Há meio século, o Fab Four lançada o disco que continha suas últimas gravações como banda, e logo tornou-se um dos mais icônicos da história da música
Há 50 anos, os Beatles lançaram Abbey Road. O disco não demorou a virar um dos maiores da banda - e também da história da música. É listado em diversos rankings de grande importância: ocupa o 12º lugar da lista de 200 álbuns definitivos no Hall da Fama do Rock, e o 14º nos 500 Maiores Álbuns de Todos os Tempos, ranking da Rolling Stone.
Batizado com o nome da rua na qual ficava o estúdio de gravação dos Beatles, Abbey Roadapresentou 17 faixas, incluindo as inesquecíveis “Come Together,” “Here Comes the Sun” e "I Want You (She's So Heavy)." Surpreendeu ao não ter uma linha narrativa clara - mas usar isso como uma vantagem ao apresentar um som que ia do proto-metal ao pop folk.
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Abbey Road foi o último disco gravado pelos Beatles - embora Let it Betenha sido lançado depois - e é considerado como o “adeus” da banda mais influente da história do rock. No aniversário de 50 anos da obra-prima, conheça 9 curiosidades sobre o álbum:
Depois de gravar Abbey Road, os Beatles não pensaram em acabar. Neste mês, uma fita cassete foi descoberta - nela, há a gravação de uma sessão entre os quatro músicos falando sobre planos para compor um novo álbum. Era atípico para o Fab Four gravar suas reuniões, mas Paul McCartney, John Lennon e George Harrison o fizeram para Ringo Starr, que naquele dia estava internado, pudesse saber dos planos para o novo disco.
Na mesma gravação pós-Abbey Road, os Beatlesacordaram que todos levariam, para a próxima reunião, quatro músicas (a não ser por Starr, que contribuiria com duas composições). Comentando isso, McCartney revelou que antes de Abbey Road não gostava do trabalho de Harrison. "Eu achava, até esse álbum, que as músicas do George não eram tão boas," disse Paul. Harrison não deixou barato: "isso é uma questão de gosto. No final das contas, as pessoas gostaram das minhas músicas."
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E de fato, em Abbey Road, George Harrison provou o seu valor como música ao entregar “Here Comes the Sun,” uma das principais faixas dos Beatles. Ele a compôs em uma tarde ensolarada, enquanto fugia de uma reunião de negócios no jardim de Eric Clapton.
A música é calma e diferenciada: Harrison assume a guitarra, vocais, violão e sintetizador. Starr, a bateria. McCartey entra no coro e no baixo - e todos eles batem palmas. Lennon não gravou esta pois se recuperava de um acidente de carro. Há, também, flautas, pícolos e clarinetas.
Ringo Starr não era dado a solos - nunca gostou. Mas Lennon o convenceu a fazer um para a faixa “The End.” Nela, também há solos de guitarra de McCartney, Harrison e Lennon (nessa ordem).
O número bem grande de solos de guitarra veio porque Lennon queria ser o único a fazer, e virou chacota entre Harrison e McCartney, pois passava longe de ser um exímio guitarrista. Por isso, resolveram fazer um duelo de solos para ver quem era melhor. No final, os três mandaram bem e entraram na música.
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Sinatra era um grande fã dos Beatles - mas uma música específica do Abbey Roadera sua redenção. O músico classificou “Something” (outra contribuição de Harrison para o disco) como "uma das melhores canções de amor já escrita,” além de gravar um cover dela.
Um dos aspectos mais marcantes de Abbey Roadé a sua capa, na qual os quatro Beatlesatravessam a rua de mesmo nome. Essa capa, composta simplesmente pela foto, quase foi diferente - era a primeira vez em que a banda lançava um álbum sem o nome do trabalho ou da banda na capa, e o estúdio não queria que isso acontecesse.
Mas John Kosh, diretor criativo do Apple Records, conseguiu convencer todo mundo com uma declaração bem simples: "não precisávamos escrever o nome na capa. Eles eram a banda mais famosa do mundo".
A capa do disco, além dos quatro integrantes, têm pouquíssimos elementos em destaque: a faixa de pedestre, alguns carros estacionados na rua (incluíndo um fusca branco, do qual vê-se claramente a placa) e algumas pessoas na calçada (uma delas olhando para a câmera). E esses aspectos específicos chamaram muita atenção - e causaram transtorno na vida de algumas pessoas.
A começar pelo fusca: pertencia a um homem que morava em um apartamento da rua Abbey Road - e a localização bem exata fez com que a placa do carro fosse roubada diversas vezes. Também há o homem parado na calçada, perto dos Beatles. O nome dele, soube-se depois, era Paul Cole, um norte-americano de férias da Inglaterra. Parou para pedir informações para um policial - e, de mãos na cintura, acabou entrando para a história da música.
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Não teve enrolação para fazer a capa de Abbey Road. O fotógrafo Iain MacMillan levou 10 minutos para fazer seis cliques. Pela rapidez, os Beatles ficaram com algumas horas livres para fazerem o que quisessem até a reunião da tarde. E uma página do diário de Mal Evans, roadie do quarteto, mostrou a programação de todos os músicos: “Chegamos às 8h30. O George saiu às 9h para ir ao zoológico e meditar sob o sol e depois almoçar no Krishna Temple. Yoko [Ono], John e Ringo viraram a esquina para ir para casa de Paul e Linda almoçar. Foi bem legal,” escreveu, acima de um desenho da foto.
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“Her Majesty,” a faixa escondida de Abbey Road, só existe por acidente! Originalmente, ficaria entre as músicas "Mean Mr. Mustard" e "Polythene Pam,” emendando nessa última. Mas Paul McCartney mudou de ideia e pediu para John Kurlander, engenheiro de som, destruí-la. Ele não fez isso (a gravadora não deixava destruir nada dos Beatles), e colocou a faixa no final da fita, esperando para saber o que fazer com ela. Mas todo mundo esqueceu - e ficou por isso mesmo. Ela começa 14 segundos depois de “The End,” a última do disco.
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