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Ator da novela Amor à Vida, Thalles Cabral lança EP com música em inglês

“Sempre fiz muito teatro e é a mesma ansiedade”, diz ator sobre a chegada do disco That's What We Were Made For

Pedro Antunes Publicado em 24/09/2013, às 18h08 - Atualizado em 25/09/2013, às 00h03

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Thalles Cabral - Divulgação
Thalles Cabral - Divulgação

“É como ganhar na loteria”, diz o jovem ator Thalles Cabral sobre estar na novela Amor à Vida, primeira dele, já no horário nobre da TV Globo, interpretando o filho dos atores Mateus Solano e Bárbara Paz. “Não que eu tenha ganhado na loteria, ou que as pessoas que eu conheça já tenham ganhado, mas dá para entender”. Ainda que a voz do outro lado da linha ainda dê sinais da adolescência recém-completada, as composições do ator agora se lança como cantor apresentam maturidade e temática incomuns para alguém de 19 anos.

As 100 capas publicadas pela Rolling Stone Brasil.

Ele lançou às 11h desta segunda-feira, 23, o primeiro EP That's What We Were Made For, um trabalho que nasceu despretensioso, dos momentos de solidão no quarto da casa onde mora em São Paulo – hoje, ele vive na ponta aérea entre a capital paulistana e o Rio de Janeiro, por conta das gravações. Em menos de 24 horas, o disco só com letras em inglês teve 4 mil downloads gratuitos na página oficial dele - para baixar, clique aqui.

A popularidade que veio da novela, é claro, ajudou a chegar a esses números expressivos, mas todo o projeto foi concebido e gerado sem alarde, garante ele. “Muitos dos meus amigos vão ouvir essas músicas pela primeira vez”, explicou ele.

A noite de domingo, 22, na véspera do lançamento, ele sentiu o mesmo frio no estômago que o atormenta a cada estreia no teatro. “Sempre fiz muita peça de teatro, desde pequeno, e é a mesma ansiedade. Quando fiz uma websérie, era uma tortura a cada lançamento de episódio”, conta ele.

As sete canções presentes no EP foram criadas por ele, em voz e violão, a partir de 2011. “Escrevia uma música e guardava em um pen-drive. No fim de um ano, percebi que já tinha 20 músicas espalhadas pelo quarto”, conta ele. “Mostrei para os meus pais e eles gostaram bastante. Minha mãe achou que era de alguma banda lá do exterior. Eu falei: ‘não, mãe, é que você me ouviu tocando as músicas o dia todo no quarto’”

Thalles decidiu gravar 12 das músicas, ainda somente com os arranjos simples do violão, para registrá-las. No estúdio Soulshine, o produtor Othon Ribeiro ouviu as gravações do garoto e propôs a criação do EP. Com Eduardo Malta, ele trabalhou nos arranjos. Agora, o pensamento já é no primeiro show. “Gostaria que fosse em um teatro, para eu trabalhar esse meu lado de intérprete”, diz o ator e músico.

A primeira música do trabalho divulgada antes do lançamento foi a cinza e melancólica “Everybody Dies”, que abre o EP (ouça no player abaixo). “Essa foi a última a entrar no EP”, conta ele. A canção foi composta no fim de 2012, quando as músicas criadas despretensiosamente já estavam ganhando arranjos para o disco. Construída por uma base de violão e um piano choroso, ela percorre questões existencialistas sobre vida e morte. “Você viveu ou apenas existiu?”, pergunta Thalles, em certo verso, em inglês. “É a mais melancólica do disco”, diz ele. “Depois, as faixas vão ficando mais solares”.

Ele disse que não se assustou com as composições terem surgido com traços melancólicos, talvez inspirado por Radiohead, uma das bandas que ele cita como referência e, inclusive, gravou um cover de “Creep”, que roda a internet. O mesmo acontece com “Feeling Bad”, segunda do disco, mais iluminada e turbulenta do que a anterior. “Recebi uma mensagem que define essa música: ‘o Thalles escreve triste, mas canta alegre’”, diz ele. “Eu acho que é isso, mesmo.”