Bruxas Literárias reúne 30 escritoras de diversas épocas, responsáveis por marcar gerações e enfeitiçar leitores
De acordo com Michaelis, "bruxa" é uma "mulher com o poder de empregar forças sobrenaturais para influenciar ou dominar outras pessoas por meio da magia." No entanto, seria a prática de escrever e encantar leitores algum tipo de magia capaz de nos levar a lugares extraordinários?
A leitura tem grande poder, e, com isso, nasceu Bruxas Literárias. O livro - ou "coven" (reunião de bruxos), como descrito pelo site da editora Darkside - reúne 30 autoras de diversas escolas literárias, responsáveis por marcar gerações e enfeitiçar leitores. Foram escolhidas pela escritora Taisia Kitaiskaia e pela ilustradora Katy Horan, em uma edição da coleção Magicae da editora Darkside.
No Brasil, a edição tem o adendo de três escritoras brasileiras: Clarice Lispector, Carolina de Jesus e Lygia Fagundes Telles.
+++ LEIA MAIS: Clássicos da literatura: 20 livros que você precisa conhecer
Descubra mais sobre a vida de algumas dessas escritoras mágicas:
Agatha Christie nasceu em 1890 no Reino Unido. Famosa por escrever ótimos suspenses sobre crimes e investigações policiais, não se encaixava na escola para meninas. Em 1917, aceitou um desafio da irmã sobre escrever uma história policial. Com isso, nasceu O Misterioso Caso de Styles, primeiro livro da autora.
+++ LEIA MAIS: Ficção, suspense, terror e muito mais: 15 livros em oferta para você aproveitar
Ao servir na Cruz Vermelha durante a Primeira Guerra Mundial, aprendeu muito sobre venenos e remédios, enriquecendo as histórias de assassinatos. O Assassinato no Expresso do Oriente é um de seus livros mais conhecidos e foi adaptado para o cinema e teatro.
A autora de Frankenstein nasceu em 1797 no Reino Unido. Mary Shelley escreveu uma das mais famosas histórias de terror quando tinha apenas 19 anos ao ser desafiada por Lord Byron.
A autora não tinha como escapar do destino de mulher à frente do tempo, pois, além de mostrar ideias avançadas à época, era filha de Mary Wollstonecraft, autora do primeiro tratado feminista da história. No entanto, faleceu de maneira trágica, apenas 11 dias após ter dado à luz a Shelley. A autora e o marido, Percy Bysshe Shelley, tiveram quatro filhos, porém, três deles tiveram morte precoce.
A escritora d'O Morro dos Ventos Uivantes, viveu apenas 30 anos, mas deixou um legado na literatura. Segunda filha mais velha entre as irmãs, Emily Brontë preferia viver de forma solitária. Em 1821, com a morte da mãe, ela e as irmãs foram morar em um colégio interno, onde eram castigadas com o frio e pouca alimentação.
+++ LEIA MAIS: Indicações do mês: 6 livros incríveis para ler no mês de março
Romancista e poetisa, muitas vezes escrevia sob o pseudônimo masculino, Ellis Bell. Entre suas peculiaridades, há a história de ter cauterizado o braço após ser mordida por um cachorro e aprender a língua alemã sozinha
Audre Lorde nasceu em Nova York e se considerava guerreira; feminista; negra; poeta e lésbica. Ajudou a fundar o Kitchen Table: Women of Color Press, periódico dedicado à notícias de mulheres negras. Um de seus atos mais importantes foi o trabalho militante com mulheres afro-alemãs em 1980.
A autora também escreveu obras de não-ficção, misturando ensaios e textos jornalísticos sobre sua experiência de vida. Contava sobre a infância até o diagnóstico de câncer de mama, causa de sua morte em 1992.
Virginia Woolf foi uma das criadoras da inclusão de pensamentos do narrador na hora de contar histórias. A escritora modernista não costumava frequentar a escola e foi educada em casa. Fundou a Hogarth Press com o marido, Leonard Woolf. Lá, divulgavam boa parte do trabalho.
+++ LEIA MAIS: Dia Internacional da Mulher: 6 livros que contam a história de cantoras inspiradoras
Sucesso de crítica, Woolf foi uma figura importante no feminismo de 1970 e participou de grupos neopagãos. Costumava buscar estilo de vida alternativo, prezando o contato com a natureza e, até mesmo, nudez em público. Em 1941, se matou por não receber tratamento para lidar com a doença mental.
+++ SIGA NOSSO SPOTIFY - conheça as melhores seleções musicais e novidades mais quentes
Brasileira, Carolina de Jesus teve a vida transformada após publicar Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada em 1960. Vivia na favela do Canindé, em São Paulo, e é considerada uma das primeiras escritoras negras do país. Com a primeira tiragem do livro, vendeu dez mil exemplares em uma semana. A obra foi um sucesso, e, até o momento, vendeu mais de um milhão de cópias em quatorze idiomas.
+++ LEIA MAIS: Música Brasileira: 10 livros e discos de vinil que vão te conquistar
Carolina também foi poetisa, compositora e mãe de três filhos. Segunda a autora, sempre recusou ser submissa a um homem.
Clarice Lispector nasceu em 1920 na Ucrânia, mas veio para o Brasil ainda pequena. Com romances importantes, é considerada uma das principais escritoras brasileiras do Século XX.
+++ LEIA MAIS: Centenário de Clarice Lispector: explore a bibliografia da autora
Iniciou no universo literário na tradução, para, depois, tornar-se escritora e jornalista. Lispector dominava ao menos sete idiomas e publicou o primeiro livro, Perto do Coração Selvagem, com apenas 24 anos, o qual recebeu o Prêmio Graça Aranha. Hora da Estrela, de 1977, foi sua última obra publicada em vida.
Conhecida como dama da literatura brasileira, Lygia Fagundes Telles nasceu em 1923 e explorou o universo feminino nas obras. Grande representante do movimento pós-modernismo, busca uma perspectiva atual para falar sobre adultério, drogas e amor.
+++ LEIA MAIS: Fantasia, horror e ficção científica: 13 livros que vão te conquistar
Publicou Porão e Sobrado, seu primeiro livro, com 15 anos. Hoje, com 97 anos, lança A Estrada. O conto estava perdido e, resgatado, será lançado primeira vez em livro. A obra aborda amores idealizados, incertezas e solidão.
+++ HUNGRIA HIP HOP | MELHORES DE TODOS OS TEMPOS EM 1 MINUTO | ROLLING STONE BRASIL