Premiação, voltada à comunidade afro-americana, teve Janet e Joe Jackson; Jamie Foxx, o mestre-de-cerimônias, incorporou o rei do pop em "Beat It"
Integrantes da família Jackson presentes e uma tentativa de fazer o moonwalk por parte de Jamie Foxx oferecem uma boa síntese da edição anual do BET Awards. Criada em 2001 pela cadeia Black Entertainment Television e voltada à comunidade afro-americana, a premiação aconteceu no domingo, 28, prestando homenagem a Michael Jackson, morto três dias antes.
Do começo ao fim, dominou o clima de tributo ao Rei do Pop. Foxx, apresentador da cerimônia, apareceu caracterizado como Jackson logo nos primeiros minutos. Vestido à imagem e semelhança do cantor - casaco de couro vermelho e luva branca -, ele cantou o hit "Beat It" e se arriscou no "moonwalk" (assista aqui), o ilustre passo de dança apresentado pela primeira vez na TV, a 50 milhões de norte-americanos, no 25° aniversário da gravadora Motown, em 1983.
"Não há motivo para tristeza. Queremos celebrar este homem negro. Ele pertence a nós, e nós o compartilhamos com o mundo", disse o mestre-de-cerimônias, de acordo com a agência de notícias Reuters.
Beyoncé também rendeu homenagem ao cantor de "Thriller". Em um vestido branco, cantou uma versão de "Ave Maria". Escolhida, mais adiante, como melhor cantora (ela ganharia, ainda, na categoria de melhor vídeo, com "Single Ladies"), ela levantou o troféu ao alto e o dedicou ao músico. "Isto é para você, Michael Jackson."
A primeira aparição pública de Janet Jackson, irmã de Michael, e Joe Jackson, o pai, polarizou atenções. Janet subiu ao palco para agradecer a homenagem, com voz descrita pela imprensa internacional como à beira do choro. "Para vocês, Michael é um ícone. Para nós, Michael é família, e ele viverá para sempre em nossos corações."
Em seguida, Foxx voltou ao palco, acompanhado por Ne-Yo (eleito melhor cantor na noite). Juntos, eles cantaram um dueto de "I'll Be There", hit do Jackson 5, enquanto imagens do ídolo apareciam atrás deles, em um telão gigante.
Joe Jackson - que nas biografias do clã Jackson costuma aparecer como "vilão", sendo frequentemente descrito como dominador - se sentou à primeira fila. No tapete vermelho (pelo qual atravessou ao lado do advogado da família, Londell McMillan), à rede norte-americana CNN, ele declarou ter "muitas preocupações" sobre as circunstâncias da morte do filho, aos 50 anos, em Los Angeles. "Não posso entrar em detalhes, mas não gosto do que aconteceu."
Enquanto percorria o caminho até a entrada no Auditório Shrine, em Los Angeles, o patriarca do Jackson 5 posou para convidados da cerimônia (alguns usavam luvas brancas; outros, camisas com imagens de Michael). "Gostaria que o mundo tivesse o reconhecido enquanto vivo", disse Joe. "Agora, ele é maior do que nunca. (...) Tem sido duro. Acabamos de perder a maior estrela, a maior superestrela, do mundo."
Antes da cerimônia, Sean "Diddy" Combs, que um dia após a morte de Jackson pôs para download gratuito faixa em tributo a Jackson (em parceria com The Game, Chris Brown, Usher e outros) afirmou que, sem Michael, o presidente dos EUA, Barack Obama, talvez não tivesse chegado tão longe. "[Ele] é um dos nossos heróis. Como afro-americanos, não deixaremos que todos o coloquem para baixo."
Confira a lista de vencedores do BET Awards aqui.