8 capitais brasileiras não estavam prontas para abertura do isolamento social, diz pesquisa da Oxford

O estudo apontou problemas na divulgação de informações sobre a doença e falhas nas políticas públicas do país

Redação

Publicado em 23/06/2020, às 09h38
Pessoas de máscara em fila (Foto: Chip Somodevilla / Equipe)
Pessoas de máscara em fila (Foto: Chip Somodevilla / Equipe)

Oito capitais brasileiras "não atenderam aos critérios da OMS, embora as políticas de resposta à covid-19 tenham reduzido a mobilidade", segundo um estudo da Universidade de Oxford repercutido pelo O Globo

Com base no levantamento da Fundação Getúlio Vargas sobre as medidas de proteção de cada estado brasileiro, uma pesquisa telefônica com mais de 1.600 cidadãos e dados de mobilidade de celulares, Beatriz Kira, autora e pesquisadora da Escola de Governo de Oxford, disse ao G1 que “as cidades não atingiram os critérios da OMS para que a flexibilização fosse feita de forma segura".

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Para os pesquisadores, um dos principais problemas está na disponibilidade de testes, pois 7% dos entrevistados tentaram realizá-lo, mas não conseguiram. Este cenário revela outro problema do país, a desigualdade social. 

"De fato, o único fator que previu significativamente a realização de um teste, no período anterior à pesquisa e enquanto a carga viral ainda era detectável, era ter uma renda mensal de pelo menos 10 salários mínimos."

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Além disso, a falta de informações sobre as medidas que devem ser tomadas após contrair o coronavírus ou entrar em contato com um infectado também são um dilema. Segundo o estudo, 95% dos cidadãos não sabem diferenciar a quarentena para não infectados e infectados, os quais devem se isolar totalmente. 

Por fim, Beatriz propõe um sistema de rastreamento eficaz e o aprimoramento das políticas públicas, como o distanciamento físico em locais de trabalho e a extensão do período de auxílio financeiro. 

Então, após analisar as medidas contra o coronavírus tomadas por 170 países, a Escola de Governo de Oxford concluiu que as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Fortaleza, Goiânia, Manaus e Porto Alegre não estavam prontas para abertura do isolamento social.


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