O legista do Condado de Hennepin declarou oficialmente a morte como homicídio
O legista do Condado de Hennepin declarou a morte de George Floyd como homicídio. A causa de morte foi descrita como “parada cardiopulmonar que complica a força de subjugação, retenção e compreensão do pescoço pela lei”. O mesmo documento resume que a vítima sofreu “uma parada cardiopulmonar ao ser restringido por policiais”.
Ele também revela “outras condições significativas” que poderiam ter contribuído para a morte de Floyd, como doença cardíaca, intoxicação por fentanyl e uso recente de metanfetamina.
Uma autópsia independente solicitada pela família de Floyd descobriu que ele morreu de asfixia enquanto o policial Derek Chauvin, de Minneapolis, ajoelhou no pescoço dele, segundo o New York Times.
Os resultados da autópsia independente contrastam fortemente com as descobertas preliminares encontradas pelo escritório do legista do Condado de Hennepin. Aquele relatório, o qual foi incluído na denúncia feita contra Chauvin, na semana passada, afirma que a autópsia “revelou nenhum resultado físico que sustenta o diagnóstico de asfixia traumática ou estrangulamento”.
Ao invés disso, o documento declara que Floydmorreu de uma combinação de contenção, potencial existência de intoxicantes no sistema dele e condições de saúde implícitas, como doenças cardíacas e hipertensão.
A autópsia independente foi conduzida pela doutora Allecia M. Wilson da Universidade de Michigan e o doutor Michael Baden, um médico legista de Nova York que também realizou a autópsia independente de Jeffrey Epstein e testemunhou no julgamento de O.J. Simpson.
O exame deles também descobriram que Floyd morreu não só porque Chauvin manteve o joelho no pescoço dele, mas porque os outros policiais ajudaram a segurar ele no chão. Por um momento, o joelho de outro policial, pressionado contra as costas de Floyd, comprimiu os pulmões e dificultou a respiração dele.
Antonio Romanucci, advogado da família Floyd, disse: “O joelho no pescoço de George não foi a única coisa que causou a morte dele, mas o peso de outro policial nas costas dele, que não só impediram o fluxo de sangue para o cérebro, o fluxo de ar dos pulmões”.
Já Benjamin Crump, o advogado principal da família Floyd, dissem por meio do Star Tribune que uma autópsia independente foi requisitada porque a descoberta do médico legista “não aponta detalhadamente o efeito do uso proposital de força usado no pescoço do senhor Floyd e extensão do sofrimento dele nas mãos da polícia”.
Crump ainda falou que, de acordo com um relatório do EMT, os médicos checaram o pulso e deram um choque enquanto transportavam Floyd para o hospital, onde eles continuaram a ventilação mesmo sem pulso. Ele ainda argumentou que as evidências sugerem que Floyd morreu no local em que foi detido e não mais tarde naquela mesma noite.
“George morreu porque precisava respirar, uma corrente de ar”, disse Crump. “Para George Floyd, a ambulância foi o carro funerário dele… [Ele] estava vivendo, respirando, levando até nós vermos aqueles policiais contê-lo enquanto estava de bruços, com o joelho do policial Chauvin enfiado no pescoço dele por mais de oito minutos, quase nove minutos, e outro policial com os dois joelhos alojados nas costas dele. E os médicos explicarão o significado disso, como causa e forma da morte”
Crump e o doutor Baden dirigiram as primeiras descobertas do médico legista também. Crump disse que ele esperava que eles não “criassem uma narrativa falsa para o motivo da morte de George Floyd”, enquanto Baden disse: “A autópsia mostra que o senhor Floyd não teve nenhum problema médico implícito que causou ou contribuiu com a morte dele. Isso é comprovado com as informações fornecidas para o doutor Wilson e eu mesmo pela família”.
O relatório final do legista ainda não foi divulgado.
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Floyd morreu na última segunda-feira, 25, e, enquanto Chauvin e três outros policiais envolvidos no incidente foram demitidos no dia seguinte, Chauvin não foi apreendido até quatro dias depois.
Ele foi acusado de homicídio em terceiro grau e homicídio culposo. A morte de Floyd - junto com as mortes de Breonna Taylor e Ahmaud Arbery - iniciaram uma onda de protestos ao redor do mundo que buscam, mais uma vez, o fim da violência policial e maior responsabilidade na aplicação da lei.
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