presidente dos Estados Unidos revelou que uma das três séries que ele "considera tão poderosas quanto os filmes" é justamente Fleabag.
O mais curioso e inesperado? Na primeira temporada, a protagonista se masturba enquanto assiste a um discurso de Obama.
14) Destaque nas grandes premiações
Nos últimos anos, Phoebe Waller-Bridge revelou ser uma das grandes vencedoras das premiações mais importantes da TV.
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Por Fleabag, a autora conquistou três Emmys, dois Globos de Ouro e um BAFTA - todos em 2019. Em 2016, KillingEve levou para casa um Gotham Award e, em 2019, conseguiu um Emmy e um Globo de Ouro. Enquanto isso, por Crashing, Waller-Bridge recebeu uma indicação a revelação em produção de roteiro para o BAFTA em 2016.
Por ser uma estreia recente, Run ainda não foi indicada para prêmios. No entanto, ela está cotada para receber nomeações no Emmy e no Globo de Ouro.
15) O novo perfil de 007
Fora da TV, Phoebe já traça uma carreira promissora no cinema. Em abril de 2019, a autora foi contratada para participar do roteiro de 007: Sem Tempo para Morrer. Waller-Bridge é a segunda mulher a roteirizar um filme do agente em 57 anos da franquia.
Em entrevista ao Virgin Radio, a dramaturga comentou sobre o trabalho no filme: “[Eu fui chamada para] polir diálogos e basicamente oferecer diferentes alternativas. Eles me deram algumas cenas e falaram tipo, você pode escrever algumas alternativas para isso, ou ter outra ideia sobre para onde [a cena] pode ir no meio ou como ela irá acabar”.
Marcando a despedida de Daniel Craig do papel de James Bond, o longa ganhará um respiro e se renovará com a visão impactante e desafiadora de Phoebe.
16) Talento de Phoebe em Star Wars
A estrela da tragicomédia também já participou do universo sci-fi de Star Wars. Em Han Solo: Uma História Star Wars, Phoebe dublou a voz da dróide L3-37. A robô foi a primeira dróide mulher a aparecer na saga de George Lucas. Inclusive, a personagem dela não tinha nenhum dono, diferente de todos os outros robôs da franquia, como R2-D2 e C-3PO.
17) O poder da improvisação
Pelo tempo no teatro e pelo resultado incrível dos roteiros de Phoebe, não é surpresa quando descobrimos que muitas das falas dela em Star Wars foram improvisadas. A equipe do filme, segundo a Vanity Fair, deu liberdade artística e criativa para a atriz.
18) Futuro com a Amazon
Depois de ser aclamada e premiada, Phoebe fechou contrato com a Amazon. A autora e atriz assinou um acordo com a empresa para desenvolver novas séries para a plataforma de streaming. O acordo valerá por três anos e garante um pagamento para a estrela de cerca US$ 20 milhões anualmente.
Com a parceria, podemos esperar por trabalhos ainda mais incríveis, inquietantes e desafiadores de Phoebe Waller-Bridge.
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