Com recorta e cola musical, grupo de Goiânia faz o público esquecer a chuva no Planeta Terra
As gotas de água caíam, mas nada parecia atrapalhar o pique da Banda Uó e de um público crescente no segundo show do palco indie do Planeta Terra 2013. Pelo contrário, elas pareciam sequer existir.
Entrevista: O trio Banda Uó, de Goiânia, transforma o tecnobrega em ritmo indie com letras sacanas.
Foi requebrando como as bandas de axé dos anos 90 que Mel Gonçalves, Davi Sabbag e Mateus Carrilho conseguiram animar o triste início de tarde do festival. E, ao fim, com 1h47 de apresentação, era difícil encontrar cabeças que não estivessem balançando (ou pulando) ao som do tecnobrega do trio.
Pontualmente às 15h, eles subiram ao palco Indie, o secundário, pela primeira vez na curta trajetória da banda acompanhados por bailarinos – a Uó foi criada em outubro de 2010. “Quem tá molhado aí?”, perguntou Davi. E a resposta foi geral. A banda abriu a apresentação com a animada “Vânia” e os dançarinos deram uma nova perspectiva para o já chacoalhante som do trio.
“Não Quero Saber” seguiu na mesma levada. As canções pegam emprestado toda a breguice dos cantores românticos como Odair José e Wando e seus corações partidos, buscam melodias de hits do pop e rock mundial e envelopam tudo com as batidas viciantes do tecnobrega. O recorta e cola musical funcionou muito melhor do que o esperado para o normalmente exigente público do Planeta Terra.
“I <3 Cafuçú”, “Búzios do Coração”, “O Gosto Amargo do Perfume”, o público estava ganho e a chuva, que ganhava força, já não importava mais.
O grande momento foi com “Rosa”, sucesso inspirado em “Last Nite”, dos Strokes, “Shake do Amor”, primeiro sucesso do trio, e “Malandro”. Para terminar, a banda mostrou “Faz Uó” com um remix de “Gangnam Style”, grande hit mudial do coreano Psy, e provou que eles mereciam mais tempo e um horário melhor. A Banda Uó fez o público requebrar com a “dança do cavalo” de Psy, no Jockey Club – não parece ter lugar mais adequado.