Do mesmo criador de Big Little Lies, produção constrói mistério envolvente com olhar atento à realidade
Depois de Big Little Lies, Nicole Kidman retornou às histórias de suspense em The Undoing (2020), outra minissérie de sucesso da HBO. Nela, interpretou Grace Fraser: psicóloga, esposa do oncologista infantil Jonathan (Hugh Grant) e mãe de Henry (Noah Jupe): até então, vive a vida perfeita em Nova York (EUA). Tudo muda, porém, com a morte inesperada e violenta de Elena, mãe de um menino novo da escola de Henry e, logo depois, o desaparecimento do marido.
Uma investigação começa e a vida de Grace começa a desmoronar enquanto a protagonista descobre novos detalhes sobre o crime. A série tem apenas seis episódios, mas faz um ótimo trabalho em desenvolver os personagens e surpreender o público a cada capítulo. Além disso, foi indicada a Melhor Série Dramática no Globo de Ouro 2021.
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Pensando nisso, separamos quatro motivos para assistir The Undoing, da HBO:
Os nomes não precisam de grandes introduções: Nicole Kidman, Hugh Grant e Donald Sutherland elevam a produção. Os três foram, inclusive, indicados a melhor performance no Globo de Ouro 2021.
A personagem de Kidman é interessante, ganha a vida decifrando problemas escondidos de outras pessoas, mas não consegue perceber aspectos claros da própria vida. É o centro da emoção da série e faz você sentir junto dela cada passo do caminho até a resolução do crime.
Sutherland interpreta o pai de Grace: rico, desconfiado de Jonathan, porém disposto a ajudar a filha a qualquer custo. O papel poderia ter passado despercebido nas mãos de outros atores, mas o astro de Cidadão X (1995) torna memorável.
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Grant é surpreendente. Famoso por papéis em comédias românticas como Um Lugar Chamado Notting Hill (1999) e O Diário de Bridget Jones (2001), impressiona na atuação enquanto Jonathan definha a cada episódio. Até o final, mantém a tensão do público, que não sabe em quem acreditar.
As similaridades entre The Undoing e Big Little Lies não param em Kidman. Além de serem do mesmo criador, David E. Kelley, ambas são adaptações de obras literárias; a primeira, do romance de Jean Hanff Korelitz, You Should Have Known (2014). A dinâmica da família não é muito diferente do livro, mas Grace é também escritora e leva outro nome, Reinhart Sachs.
O modo como The Undoing constrói a narrativa é de tirar o fôlego. No final de cada episódio, existe um gancho garantido para o próximo e os seis episódios de uma hora passam rapidamente.
No começo, a série parece centrada na vida do casal e da família perfeita, mas o enredo logo se torna complexo e a pergunta principal é: quem matou Elena Alves? A produção provoca dúvidas até o episódio final, quando a atuação dos protagonistas atinge o auge.
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Além de todo o entretenimento proporcionado pelo mistério, The Undoing também traz uma reflexão sobre classe e a influência dela na resolução de um crime. Os Frasers são ricos, moram em uma casa grande no meio de Manhattan e o filho estuda em uma das escolas particulares mais prestigiadas da ilha.
Elena Alves, por outro lado, era uma artista latina com um filho bolsista e uma bebê recém-nascida. Além disso, tinha um marido, Fernando, um dos suspeitos do assassinato com pouco poder econômico para contratar uma boa defesa. O modo como a mídia cobre o caso e as diferenças de tratamento de cada um dos suspeitos refletem muito a realidade.
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