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Baterista do Black Sabbath coloca reunião em risco por causa de contrato

"Se eu assinar isso como está, perderei meus direitos, dignidade e respeito como músico de rock", afirmou Bill Ward em comunicado nesta quinta, 2

Andy Greene Publicado em 02/02/2012, às 17h42 - Atualizado às 18h47

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Black Sabbath - Foto: AP
Black Sabbath - Foto: AP

A reunião do Black Sabbath encontrou outro empecilho. No mês passado, o guitarrista Tony Iommi foi diagnosticado com linfoma, forçando a banda a mudar as seessões de gravação do novo álbum para Londres (é dito até que eles tiveream de cancelar uma apresentação no festival Coachella). Agora, o baterista Bill Ward publicou um longo comunicado, indicando que não irá participar da reunião a não ser que lhe seja apresentado um "contrato assinável", que "demonstre alguma dignidade e respeito comigo, como um integrante original da banda."

Leia textos das edições anteriores da Rolling Stone Brasil – na íntegra e gratuitamente!

Essa não é a primeira vez que Ward discute publicamente com os empresários do Black Sabbath. Em 2004, Sharon Osbourne anunciou que o baterista do Faith No More, Mike Bordin, o substituiria na turnê Ozzfest. "Eu recebi uma proposta que não me dava chance de negociações", disse ele, na época. "Foi um beco sem saída, na minha opinião, onde a única resposta era sim ou não". As duas partes, posteriormente, chegaram a um acordo antes da turnê e Ward participou.

Ward também iria tocar bateria na reunião dos integrantes do Black Sabbath (sem Ozzy Osbourne) na fase de Ronnie James Dio, sob o nome Heaven and Hell, em 2006. Ele recusou de última hora por razões desconhecidas. Vamos esperar que as duas partes possam se conciliar, desta vez.

Leia abaixo a íntegra do comunicado de Bill Ward:

Queridos fãs do Sabbath, amigos músicos e partes interessadas,

Neste momento, eu não gostaria de nada além de poder dar continuidade ao disco e à turnê do Black Sabbath. No entanto, não posso continuar, a não ser que seja feito um contrato “assinável”; um contrato que reflita um pouco de dignidade e respeito a mim, como membro original da banda. Ano passado, eu trabalhei de boa fé com Tony, Ozzy e Geezer. E em 11/11/11, novamente de boa fé, participei da coletiva de imprensa em Los Angeles. Alguns dias atrás, depois de quase um ano tentando negociar, outro contrato “não-assinável” foi entregue a mim.

Deixem-me dizer que embora isso tenha me deixado com o pé atrás, eu estou de malas prontas para deixar os Estados Unidos em direção à Inglaterra. Mais importante, eu definitivamente quero tocar no disco, e definitivamente quero sair em turnê com o Black Sabbath.

Desde a notícia da doença de Tony, e do entendimento de que a banda iria mudar a produção do álbum para o Reino Unido, eu passei cada dia pronto para partir. Isso envolve trabalho, e enquanto tentava descobrir o que estava acontecendo nas sessões de gravação, descobri que estava sendo ignorado (e, devo acrescentar, não pela primeira vez). Meu chute é que, a partir de hoje, eu não saberei de nada do que está acontecendo a não ser que assine o “contrato não-assinável”.

A posição na qual me encontro é solitária, porque por mais que eu queria tocar e participar, eu também preciso me posicionar e não assinar esse contrato. Se eu assinar do jeito que está, perco meus direitos, dignidade e respeito como um músico de rock. Eu acredito na liberdade e na liberdade de expressão. Eu cresci em uma banda de rock pesado/metal. Nós nos posicionávamos naquela época, e tocávamos com o coração e com sinceridade. Eu estou no espírito da integridade, distante da doença do corporativismo, sou real e sou honesto, justo e compassivo.

Se eu for substituído, tenho de encarar vocês, fãs do Sabbath. Espero que vocês não me culpem por um possível fracasso do Black Sabbath original, como foi divulgado. Sem mea Quero reafirmar a todos que a minha lealdade ao Sabbath está intacta.

Então aqui estou, deixo minha verdade com vocês. Estou pronto, caso eu receba um contrato “assinável”. Não quero desapontar ninguém, especialmente o Black Sabbath e todos os fãs. Vocês sabem que eu amo vocês. Seria um triste dia no rock se essa situação se confirme, pela vontade de poucos.

Minha posição não vem da ganância, eu não estou querendo uma “grande parte” do negócio (dinheiro), como se fosse uma chantagem. Gostaria de algo que reconheça e reflita as minhas contribuições à banda, incluindo as reuniões que começaram 14 anos atrás. Depois da última turnê, eu prometi não assinar um contrato irracional novamente. Quero um contrato que mostre algum respeito a mim e minha família, que honre tudo que eu trouxe ao Black Sabbath desde o início da banda.

É isso, por enquanto.

Amo cada um de vocês.

Bill Ward.