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6 motivos para ver Mank, da Netflix, filme com maior número de indicações ao Globo de Ouro 2021

O longa estrelado por Gary Oldman e dirigido por David Fincher somou seis nomeações

Marina Sakai | @marinasakai_ (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 14/02/2021, às 17h00

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Gary Oldman em Mank (Foto: Divulgação/Netflix)
Gary Oldman em Mank (Foto: Divulgação/Netflix)

Mank, dirigido por David Fincher, estreou na Netflix em novembro de 2020 e foi aclamado pelos críticos, chegando a conquistar seis indicações ao Globo de Ouro 2021. O enredo do filme acompanha Herman Mankiewicz (Gary Oldman), roteirista de um dos filmes responsáveis por moldar a história do cinema: Cidadão Kane.

O clássico foi indicado a nove Oscars em 1942 e continua sendo referência para os adoradores da sétima arte. Apesar do sucesso, a produção do longa contou com intrigas, e estas se estenderam até o dia da premiação.

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A obra levou apenas uma estatueta de Melhor Roteiro Original, partilhada entre Orson Welles e Herman Mankiewicz. O último, porém, relatou na cerimônia e continuaria a argumentar ter escrito o roteiro sozinho.

Separamos alguns motivos do pelos quais Mank ganhou tanto destaque: 


De pai para filho

O roteiro do filme é de Jack Fincher, jornalista e pai de David Fincher, nos anos 1990. David tentou trabalhar no longa, mas a ideia de uma produção em preto e branco não atraiu financiamento. 

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Jack morreu em 2003 e David, com a história na cabeça há três décadas, com o desejo de honrar a vida do pai e uma carreira de sucessos acumulados, procurou a Netflix. A produtora, ao longo dos anos recentes, quebrou os limites das plataformas de streaming e tornou-se responsável por alguns dos filmes mais importantes do momento.


David Fincher

David Fincher e Gary Oldman no set de Mank (Foto: Divulgação/Netflix)

O diretor é bastante reconhecido pelo trabalho em Se7en - Os Sete Crimes Capitais, Clube da Luta, Garota Exemplar, entre outros. Mas, conhecendo seu histórico de longas, não se esperava algo como Mank.Fincheré um dos indicados ao Globo de Ouro de Melhor Diretor, e é fácil ver o porquê.

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Fez os atores repetirem as cenas diversas vezes para captar nuances quase imperceptíveis, repetiu técnicas de transição da época e aproveitou ao máximo a liberdade dada pela Netflixpara dirigir o longa da maneira mais fiel possível. 

É extremamente pessoal e, ao mesmo tempo, Fincher consegue abordar toda a bagagem dos projetos passados, e fazer algo novo, talvez um dos melhores filmes de sua carreira.

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Fotografia

Erik Messerschmidt trabalhou anteriormente com Fincher em Mindhunter, série da Netflix, e é responsável pela fotografia em Mank.Messerschmidt recriou alguns frames para homenagear Cidadão Kane e aproveitou a iluminação e contrastes para dar sensação de leveza e fluidez às cenas.


Gary Oldman

Gary Oldman e Amanda Seyfried em Mank (Foto: Divulgação/Netflix)

Oldman (Herman J. Mankiewicz) é um velho conhecido das premiações por suas performances históricas. Desta vez, não foi diferente. O ator se entregou ao personagem e deu ao roteirista características de vício e perdição de um homem de 40 anos sem muita esperança. Ao mesmo tempo, resistente e sarcástico, construiu um personagem adorável.

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Não apenas para fãs de Cidadão Kane

Sim, o enredo acompanha Herman Mankiewicz (Gary Oldman) em sua trajetória de escrita de Cidadão Kane, enquanto sofre pressões de Orson Welles (Tom Burke) para terminar a história em 60 dias e relembra seu auge como chefe dos roteiristas da Paramount Pictures; mas vai muito além disso. 

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A trama ambientada nos anos 1930/1940 traz muitos dos bastidores das intrigas entre estúdios nos Estados Unidos logo após a Grande Depressão. Esse conflito também é refletido na origem de Cidadão Kane e na disputa entre Welles — prodígio em ascensão — e Mankiewicz — gênio na tentativa de superar seus vícios.

O próprio Kane é um retrato de um magnata da imprensa da época, William Randolph Hearst (Charles Dance) quem, ao lado de Louis B. Mayer (Arliss Howard), fundador dos estúdios MGM, manipulou a mídia a fim de garantir a eleição para governador da Califórnia (EUA).

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Mank é um filme para — além dos apaixonados pela história do cinema ou grandes fãs de Cidadão Kane — apreciadores de um bom conto sobre poder, política, vícios, sucesso, fracasso e como retornar às origens depois de tudo isso.


Amanda Seyfried

Amanda Seyfried em Mank (Foto: Divulgação/Netflix)
Amanda Seyfried em Mank (Foto: Divulgação/Netflix)

Seyfriedinterpreta a musa do cinema da época, Marion Davies, inspiração das ideias primordiais para Cidadão Kane nos diálogos profundos com Mankiewicz. Seyfried foi indicada a um Globo de Ouro como Melhor Atriz Coadjuvante pela performance, e pode ser nomeada a um Oscarpela primeira vez em sua carreira.


+++ PAI EM DOBRO | ENTREVISTA | ROLLING STONE BRASIL