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As belas e feras vindas do frio

Crucified Barbara traz heavy metal sueco para turnê de cinco datas no Brasil

PEDRO ANTUNES, DE GOIÂNIA Publicado em 11/11/2012, às 13h36 - Atualizado às 14h13

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Crucified Barbara no Goiânia Noise - Roberta Nascimento / Divulgação
Crucified Barbara no Goiânia Noise - Roberta Nascimento / Divulgação

“Não se preocupe com a maquiagem, nós vamos estragar tudo no palco daqui a pouco”, diz Ida Evileye (à direita na foto) à reportagem da Rolling Stone Brasil minutos antes da estonteante apresentação do quarteto Crucified Barbara no encerramento da segunda noite do festival Goiânia Noise. A garoa começa a cair (de novo) em Goiânia e Ida (baixo) e Klara Force (guitarra base) se dizem impressionadas com a arquitetura exterior do Centro Cultural Oscar Niemeyer, criado pelo arquiteto que dá nome ao espaço. “Isso é lindo”, diz Klara (à esquerda na foto). “Na Suécia não temos festivais assim, independentes e grandes. Lá, para ganhar essas proporções, eles precisam ser muito comerciais. Somos de um país muito pequeno, com 9 milhões de pessoas”, completa guitarrista.

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A banda fez sua estreia no território nacional nesta sábado, 10, com o show de encerramento do segundo dia do Goiânia Noise. Mas a estadia por aqui ainda vai contar com mais quatro apresentações, em Brasília (na Arena Futebol Clube, neste domingo, 11), Florianópolis (Célula Cultural, dia 14), São Paulo (Inferno, 15), Maceió (Jaraguá Club, 17) e Porto Alegre (Beco 203, 18). “Ouvimos muitas coisas boas da América do Sul e do Brasil, é claro”, diz Ida, que continua: “Vocês têm uma cena de metal muito boa aqui. Acho interessante como tem gente conectada com música, tem um público muito energético”. Klara, brincalhona, ainda zomba da má fama do público do seu próprio país. “Comparado com a Suécia, qualquer plateia pode ser mais energética, vamos ser honestos”, diz, rindo bastante.

Público difícil, contudo, não é problema para o quarteto sueco, depois de 20 shows de abertura para o Motörhead, no Reino Unido, em 2006, assim que lançaram seu álbum de estreia In Distortion We Trust. Klara conta que, na ocasião, elas ficaram assustadas com a possibilidade de uma recepção nada calorosa por parte do público britânico. “Estávamos assustadas porque ouvíamos muitas coisas sobre o pessoal de lá quando eles não gostam do som da banda. Eles podem ser bem maldosos. Pensamos: ‘vão jogar tomates'. “Mas foi muito bom fazer essa turnê com eles, aprendemos muito e eles tratam as bandas de abertura de uma forma muito boa. São, inclusive, conhecidos por isso”, diz a guitarrista, tecendo elogios a Lemmy e companhia.

Elas mesmas admitem que muito do medo vinha exatamente da crueza da banda, cujas músicas, logo no início, no começo dos anos 2000, possuíam pouca complexidade. “Era um grunge punk”, diz Ida. A sonoridade, contudo, foi ganhando forma com o passar dos anos e o grupo chega ao Brasil com um terceiro disco debaixo dos braços, The Midnight Chase, lançado em maio deste ano. “É o melhor que já fizemos. Normalmente, nós ouvíamos o álbum e pensávamos que poderíamos mudar algumas coisas”, diz Klara. Ida continua: “Ainda assim, a pressão é a mesma. Não importa se é o primeiro, terceiro ou décimo disco”.

Depois de passar como uma avalanche pela desconfiança dos marmanjos mais machistas com riffs violentos e a potente voz de Mia Coldheart (a única morena do grupo), as garotas já podem relaxar e aproveitar a vida de rockstars. “É o momento em que estamos mais confiantes e provamos que não somos um one-hit wonder”, explica Klara.