Distopia retrata uma Europa após uma guerra tecnológica
Em 2029, o mundo passou por uma guerra tecnológica e um apocalipse digital. A Europa se dividiu em tribos e entre elas há apenas um aspecto comum: a ausência de energia. 45 anos depois, conhecemos Liv (Henriette Confurius), Kiano (Emilio Sakraya) e Elja (David Ali Rashed), irmãos da tribo dos Orígenes, a qual abriu mão de qualquer contato com o mundo antigo e retomou a relação com a natureza. Esta é a premissa de Tribes of Europa, nova série da Netflix.
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Apesar de ter os mesmos produtores do sucesso alemão Dark (2017), as semelhanças entre as duas param aí. Tribes of Europa não tem viagem no tempo e mistérios filosóficos. Mistura Game of Thrones (2011) na violência, Mad Max (1979) na caracterização de uma das tribos e Jogos Vorazes (2012) na distopia. É também um espelho exagerado do nosso próprio mundo: desigual, polarizado e agressivo.
A série chegou no top 10 da Netflix no Brasil. Confira três motivos para assistir — e três para não assistir — Tribes of Europa:
O conceito de um apocalipse por guerra tecnológica é interessante, também por estar próximo da realidade. Mas, o mais curioso é enxergar partes do nosso mundo no deles. Nas histórias dos sobreviventes do “Dezembro Sombrio,” nos artigos raros e colecionáveis da civilização velha como carros, televisões, utensílios de cozinha; murais de lembranças com páginas de jornais e notícias da guerra e o modo como a Europa foi repartida, espelhando a divisão da Confederação Germânica do século XIX.
Outro aspecto parecido com Game of Thrones é o modo como a série se reparte e se desenvolve em três histórias diferentes, uma acompanhando cada irmão. Elja descobre o cubo dos Atlantianos, objeto revelador de como um único povo conseguiu manter a tecnologia. O menino assiste ao massacre dos Origines e foge com o cubo. Liv, a irmã mais velha, após ser ferida no ataque dos Corvos à sua tribo, escapa da matança, encontra os Escarlates e se junta a eles. Enquanto isso, Kiano é levado junto do pai como escravo dos Corvos.
No começo da história, quando os irmãos estão todos juntos, a introdução de cada um é feita de maneira apressada e superficial. As características e visões de mundo de Kiano e Liv, principalmente, mudam muito no decorrer da série. Elas não se desenvolvem, são apenas inconstantes. Apenas Elja permanece original à maneira como é apresentado no início.
Se você espera para saber se a série seria renovada para mais uma temporada antes de assistir, aqui está a sua resposta. A Netflix ainda não confirmou, mas o diretor Philip Koch trabalha na nova parte. Koch enxerga um futuro longo para a série, como revelou ao alemão DWDL: “Até oito ou nove temporadas.”
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Os seis episódios tem momentos apressados e outros arrastados demais. Os primeiros constroem lentamente uma base e, chegando no quinto episódio, o questionamento surge: "Como isso vai terminar tão rápido?"
O final surpreende porque não tem conclusão nenhuma. Nas seis horas de duração, não houve tempo suficiente para acumular tensão para um bom final. A razão para isso pode estar nos planos de Philip Koch, quem deve planejar uma continuação para o último capítulo. Mesmo assim, dá a impressão de que a série se encerrou na metade.
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Masucci (Moses), Ulrich Nielsen em Dark, tem um papel importante e carismático na série. Catador de sucata, conhece Elja e, após tentar roubar o cubo dele, faz um acordo com o menino para consertar o objeto, vendê-lo e dividir os lucros. Elja e Moses se tornam parceiros durante a jornada, passam por desafios na busca pela arca dos Atlantianos. É uma das relações de maior desenvolvimento e dinâmica na série.
Toda a história da série gira em torno do “Dezembro Sombrio” e do cubo Atlantiano, segredo de toda a evolução do povo. No entanto, sabemos apenas que o apagão foi causado por um excesso de tecnologia e por uma guerra entre duas potências.
Também não fica claro se existem outros continentes com vida humana no mundo distópico. Os Atlantianos podem ou não ser descendentes dos estadunidenses, ou povos vindos do Oceano Atlântico. O cubo revela a Elja uma ameaça vinda do Oriente e uma família de imigrantes orientais aparece em um dos episódios, mas não há outras explicações na primeira temporada.
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