Misturando elementos de pós-punk com technopop, a banda inglesa teve forte influência na década de 1980; relembre
O New Order tem uma história de sucesso bastante improvável. Nascida das cinzas do Joy Division após a trágica morte do vocalista Ian Curtis, em 18 de maio de 1980, a banda inglesa de rock e música eletrônica reunia Bernard Sumner nos vocais, na guitarra e nos sintetizadores, Peter Hook no baixo e nos sintetizadores e Stephen Morris na bateria, nos sintetizadores e na programação.
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Um tanto mal equipados e, provavelmente, ainda se lamentando pela perda de um amigo querido, eles fizeram alguns shows pequenos em clubes norte-americanos e voltaram para casa um pouco abalados.
No entanto, eles se reergueram e, logo, retornariam aos Estados Unidos, vencendo seu próprio fantasma e afastando, aos poucos, se libertando das sombras do Joy Division - agora, como uma banda completa. Foram necessárias algumas performances ao vivo como um trio até que Gillian Gilbert, companheira de Morris, assumisse os teclados e a guitarra. Da mesma forma, Sumner tornava-se um vocalista cada vez mais confiante e poderoso, pronto para mostrar ao público quem realmente era.
Em 2020, o New Order completa 40 anos de existência (pois é). Em sua homenagem, relembre, abaixo, como a banda revolucionou a música mundial para sempre:
"Tocamos rock, mas também tocamos dance music. É como ter uma espingarda de dois canos. Dois barris são melhores do que um", dizia Bernard Sumner (via BBC).
Misturando elementos de pós-punk com technopop, o New Order se tornou uma das bandas mais aclamadas da década de 1980 e, embora seu álbum de estreia, Movement (1981), acompanhasse o espectro do Joy Division, um raro interesse por sintetizadores - sem contar as inúmeras viagens aos clubes de Nova York - rapidamente mudaria sua sonoridade.
Já no final de 1981, Sumner, Hook, Morris e Gilbert mergulharam de vez na dance music, até que se encontraram dentro de um novo estilo musical, hoje conhecido como dance alternativo ou dance rock.
Nada na história do pop confundiu tanto as expectativas do mercado quanto “Blue Monday”, de 1983, um dos maiores hits do New Order. Sua capa, central para a história da faixa e, agora, parte do folclore da música pop, foi desenhada por Peter Saville, co-fundador da extinta gravadora independente Factory Records.
37 anos depois, em entrevista ao jornal The Telegraph, Saville revela que “Blue Monday” quebrou “todas as leis” da indústria fonográfica e superou a decisão de lançar uma música de sete minutos e meio que “ninguém vai tocar nas rádios” em primeiro lugar. E, ainda, ao contrário de tudo isso, “Blue Monday” vendeu mais de 700 mil cópias (ou 1,2 milhão, se considerarmos os relançamentos de 1988 e 1995): "Ninguém esperava que vendesse... Mas vendeu, não foi?"
É importante lembrar, no entanto, que, mesmo influenciando décadas e décadas de dança e rock e experimentalismo, “Blue Monday” também inspirada em outros artistas de sucesso, como Hook afirmou à NME em 2014. Mas, talvez, a genialidade esteja justamente em mesclar características diversas e transformá-las, até obter-se alguma coisa nova.
“Bom, ‘Blue Monday’ tem um impacto sônico que poucas músicas têm. Foi realmente uma dádiva, e foi bem irônico – e bem triste, na verdade – por termos roubado-a de Donna Summer. É uma música estranha. Ela se tornou uma das maiores já feitas em Manchester”, disse o ex-baixista da banda. E tem mais: “É uma grande honra alguém lhe dizer que você é uma das maiores inspirações da dance music, mas a verdade é que pegamos muita coisa emprestada do Kraftwerk. Também fomos inspirados por nomes como Giorgio Moroder, Sparks, etc. A proposta é você pegar algo como ponto de partida e transformá-lo em algo seu.”
Seguindo caminhos separados em 1993, o New Order voltou à ativa em 1998, desfrutando de um legado invejável, além de motivar artistas como Pet Shop Boys, Moby, Chemical Brothers, Boys, Moby, The Prodigy, Chemical Brothers, Happy Mondays, Radiohead, Massive Attack, The Killers, entre outros.
Assista ao Radiohead interpretando a faixa "Ceremony" em 2007:
Infelizmente, em 2007, Hook deixou o New Order e, segundo ele, a disputa parece não ter um fim à vista.
Em entrevista à Rolling Stone EUA no mês passado, o baixista revelou que nunca deixou de "discutir" com os antigos colegas desde que começou a tocar as músicas da banda ao vivo. "Discuti com advogados", afirmou. "É a coisa mais ridícula que já me aconteceu. O fato de terem me roubado o New Order é imperdoável".
Enquanto isso, a banda segue firme e forte com Sumner, Morris e Gilbert, além do tecladista e guitarrista Phil Cunningham e, no lugar de Hook, o baixista Tom Chapman.
Em breve - mais precisamente em 2 de outubro -, o icônico álbum Power, Corruption & Lies (1983), ganhará um boxset especial, que deverá inclui as faixas “Blue Monday”, “Age Of Consent”, “Ultraviolence” e “Your Silent Face”. Ainda, quatro singles individuais de vinil serão disponibilizados: “Blue Monday”, “Confusion”, “Thieves Like Us” e “Murder”.
A four track 12” E.P. featuring New Order’s session for John Peel’s radio show broadcast on 1st June 1982, will be released as part of @RSDUK 2020. The release features a newly a created Peter Saville sleeve >> https://t.co/qZE7XlqG60pic.twitter.com/iDRPNvUA4C
— New Order (@neworder) August 27, 2020
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