“Thom Yorke é um deus para mim”, afirmou o ator de Breaking Bad
Em Hellion, do diretor Kat Candler – uma extensão do curta de mesmo nome exibido no festival de Sundance em 2012 – Aaron Paul deixa de lado o atormentado Jesse Pinkman para interpretar o igualmente conturbado Hollis, um homem que recentemente perdeu a esposa e tem que cuidar dos dois filhos pequenos. Os garotos, fãs de heavy metal e motocross, são interpretados por Josh Wiggins e Deke Garner e passam a vandalizar e causar problemas em uma pequena cidade do Texas. Eventualmente, o serviço de assistência social passa a ser envolvido, e Hollis é forçado a lidar com a situação. O ator conversou com a Rolling Stone EUA durante o festival de Sundance.
Galeria: relembre momentos decisivos de Breaking Bad.
Depois de Breaking Bad, o que te atraiu nesse personagem?
Estou completamente apaixonado pela minha esposa. Não consigo imaginar perdê-la. É a pior coisa possível que posso imaginar. Então eu conseguia me colocar na posição de Hollis. Não podia esperar para me colocar na pele dele e sentir aquelas emoções. Eu sempre tendi a gravitar entre os personagens mais afetados porque assim acho que é a vida – você é o produto de seu ambiente e uma confusão de circunstâncias.
O que ocupou seu tempo enquanto não estava filmando?
Nós saímos. [O ator] Josh Wiggins tem um gosto incrível para música, não apenas com as coisas mais novas. Eu falava com as crianças da idade dele e citava “Beatles, Pink Floyd ou Led Zeppelin”. E eles não sabiam quem eram. Com Josh, eu disse “Radiohead”, e ele respondeu: “Sim”! E tudo o que pensava era “você é meu filho”.
Qual o seu disco favorito do Radiohead?
Gosto de The Bends. Este foi o primeiro disco que ouvi. In Rainbows me lembra de uma época específica da minha vida. Thom Yorke é um deus para mim.
A música nesse filme é emocional – realmente faz as cenas se encaminharem. O que você ouvia no set?
Kat fez uma playlist de heavy metal para os garotos, com Slayer, Toxic Holocaust e Metallica – todos os clássicos. Não ganhei um desses. Fiquei com inveja.
Tem muitas motocross neste filme. Você gostava disso quando era criança?
Eu cresci em Idaho, onde todos tinham grandes jardins. Meu amigo que vivia perto de casa tinha um jardim gigante e construímos uma rampa bem legal. Você já jogou Excitebike, aquele jogo velho da Nintendo onde você cria suas próprias rampas? Era nossa versão de Excitebike.
Você nunca sentia medo?
Eu queimei minha perna no escapamento uma vez. Foi bem legal – eu fiquei orgulhoso daquilo. Doeu na hora, mas eu pensava: “Hey garotas. Eu ando de moto, sim. Um acidente de moto, qual é?”
Quem resiste a um cara com uma motocross?
Disso que eu estou falando. Mulheres amam o perigo – elas amam garotos perigosos.
Como você celebrou o SAG Awards?
Estes prêmios são bem legais porque eles nos deram a maior despedida da história. A série acabou, mas estamos celebrando algo da qual estamos orgulhosos. E essas estátuas são pesadas. Pesam algo como 10 quilos.
Elas são as mais pesadas?
Ah, facilmente. Bryan [Cranston] tinha que carregar duas, então ficou suando durante toda a noite. Nós colocamos elas em um canto. Mas você queria segurar mais perto do seu peito. Foi uma noite que você podia carregar de um lado para o outro.
Como foi a festa?
No fim da noite eu me vi no quarto do hotel Four Seasons do Game of Thrones tendo um momento pessoal com Peter Dinklage até a madrugada. Ele é fenomenal. Você pode dizer que aquele grupo está tendo o melhor momento possível naquela série.
O que Dinklage te disse?
Ele dizia coisas como “eu amo o amor de vocês na série. É uma coisa tão rara”.
Você sente saudades de Jesse Pinkman?
Eu sempre vou sentir falta dele. Tive uma conexão muito pessoal com esse cara. Como atores, passamos por esses momentos, e ele é uma grande parte de mim. Eu amo Jesse e fico feliz que de alguma forma ele tenha ficado bem.