Com duas indicações na premiação, o longa investigou casos de corrupção no Ministério da Saúde romeno após incêndio em boate
Mariana Pastorello (sob supervisão de Yolanda Reis e Julia Harumi Morita) Publicado em 12/05/2021, às 13h09
Indicado ao Oscar 2021 na categoria Melhor Documentário e Melhor Filme Estrangeiro, Collective mostra as investigações em casos de corrupção dentro do Ministério da Saúde romeno.
Após um incêndio na boate Colectiv, em 2015, mais de 20 pessoas morreram imediatamente e 180 foram levadas às pressas para hospitais públicos com sérias queimaduras. Nos meses seguintes, 37 dessas pessoas morreram sob cuidados médicos, causados por irresponsabilidade, descaso do hospital e corrupção do governo. No decorrer do longa, é possível associar o ocorrido com o incêndio na Boate Kiss, no Brasil.
Na produção, o diretor, roteirista e produtor, Alexander Nanau, juntou-se a uma equipe de jornalistas para investigar o motivo das mortes e como o Ministério da Saúde lidou com a situação.
Para entrar no clima do Oscar 2021, a Rolling Stone Brasil separou cinco coisas que aprendemos no documentário. Confira:
Alexander Nanau entrou na redação do jornal de esportes Gazeta Sporturilor e, junto com a equipe de jornalistas, investigou e apurou todos os pontos e casos relacionados ao incêndio da boate e às mortes no hospital.
Nanau mostra de perto a qualidade e importância do jornalismo investigativo para a sociedade, pois descobriu todo o caso de corrupção. Em resumo, a empresa Hexi Pharma falsificou a documentação dos desinfetantes fornecidos aos hospitais públicos, diluídos em 10% a mais do recomendado, deixando os produtos sem eficácia e causando a morte das vítimas.
No filme, são mostradas cenas de manifestações públicas e insatisfação contra o governo após a Gazetaexpor o caso. Percebe-se como o incêndio foi apenas uma parte do sistema corrupto e, após muita revolta, o então primeiro-ministro da Romênia Victor Ponta, renunciou o cargo.
O caso da boate Colectiv tem muita semelhança com o ocorrido na Boate Kiss, em 2013, no Rio Grande do Sul. O incêndio no Brasil, provocado por imprudência e más condições de segurança no local, causou a morte imediata de 242 pessoas e deixou 680 feridos. Assim como na Kiss, o incêndio na Romênia iniciou-se pelo uso de efeitos pirotécnicos em um ambiente fechado, com falta de infraestrutura e revisão do ambiente.
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Porém, Kiss e Colectiv não estão sozinhas. A boate Cromagnon, na Argentina, teve um caso de incêndio parecido. Durante um show de rock, em 2004, ocorreu um incêndio no local, causando a morte de 194 pessoas e deixando 1432 feridos. Tal como na Romênia, o acidente na Argentina causou insatisfação pública e iniciou-se um processo de impeachment contra o presidente da época, Aníbal Ibarra, substituído pelo vice-chefe do governo, Jorge Telerman.
O documentário retrata bem todo o processo investigativo de descoberta da corrupção, como a farmacêutica fez um acordo com o Ministério da Saúde, que teve trocas de ministro ao longo do caso, e os impactos de todo sistema de corrupção na saúde pública.
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Em paralelo às invetsigações jornalísticas, o documentário acompanha a história de Teddy Ursulesco, vítima do incêndio que perdeu os dedos das mãos e a sensibilidade dos braços e pernas, além de apresentar diversas cicatrizes e marcar de queimadura por todo o corpo. Como os hospitais da Romênia não tinham capacidade para lidar com tantos casos, Teddy foi hospitalizada em Viena, Áustria, e conseguiu sobreviver.
No filme, Nanau transmite com sensibilidade a trajetória de Teddy. Mostra como ela se tornou um ícone de força e superação, convivendo com as cicatrizes externas sem as esconder. Além disso, o documentário percorre uma sessão de fotos artística de Teddy, na qual mostra todo o corpo e os danos causados pelo incêndio. Mais tarde, uma exposição é realizada com as fotos da vítima.
Confira o trailer do filme:
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Apesar de ter vivido apenas 28 anos, Heathcliff Ledger (mais conhecido por Heath) marcou o cinema com papéis como Patrick Verona em 10 Coisas que Eu Odeio em Você (1999) e Coringa em Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008).
Heath nasceu em Perth, Austrália, em 4 de abril de 1979. Neste domingo, completaria 42 anos. Confira sete curiosidades sobre o ator: da origem de nome a quem era o melhor amigo.
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Nome
O nome do ator, Heathcliff, foi inspirado em um personagem de O Morro dos Ventos Uivantes (1847), de Emily Brontë, livro preferido da mãe dele, Sally Ledger. Do mesmo romance, Sally tirou o nome de outra filha, Katherine.
Primeiras experiências
Heath estudou na Guildford Grammar School, escola só para meninos, onde teve a primeira experiência como ator. Aos 10 anos, participou de uma montagem da peça Peter Pan.
Como ator profissional, um dos primeiros papéis da carreira foi em Home And Away (1988), espécie de novela teen a qual lançou várias estrelas australianas. Interpretou Scott por apenas 10 episódios e, apesar de ter feito muito sucesso, recusou propostas dos produtores para continuar.
Inspiração
Durante os anos de escola militar, Heath coreografou e dirigiu um grupo de 60 colegas para uma competição. Foi a primeira equipe masculina a disputar, e saíram vitoriosos. O ator comparou a apresentação ao estilo de Gene Kelly, de Cantando na Chuva (1952) e revelou como o dançarino era seu maior ídolo no cinema.
Xadrez
Heath era um adorador de xadrez e jogava desde pequeno. Aos 10 anos, ganhou o campeonato júnior da Austrália Ocidental. Quando adulto, continuou o hábito e jogava frequentemente no Washington Square Park em Nova York (EUA).
Gambito da Rainha
A partir do amor pelo xadrez, em 2008, anunciou planos de iniciar filmagens da adaptação do livro O Gambito da Rainha (1983). Teria sido a estreia de Heath como diretor de cinema. 12 anos depois, o romance foi adaptado para uma produção da Netflix e foi a série mais assistida de 2020, segundo JustWatch.
Jake Gyllenhaal
Colegas de elenco em O Segredo de Brokeback Mountain (2005), Heath e Jake Gyllenhaal se tornaram grandes amigos. O ator é, inclusive, padrinho da única filha de Ledger, Matilda.
Coringa
O vilão de O Cavaleiro das Trevas (2008) foi o papel de maior reconhecimento de Heath. Com ele, ganhou o Oscar póstumo de Melhor Ator Coadjuvante em 2009. Nas filmagens, projetou sozinho a composição do personagem. Segundo Heath, se Coringa fosse real, faria a própria caracterização.
Foi à farmácia, comprou maquiagem e aplicou-a sozinho. Depois, a equipe de maquiagem apenas replicava o visual criado por ele.