Alan Smithee foi o nome escolhido para assinar filmes rejeitados pelos próprios diretores
Em 1968, o nome Alan Smithee foi escolhido pelo DGA - Directors Guild of America para ser o pseudônimo de diretores que não se identificavam com o resultado final do próprio filme e não queriam os nomes deles em destaque nas telas, de acordo com o Los Angeles Times.
O site CRB aponta que o longa-metragem Só Matando (1969) foi o primeiro a utilizar o artifício. O cineasta Don Siegel comandou o projeto após Robert Totten deixá-lo, mas nenhum deles ficou satisfeito com o resultado final.
Achou o caso familiar? Para o Screen Rant, Smithee poderia ter sido creditado por Liga da Justiça (2017), depois de Zack Snyder sair da produção e Joss Whedon assumir o filme estrelado por Gal Gadot, Ben Affleck, Ezra Miller, Henry Cavil e Ray Fisher - o que motivou o recente lançamento de Liga da Justiça de Zack Snyder.
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Ao contrário de Snyder, que foi creditado como diretor nas duas versões de Liga da Justiça, muitos cineastas abriram mão do título e passaram para Smithee, como David Lynch. Pensando nisso, listamos quatro filmes lançados pelo infame diretor de Hollywood. Confira:
Algumas versões de Dune, de David Lynch, foram lançadas com o nome de Alan Smithee, segundo o CBR. Diversos diretores foram considerados para o longa antes de Lynch, que assumiu o projeto e teve que lidar com a exigência de fazer um único filme, quando desejava dividi-lo em dois. (Foto: Reprodução via IMDb)
Nem mesmo o elenco de Atraída Pelo Perigo conseguiu salvar o filme de Alan Smithee. Com Jodie Foster, Joe Pesci e até mesmo Bob Dylan, o longa-metragem foi editado pelo estúdio sem o conhecimento do diretor Dennis Hopper, segundo o Screen Rant. (Foto: Reprodução via IMDb)
Os Pássaros 2 é uma sequência do filme The Birds, (1963), de Alfred Hitchcock. Segundo o Screen Rant, os críticos condenaram a produção por causa de Alan Smithee, que foi utilizado para esconder os créditos de Rick Rosenthal. (Foto: Reprodução via IMDb)
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Alan Smithee ganhou outros nomes nos anos 2000. Supernova, que contou com várias mudanças de diretores, passou por Francis Ford Coppola e foi lançado por Walter Hill sob o pseudônimo de Thomas Lee, segundo o CinePop. (Foto: Reprodução via IMDb)
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Nos filmes de Hollywood, predominam blockbusters, cujo objetivo é atrair o máximo de espectadores possível e fazer bastante dinheiro - exemplo são os filmes de super-heróis. Em 2019, Martin Scorsese, diretor conhecido por fazer "cinema de autor," criticou esse aspecto da indústria e os longas do Universo Cinematográfico Marvel (MCU).
"Honestamente, mesmo bem produzidos, com o máximo empenho de atores sob determinadas circunstâncias, só consigo pensar [nesses filmes] como parques temáticos," afirmou à Empire. "Não é o cinema de seres humanos tentando transmitir experiências emocionais e psicológicas a outros."
Essa fala gerou bastante discussão. Alguns concordavam, outros discordavam e comentavam como Scorsese não aceitou a mudança do cinema - também o definiram como antiquado.
A expressão "filme de autor" (ou "cinema de autor") é utilizada para descrever produções responsáveis por refletir a personalidade artística de um diretor ou roteirista. O produto final sempre será aquilo planejado pelo criador da obra, sem depender de decisões baseadas em lucro de produtores e estúdios.
Mesmo sem atrair multidões às salas de cinemas (com algumas exceções), filmes de autor são sucesso no Oscar e recebem diversas indicações, como Era uma Vez em... Hollywood (2019), Boyhood: Da Infância à Juventude (2014) e Mank (2021). Veja, abaixo, cinco representantes:
Tarantino assinou roteiro e direção dos nove longa-metragens. É conhecido por fazer filmes para maiores de idade, com muito sangue, violência e palavrão - algo pouco visto em Hollywood. Também se destaca na criação de personagens únicos e roteiro repleto de diálogos.
Filmes: Cães de Aluguel (1992), Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994), Os Oito Odiados (2015), entre outros.
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Eleito, em 2002, como 9º maior diretor de cinema de todos os tempos em pesquisa realizada pelo British Film Institute, as produções de Scorsese tornam-se clássicos cult instantâneos. Trabalha com personagens complexos e cheio de problemas - normalmente criminosos ou traumatizados por guerra, fé ou inseguranças.
Filmes: Taxi Driver: Motorista de Táxi (1976), Caminhos Perigosos (1973), Os Bons Companheiros (1990), entre outros.
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Anderson é conhecido pelas ótimas fotografias nos filmes e enquadramentos organizados e simétricos. As paletas de cores são bastante únicas, com tons saturados e pastel. Também vale destacar as falas, feitas de forma um tanto quanto bizarra - e isso é ótimo.
Filmes: A Vida Marinha com Steve Zissou (2004), O Fantástico Sr. Raposo (2009), Moonrise Kingdom (2012), entre outros.
Os longas do espanhol Almodóvar são conhecidos por cenas quentes, cores fortes, ângulos de câmera interessante e ótimos figurinos.
Filmes: Dor e Glória (2019), A Pele que Habito (2011), Tudo Sobre Minha Mãe (1999), entre outros.
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De todos os diretores da lista, Fincher se aproxima dos blockbusters em números. Porém, boa parte das produções dele são thrillers de alta qualidade, com tramas intensas e personagens carismáticos.
Filmes: Seven: Os Sete Crimes Capitais (1995), Zodíaco (2007), A Rede Social (2010), entre outros.