O ex-produtor acredita que o "trabalho promovendo mulheres foi esquecido" devido às acusações
Harvey Weinstein, ex-produtor cinematográfico de 67 anos e acusado de agressão sexual por mais de 80 mulheres, disse em entrevista ao Washington Post publicada nesta segunda, 16, que é, na verdade, feminista, e que fez “mais às mulheres do que qualquer [outra] pessoa” - mas isso foi “esquecido” desde que as indicações de agressão chegaram.
"Fiz mais filmes dirigidos por mulheres e sobre mulheres do que qualquer outro produtor, e isso foi há 30 anos. Não foi agora que é moda. Eu fiz isso antes, fui pioneiro", disse.
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"Meu trabalho [promovendo mulheres] foi esquecido. Eu quero que essa cidade me reconheça por quem eu era, não por quem eu me tornei", afirmou. Weinstein acredita que as acusações contra ele são consequência desse esquecimento, e sugeriu que as mais de 80 mulheres que o acusam de crimes sexuais promovem uma campanha de difamação organizada: "Foi uma grande operação."
Para provar seu ponto de vista, Weinstein argumentou que ninguém se lembra dos esforços dele - como por exemplo, para impulsionar a carreira de Gwyneth Paltrow: “Ela era a atriz mais bem paga em um filme independente. Mais bem paga do que todos os homens”, comentou, relembrando Shakespeare Apaixonado. Paltrow é uma das acusadoras do produtor.
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Weinstein também afirmou que merece crédito pela indicação ao Oscar de melhor atriz de Felicity Huffman em Transamerica (2005), pois ele a selecionou para o papel da transexual Sabrina Osbourne.
Em 6 de janeiro de 2020, Weinstein comparecerá ao seu julgamento em Nova York. Existe um acordo provisório para resolver as ações civis se o ex-produtor desembolsar cerca de US$ 25 milhões. Mas, caso seja condenado, pode pegar prisão perpétua.
A princípio, o julgamento aconteceria em setembro deste ano. No entanto, uma terceira mulher aceitou testemunhar contra ele, além das duas que já o acusam formalmente. Assim, o caso foi adiado para o início de 2020.
Harvey Weinstein é acusado por mais de 80 mulheres por assédio, estupro e/ou agressão. De acordo com a imprensa americana, cerca de 30 das supostas vítimas chegaram a um acordo financeiro com o ex-produtor e não devem seguir com as acusações caso a alternativa seja aceita pela Justiça.
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