Os músicos precisaram “editar” o material para cumprir as exigências do órgão responsável pelas regulação das obras artísticas
A banda Blitz precisou riscar 30 mil discos de vinil para fugir da ditadura militar, em 1982. Os precursores do rock nacional estavam prontos para lançar o álbum de estreia As Aventuras da Blitz, mas tiveram as duas últimas músicas do álbum vetadas pelas autoridades.
Em 1968, os líderes militares instituíram o AI-5, o ato constitucional que permitiu o monitoramento e proibição de obras artísticas com conteúdo “inadequado” para a população brasileira consumir.]
Segundo o site da MTV Brasil, o DCDP - Divisão de Censura de Diversões Públicas, então, proibiu a veiculação das duas últimas músicas do disco, “Cruel Cruel Esquizofrenético Blues” e “Ela Quer Morar Comigo na La” por causa da da frase “ela diz que eu ando bundando”, a ambiguidade da palavra “peru” e a utilização de um palavrão nas letras.
Porém, a banda já havia produzido 30 mil cópias de discos de vinil, prontos para venda. No fim, a solução encontrada pelos músicos foi “editar” o próprio material manualmente e riscar todos os discos para cumprir a exigência do governo.
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Nesta mesma época, muitos outros artistas da música nacional foram alvo da censura, desde o MPB, como, por exemplo Caetano Veloso e Chico Buarque, até o rock, como Legião Urbana, Capital Inicial e Inocentes.
Mesmo após o início da redemocratização do país, o DCDP só extinto três anos depois do fim da ditadura militar, em 1988. Anos mais tarde, as músicas proibidas foram incluídas na reedição do disco em formato de CD.
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Relembre as canções “Cruel Cruel Esquizofrenético Blues” e “Ela Quer Morar Comigo na La”:
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