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Notícias / FESTIVAL

Batekoo adia edição de 2024 do festival: 'Falta de investimento'

'Quando foi que os projetos negros perderam a relevância cultural a ponto de não conseguirem nenhum apoio, muito menos um patrocínio?'

Foto: Divulgação/Jeff @caodenado
Foto: Divulgação/Jeff @caodenado

A organização do Festival BATEKOO anunciou nesta quinta, 31, o adiamento da edição de 2024 do festival, que aconteceria no dia no dia 23 de novembro em São Paulo e havia anunciado nomes como BK’, Karol Conká e Alaíde Costa no line-up. O cancelamento da edição se deu em função da falta de patrocínio.

"É muito bom falar de vitórias, mas também é muito importante falar sobre derrotas. O Festival da BATEKOO foi adiado por falta de patrocínio e tem sido frustrante trabalhar com cultura no Brasil. Sobretudo, se você é uma liderança negra. Se entregamos o mesmo (ou mais) em relevância, números e alcance, por que os festivais propostos por e para a comunidade negra do Brasil ainda estão sendo esquecidos nas decisões de grandes empresas em onde investir?" Reflete Maurício Sacramento, fundador e CEO da Batekoo.

Estamos em 2024 comemorando 10 anos de existência e de transformação em um movimento genuíno, diverso e que muda a vida de muita gente, e ainda assim, a gente se vê inseguro com o futuro constantemente. A construção de um festival é um trabalho árduo de um ano que se materializa em 1 dia, e ver essa comemoração sendo adiada é desmotivador, mas, a única certeza que temos é que não paramos por aqui. Contamos com a troca genuína que temos com nossa comunidade para passar por esse momento difícil.

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Artur Santoro, curador e sócio da Batekoo, afirma que "mais difícil é saber que, ainda hoje, existem marcas no Brasil que não cumprem nem 10% de pessoas negras em sua equipe, muito menos nas agências contratadas. [...] 90% dos contratos de marcas que a BATEKOO fechou foram encabeçados pelas poucas (e às vezes únicas) pessoas negras existentes na empresa."

“O pacto narcisístico da branquitude — mesmo que silencioso — pode até levantar a bandeira antirracista, mas não se reflete na hora de desenhar as verbas milionárias anuais. É importante dizer que neste ano a nossa régua de logos diminuiu lá pelos 70%. A pauta é nossa, mas também coletiva. Quando foi que os projetos negros perderam a relevância cultural a ponto de não conseguirem nenhum apoio, muito menos um patrocínio?”, finaliza. 

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