O cineasta morreu em 2014, e é considerado por muitos o maior documentarista brasileiro de todos os tempos
Conhecido por fazer filmes nos quais enxerga beleza nas histórias de pessoas comuns, Eduardo Coutinho dizia gostar daquilo “que existe, pelo simples fato de existir”. O cineasta morreu há 7 anos, e é considerado um dos maiores documentaristas brasileiro de todos os tempos.
Nascido em São Paulo em 1933, Coutinho começou a se interessar pelo audiovisual em 1950 e conquistou inúmeros prêmios até os últimos anos de vida. Infelizmente, o cineasta morreu de forma trágica em 2014 aos 80 anos, mas deixou um grande legado na forma de contar histórias. Cineasta e jornalista, ele baseou as obras na arte de entrevistar.
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Provavelmente a maior obra de Coutinho, Cabra Marcado para Morrer começou a ser produzido em 1964, e a princípio contaria a história de João Pedro Teixeira, líder da liga camponesa de Sapé, Paraíba, assassinado em 1962. Porém, com o golpe militar a filmagem foi interrompida.
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17 anos depois, Coutinho voltou ao local e recolheu depoimentos de Elizabeth Teixeira, viúva de João Pedro, e demais moradores da região presentes primeiras filmagens. O cineasta mudou o conceito do filme, transformando-o em um documentário sobre as interrupções das filmagens. A produção ganhou o prêmio FIPRESCI no Festival de Berlim.
Jogo de cena reúne depoimentos de momentos da vida de 23 mulheres, selecionadas após atenderem a um anúncio no jornal. Foram filmadas contando as próprias experiências e, depois, atrizes brasileiras, como Andrea Beltrão, Marília Pêra e Fernanda Torres, narraram os mesmos depoimentos. Com isso, fica a dúvida de quem está contando a própria história.
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O filme registra o dia a dia dos moradores do Edifício Master, antigo e tradicional prédio em Copacabana. Em 276 apartamentos espalhados por 12 andares, Coutinho consegue capturar as mais variadas histórias, nas quais as pessoas revelam medos, desejos e solidões.
O cineasta e a equipe moraram durante três semanas no edifício, na intenção de realmente entender a rotina dos moradores. O documentário ganhou um Kikito de Ouro de Melhor Documentário no Festival de Gramado e o prêmio de Melhor Documentário pela crítica na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo em 2002.
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As Canções mostra 18 personagens, homens e mulheres, cantando músicas as quais marcaram suas vidas de alguma maneira. As pessoas foram escolhidos pelo diretor por meio de uma busca pelo Rio de Janeiro e por anúncios no jornal e internet, como de costume. Em apenas uma semana, Coutinho realizou todas as entrevistas, filmadas no mesmo estúdio onde de Jogo de Cena.
O documentário conta as experiências religiosas de alguns dos moradores da favela Vila Parque da Cidade, no Rio de Janeiro, mostrando a crença em santos, orixás, guias ou no Espírito Santo. Santo Forte foi gravado em 1997 entre o período da missa campal celebrada pelo Papa no Aterro do Flamengo e o Natal, e ganhou o Prêmio Especial do Júri, além de vencer as categorias Melhor Filme e Melhor Roteiro no Festival de Gramado.
O documentário mostra a rotina e histórias dos moradores da pequena São João do Rio do Peixe, Paraíba. Com relatos dos personagens, o filme retrata o sentimento de uma população humilde, alegre e esperançosa. Coutinho inovou ao chegar no sertão sem personagens, locações, ou previsão do que iria ser filmado.
Último filme dirigido por Coutinho, o longa conta com diversas entrevistas com estudantes do ensino médio público no Rio de Janeiro. O diretor pergunta sobre a vida, sentimentos e expectativas para o futuro. Com a morte do cineasta, o trabalho foi finalizado por João Moreira Salles.
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