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Backstreet Boys falam sobre paternidade em novas músicas

AJ McLean e Howie Dorough falam sobre o próximo disco do BSB, o primeiro desde o retorno de Kevin Richardson

STEVE BALTIN/ Tradução: LIGIA FONSECA Publicado em 15/05/2013, às 18h46 - Atualizado às 19h25

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Backstreet Boys - RCA/Divulgação
Backstreet Boys - RCA/Divulgação

Pela primeira vez desde que Kevin Richardson deixou o Backstreet Boys, em 2006, o grupo se reúne como um quinteto completo no novo disco, In a World Like This, com lançamento previsto para 30 de julho. É um grande momento para o grupo, que comemora seu 20º aniversário com uma turnê que começa em 2 de agosto em Chicago.

Os set lists dos shows estarão cheios dos hits favoritos dos fãs, e o grupo conta à Rolling Stone que tocará todos os sucessos dos últimos 20 anos. No entanto, quando chegou a hora de gravar um novo disco, os cinco queriam declarar sua independência e maturidade, tocando em assuntos como paternidade, já que quatro membros da banda têm filhos. As batidas e melodias sugerem a fórmula pop familiar do grupo em "Show 'Em What You're Made Of" e também aproveitam a moda dance atual em "In Your Arms."

AJ McLean e Howie Dorough estavam muito empolgados em falar sobre a viagem a Londres que moldou este álbum, relembrar coreografias antigas e como A Tribe Called Quest e Metallica ajudaram a influenciar o próximo documentário sobre os Backstreet Boys.

Falem sobre o processo de composição para este álbum. Foi diferente dos discos anteriores?

AJ McLean: Absolutamente. Desde que assumimos o controle criativo total, decidimos mudar o rumo do barco, e esse processo começou há quase um ano em Londres com Martin Terefe. Passamos três semanas lá morando juntos em uma casa, formando laços novamente. Kevin [Richardson] tinha acabado de voltar para o grupo, então estava meio que se reconectando com todos, e foi um processo criativo incrível. Provavelmente compusemos umas 22 músicas; nem todas foram gravadas, mas ficávamos escrevendo sem parar. Tínhamos quatro salas diferentes de composição funcionando todo dia, fazíamos um rodízio e entrávamos em cada uma.

[Escrevemos] o que estávamos sentindo no dia, ou sobre qualquer assunto que queríamos, e todo o disco meio que decolou a partir desse ponto, que foi o catalisador que nos levou a fazer dele um álbum muito pessoal. Duas ou três delas não foram composições nossas; todas as outras foram escritas por nós com outros compositores e produtores, e estamos muito empolgados em ter tanto controle criativo.

Howie Dorough: Neste álbum, o Kevin voltou e disse: "20 anos se passaram, nossas vidas mudaram – não só as nossas, mas as dos fãs também, e temos muito que falar: crescemos, nossos fãs cresceram. Agora, quatro de nós temos filhos, estamos casados, o Nick [Carter] está noivo, temos muito mais para falar”. E foi isso o que fizemos neste álbum: quando chegou a hora de compor, abordamos assuntos e realmente não colocamos nenhum limite ou fronteira quanto aonde ir com nossa música. Simplesmente enfrentamos o desafio, incluindo o de viajar para Londres em julho... Não morávamos juntos há 12 anos, mais ou menos, mas tivemos uma chance de nos conectar, falar livremente e escrever livremente sobre as coisas. Com certeza isso deixou o disco mais pessoal.

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Como as interações mudaram entre os cinco depois da separação?

Dorough: Quando Kevin saiu do grupo, há uns seis anos, tivemos de dar o nosso melhor para continuar. Relembrando, o Kevin sempre foi o líder, então quando chegou a hora de ficarmos sem ele, todos tivemos de trabalhar juntos. Isso deixou os quatro muito fortes, então, quando o Kevin voltou, tínhamos muito mais a dizer. Todos conhecemos não só o negócio, mas aprendemos a como montar um show excelente, bem maduro. Agora que o Kevin voltou, a dinâmica é diferente. Ele trabalha duro, é perfeccionista, mas os cinco são assim. Acho que aumentamos o nível em tudo o que fazemos.

Há momentos dos quais vocês se orgulham mais, do ponto de vista da composição?

Dorough: Quando fomos para Londres, não sabia bem o que esperar, porque estávamos os cinco em uma sala – a última vez em que fizemos isso, fomos para as Bahamas para o disco Black and Blue e foi ótimo, só que eu estava um pouco cético, porque, às vezes, quando há muitos cozinheiros na cozinha, há mãos demais na panela, muitas ideias ficam paradas e a criatividade não acontece. Para minha surpresa, saiu melhor do que eu esperava e a reação que estamos tendo me dá a certeza de que finalmente nos tornamos uma banda completa.

McLean: "Show Em What You're Made Of" é uma das minhas preferidas, eu e Kevin a escrevemos com Morgan [Reid] e Prophet, que são dois compositores e produtores maravilhosos. Kevin disse: "Por que não compomos algo sobre nossos filhos, ou uma música que seja um reforço positivo? Porque há muita negatividade no mundo, bullying. O mundo precisa de positividade". Não era só minha filha e o filho dele, mas todos os nossos filhos, e até filhos dos outros, e pais, mães, pessoas que são o tipo de gente que te estimula a mostrar o que você tem, dar o seu melhor. E essa música acabou sendo muito mais o que eu esperava dela. Virou uma faixa tremendamente emotiva e mal posso esperar para apresentá-la ao vivo, que é o que faremos na nossa turnê.

Nas músicas, ouvi uma forte tendência dance em algumas, mas uma delas soava bem rock. Em geral, elas soaram grandiosas. É um indicativo de todo o álbum?

McLean: É, todo o disco é bem diferente. Provavelmente há três ou quatro animadas, e o restante é midtempo. A faixa de Max, "In a World Like This", é bem consistente, e "Show Em What You're Made Of" é uma daquelas faixas épicas: ela me lembra uma música do U2 ou do Aerosmith. Está no mesmo nível, na minha opinião, da imensidão que foi "Incomplete". Aquela era uma grande balada rock e esta música vai bem por aí. Acabei de ouvi-la ao vivo, nas últimas duas semanas, nos ensaios, e ela é enorme, então espero que vire um single em algum momento.

Vocês veem isso como uma oportunidade de conquistar novos públicos?

McLean: Espero que sim. Obviamente, se as pessoas compram todo o álbum, escutam e ouvem músicas que não soam tipicamente como algo do Backstreet, podem estimular outras que não se assumiam fãs, que talvez não quisessem admitir isso ou tinham um marido ou irmão ou irmã que falava “O Backstreet Boys é uma droga, mas gosto desta música”. Definitivamente direcionamos esse disco para as massas e queríamos gravar o disco que não fosse só tipicamente Backstreet Boys para nossos fãs, mas atingisse o mundo lá fora e pessoas que não são fãs, ou que são fãs em potencial. Obviamente temos uma base incrível de fãs que está conosco há 20 anos e somos muito abençoados e gratos por isso, mas há muitas outras pessoas que queremos atingir, espero que esse álbum consiga isso.

Quais são algumas das favoritas do BSB que vocês esperam tocar ao vivo na turnê?

McLean: Montar o set list foi muito difícil e um processo longo para nós, porque há muitas músicas que não apresentamos há anos – na última turnê, fizemos um trecho de "We Got It Going On". Agora, tocamos a música inteira. Fazemos a coreografia original com algumas coisas novas. Estamos montando a coreografia antiga, coisas que as pessoas provavelmente não viam há 15 anos, do número do chapéu ao número com o microfone de "As Long As You Love Me". São coisas que vão fazer os fãs viajar ao passado, para a turnê de Backstreet's Back, o primeiro álbum. Então, teremos cinco músicas novas misturadas ali, o que meio que torna o show uma experiência nova, e o aspecto visual de toda a turnê será o mais atraente, porque somos só nós cinco; não temos uma banda. Visualmente, é o show mais irado que já vi. Todo o conteúdo de vídeo que temos vai te levar em uma jornada de 1h30, 1h45 que será um turbilhão. Também incluiremos todo single de sucesso que tivemos, com alguns toques diferentes. Não quero falar muito, mas haverá algumas surpresas, músicas que as pessoas não ouvem há muito tempo e, espero, ficarão empolgadas com isso.

Dorough: Este é nosso 20º aniversário e estamos todos reunidos. É um grande disco e turnê de retorno e vamos levar as pessoas por uma viagem ao passado, com todos os sucessos das últimas duas décadas. Montamos um ótimo show; temos alguns de nossos coreógrafos originais, Fatima Robinson e Rich+Tone, que trabalharam conosco no começo e, depois, com outros grandes artistas: Madonna, Usher, Black Eyed Peas, Cee Lo. Eles montam um excelente show [em que] podemos fazer alguns passos de dança nostálgicos e alguns característicos que nossos fãs reconhecem.

Vocês podem dar uma prévia do visual?

McLean: Uma parte dele é difícil de explicar, de verdade: tem muito visual eletrônico, muitas paisagens, mas, da forma em que nosso palco é montado, temos tantos telões que parece uma tela de cinema enorme. Toda a premissa do show é que queríamos escrever um roteiro e fazer dele um minifilme ou um espetáculo da Broadway. É bem teatral, diferente de qualquer turnê que já fizemos e o estamos levando à raiz de ser simplesmente sobre nós e nossa música. Acho que os fãs vão amar.

Voltando à composição, houve desafios nos quais vocês conseguiram se surpreender?

Dorough: Há uma música que não está no álbum, mas provavelmente entrará para a trilha sonora do documentário que estamos fazendo, chamado Home, e todos pegamos em instrumentos. Toquei o baixo e gravamos tocando os instrumentos, foi divertido. Os primeiros dias em Londres são algumas das lembranças que levarei comigo por muito, muito tempo.

A esta altura da carreira, qual foi o raciocínio por trás do documentário?

Dorough: Na verdade, falamos sobre fazer um documentário há muitos anos. Crescemos assistindo a muitos documentários excelentes e, há mais ou menos um ano, o Nick viu um sobre o A Tribe Called Quest, que realmente o inspirou. Depois, o Metallica fez um documentário extremamente legal também, e começamos a pensar: “Temos uma história. Muitos fãs sabem várias coisas, mas muitos deles não sabem muito sobre aspectos pessoais no início, de onde viemos, como é gravar um disco, a parte criativa disso, o lado bom e o ruim. Estamos saindo da zona de conforto ao não ter mais gravadora; estamos fazendo isso por conta própria. Tomamos muito mais decisões criativas e de negócios, então realmente queríamos mostrar a nossos fãs e realmente nos abrimos, e abordamos coisas que nem pensávamos que abordaríamos.

Fomos muito honestos quanto a este documentário e estou empolgado. Espero que ele fique pronto para o festival de cinema de Toronto e para Sundance, entre o final deste ano e o começo do próximo, depois faremos um lançamento em poucos cinemas, e depois DVDs para que todos os nossos fãs vejam. Temos um ótimo diretor, Stephen Kijak: ele fez Stones in Exile e ganhou alguns prêmios por isso, montou uma ótima equipe e fez com que fôssemos naturais diante da câmera. E estamos documentando tudo.