Sendo a primeira artista deste milênio a conquistar o topo das paradas, Eilish conta, em entrevista, sobre as suas inseguranças e o sucesso estrondoso do seu disco de estreia
Billie Eilish, o novo fenômeno global do pop, que segundo o jornal Destak, estará presente na próxima edição do Lollapalooza Brasil em 2020, estreou na capa da Rolling Stone EUA.
Na entrevista, a adolescente, nascida em 2001, é a única artista deste milênio a liderar o topo das paradas norte-americado de vendas com o seu disco de estreia When We All Fall Asleep, Where Do We Go?.
Na semana em que o estrondoso sucesso saiu, Eilish teve 14 músicas Top 100 da Billboard e até o momento, o disco já passou de 2 bilhões de plays nas plataformas de streaming.
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Com apenas 17 anos, e ao lado de seu irmão, Finneas, responsável por produzir as suas composições, Eilish ultrapassou as barreiras das superproduções, transita entre estilos musicais - rap, o grunge, a balada gótica, funde todo esse "barulho" de maneira efetiva e sussurra nos nossos ouvidos os seus pesadelos eletrônicos com os hits "Bad Guy" e "Bury a Friend".
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No fim, temos uma trilha sonora perfeita para uma geração que enfrenta meia dúzia de crises existenciais antes da vida adulta. Mas, Eilish também é brincalhona, vulnerável, melancólica - em outras palavras, uma adolescente.
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Na conversa com Josh Eells, ela conta que desde que a sua carreira decolou, seus pesadelos ficaram muito mais intensos. "Eu realmente tive que parar de assistir filmes de terror, porque tudo começou a me assustar", diz ela. "Eu vi criaturas fora das minhas janelas. Eu tive paralisia do sono. A vida real é muito assustadora."
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Eilish sempre foi uma garota sensível com muita ansiedade. Ela dormiu na cama dos pais até os 10 anos. Recentemente, a casa de sua família apareceu na Internet e fez com que alguns fãs aparacessem na sua porta. Durante alguns dias, um segurança teve que dormir na sua sala, o que traumatizou a adolescente. "Já não me sinto segura na minha própria casa, o que é horrível, porque eu adoro aqui", conta.
"Eu amei a atenção toda a minha vida", continua Eilish, "mas não acho saibam o que realmente é a fama. Porque se eu quisesse ser famosa - não seria desse jeito."
Eilish explicou que quando a equipe da Rolling Stone EUA foi até à sua casa, ela tinha muito mais dificuldades do que deixava transparecer. "Eu estou bem agora", conta. "Mas essa foi uma das semanas mais difíceis que eu já tive". A cantora diz que nunca teve com frequência ataques de pânico ou crises de ansiedade. "Eu tenho muitos problemas, não esses, mas naquela semana, eu tive ataque de pânico por algumas noites. Foi tudo muito ruim", desabafa.
Com shows marcados para todo o mundo até o ano que vem, ela geralmente sente isso antes de uma turnê, mas que "nunca foi tão ruim assim".
"Toda vez que eu estava sozinha, eu desmoronava", conta. "Chegou a um ponto em que meu amigo dizia: 'Estou indo para casa, vejo você' e tinha esse sentimento no estômago como se tivesse uma faca sendo girada em mim. Me senti muito insegura comigo mesma por um tempo."
Eilish tentou ver um terapeuta algumas vezes em 2018. "Eu não queria conselhos, porque eu não vou aceitar de qualquer maneira. Eu só queria ser ouvida."
No final, depois de toda a turbulência do período, ela sabe o quão incrível é tudo que tem feito. "Eu tenho um trabalho maravilhoso, cara. Eu realmente faço isso. As coisas que consegui fazer na minha carreira foram inacreditáveis. Você acredita que isso é real?"
Durante a entrevista, ela pega o telefone e mostra uma foto da multidão em seu show em Portland com 20.000 fãs gritando e diz: "Você está brincando comigo? É isso o que eu faço? Então eu amo isso."
Seja o cenário ou a multidão, mas toda a vibração é muito mágica e Eilish também sente isso. No encerramento do show, ela se torna sincera. "Eu só quero agradecer a vocês", diz ela. "Esta foi uma das experiências mais bonitas que já experimentei. Eu continuo querendo chorar, mas isso é burro. Eu vou chorar depois."