Subestimadas pelo mercado nacional, personalidades femininas entregam projetos de fôlego e destaque para indústria
Silenciadas por grande parte da sociedade, muitas mulheres enxergam a direção cinematográfica como forma de usar a própria voz. É o caso de Petra Costa e Susanna Lira, destaques nos documentários brasileiros.
Ambas cineastas criaram projetos com teores políticos: Petra foi indicada ao Oscar por Democracia em Vertigem(2019); Susanna escancarou a realidade e a história da ditadura militar do Brasil com Torre das Donzelas (2018).
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Com a direção de filmes, elas usam as telas de cinemas para contarem histórias sociais. Confira outros documentários de mulheres sobre política:
Ao retratar a vida das grávidas infectadas pelo vírus da Zika (2019) no Nordeste brasileiro, o documentário registra a descoberta da relação entre a doença e microcefalia em bebês.
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Com menos de 30 minutos, o curta faz chorar: a história exibe a sensação de abandono dessas mulheres. Sentem-se largadas pelos maridos, famílias ou até mesmo pelas autoridades.
Zika também critica, de forma silenciosa, o papel do homem na criação das crianças. Isso porque os pais não aparecem para depoimentos ou cuidados básicos, como levar as crianças às consultas médicas.
A obra se torna uma forma de dar voz às grávidas silenciadas e esquecidas pela sociedade. Também questiona a forma como as autoridades lidam com as mulheres e os bebês.
Baseado no livro homônimo da jornalista, Daniela Arbex, o documentário mostra as profundezas e tristezas do Hospital Colônia de Barbacena, em Minas Gerais, onde pessoas com sofrimento psíquico, negros, mães solos eram torturadas por anos.
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Logo no início da obra, a repórter relaciona o local com um campo de concentração. Isso porque mais de 60 mil pessoas morreram entre 1930 e 1980.
Holocausto Brasileiro(2016) reúne uma série de depoimentos para denunciar, como Daniela define, "uma das piores tragédias do Brasil."
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Vencedor de prêmios como Festival de Cinema do Rio de Janeiro, Festival de Brasília e Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o filme traz memórias do presídio de Tiradentes, apelidado de Torre das Donzelas, na ditadura militar no Brasil. A ex-presidente Dilma Rousseff, inclusive, depõe no documentário de Susanna Lira.
A ex-presidente Dilma Rousseff, inclusive, depõe no documentário de Susanna Lira. Outras mulheres também relatam as experiências para descreverem o cárcere, a tortura e o Brasil das décadas de 1960 e 1970.
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Torre das Donzelas (2019) faz parte do Selo ELAS, cujo objetivo da iniciativa é aumentar a representatividade feminina na indústria audiovisual.
Indicado ao Oscar 2020, o documentário de Petra Costa aborda o processo de impeachment de Dilma Rousseffem 2015.
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Petra narra de forma poética, mas não romantizada, o que considera um golpe militar. Democracia em Vertigemé uma produção da Netflix.
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