Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

Horror teatral

Em São Paulo, Alice Cooper fez a festa com monstros, sangue falso e guilhotina

Por Paulo Cavalcanti Publicado em 03/06/2011, às 15h28

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Alice Cooper surgiu diante do público paulistano pontualmente às 22h - Thais Azevedo
Alice Cooper surgiu diante do público paulistano pontualmente às 22h - Thais Azevedo

Desde que veio ao Brasil em 1974, em uma apresentação que entrou para a história do showbusiness nacional, a relação de Alice Cooper com o país sempre foi intensa. Depois disso, o artista voltou várias vezes (a última, em 2008), e mesmo não sendo mais novidade, a presença de Cooper e seus asseclas é diversão garantida. Na noite de quinta, 2, no Credicard Hall, Cooper, que está na estrada com a turnê No More Mr. Nice Guy, teve casa cheia e público receptivo, constituído não só de velhos fãs, mas também de muita gente mais nova.

Precisamente às 22h, logo após uma declamação gravada do ator Vincent Price, Alice entrou ao som de "Black Widow", vestindo uma jaqueta imitando uma aranha. "Brutal Planet" foi a próxima. Ainda no maior pique, Alice emendou com uma sequência de grandes hits dos anos 70: "I'm Eighteen", "Under My Wheels", "Billion Dollar Babies" e "No More Mr. Nice Guy". De repente, Alice deu um salto no tempo e cantou "Hey Stoopid", que lançou em 1991. "Halo of Flies", lançada no álbum Killer, deu a chance para os músicos de Alice demonstrarem seu talento, com solos e improvisos. Isso também deu a Alice a chance de descansar um pouco e voltar com uma nova vestimenta. Ele retornou com "I'll Bite your Face Off" e "Muscle of Love", esta última a canção-título do álbum de 1973 e nome da turnê que trouxe o cantor ao Brasil naquele mesmo ano.

A seguir, veio a única balada do show: "Only Women Bleed", canção de 1975 que trouxe um novo público para Cooper e que foi diversas regravada. Neste momento, ele pegou um manequim feminino e encenou uma desajeitada dança e algumas situações românticas. Mas na canção seguinte, a pesada "Cold Ethyl", Cooper se sentiu a vontade para jogar no chão e chutar a boneca de plástico.

Em "Feed My Frankenstein", ele apareceu de avental, fantasiado de cientista louco. Depois de ser "eletrocutado", ele se transformou no monstro que dá nome à canção, um boneco gigantesco que mais parecia com os do carnaval de Pernambuco. "Poison" foi uma das mais bem recebidas, com o artista dizendo ao final que "nós todos somos veneno". Em "Wicked Young Man", ele veio vestido de militar. Ficou cantando e marchando até ser pego por roadies trajados de membros da SWAT. Eles o levaram até uma guilhotina e o cantor foi "decapitado", com um integrante de sua equipe exibindo orgulhoso uma cabeça de plástico ensanguentada à semelhança do roqueiro.

Depois de "morto", Alice Cooper reapareceu para encerrar o momento macabro cantando trechos de "Killer" e "I Love The Dead". A clássica "School's Out", um libelo de Cooper contra as autoridades, literalmente sacudiu o local, ainda mais quando o cantor emendou a canção com o refrão de "Another Brick in The Wall", do Pink Floyd. Para o bis, ele veio com a deliciosamente demagógica "Elected" (onde empunhou a bandeira do Brasil) e encerrou a bagunça com "Fire", clássico do The Jimi Hendrix Experience. Alice Cooper finaliza sua passagem pelo Brasil nesta sexta, 3, no Citibank Hall, Rio de Janeiro.