Em entrevista à Rolling Stone EUA, Billie Eilish comentou como emergiu das dores de uma depressão profunda, descrita como 'mais real do que nunca'
Uma das cantoras de maior sucesso da atualidade, vencedora do Grammy e responsável por hits como "What Was I Made For?" e "Happier Than Ever," Billie Eilish revelou como enfrenta diversos problemas com saúde mental.
Durante entrevista para capa da Rolling Stone EUA, para falar sobre o terceiro disco de estúdio, intitulado Hit Me Hard and Soft, a artista relembrou como essas dificuldades surgiram em um momento no qual ela lutava com alguns dos lados mais feios e angustiantes da fama e buscou refúgio em casa. Em determinado momento escreveu no diário, em letras maiúsculas: "Eu sei que tenho sorte, mas estou tão infeliz."
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"Em toda a minha vida, nunca fui uma pessoa feliz, de verdade. Tenho sido uma pessoa alegre, mas não uma pessoa feliz. Sinto alegria e risos e consigo me divertir nas coisas, mas sou uma pessoa deprimida," afirmou. "Sofri com muita depressão durante toda a minha vida. Quando coisas acontecem em minha alma, ou algo assim, a coisa que sempre mantive foi: ‘Bem, isso vai passar. Virá em ondas, piorará e melhorará.’ E isso sempre me trouxe conforto. Desta vez, literalmente pensei: ‘Eu não me importo. Eu nem quero que melhore.’"
Em seguida, a artista explicou como a família e melhor amiga de infância a ajudaram a se manter bem durante esse período. Para se ajudar a superar isso, ela ficou determinada a sair mais de casa e tentar viver uma vida o mais normal possível, seja ao fazer compras, ler livros ou comprar Chipotle.
"Tenho medo. Por uma boa razão. Tenho medo das pessoas, tenho medo do mundo. É simplesmente assustador para alguém como eu, e mesmo que não seja assustador, significa estar ligado e vulnerável e ser visto e filmado e tudo mais," disse. "Com tudo isso em mente, tenho optado por fazer o que mais me assusta. Enfrento a situação e existo no mundo pela primeira vez."
Embora Billie Eilish seja franca sobre as lutas com a saúde mental, ela diz que é inflexível em não querer ser vista como uma espécie de porta-voz: "Acho muito estranho quando você está no meio de algo e alguém lhe pede para ser o defensor daquilo que você faz."
Eu entendo que é importante, e entendo que é uma epidemia e precisa ser comentada, mas não quero ser um modelo para a depressão. O que acontece quando eu faço alguma merda que vocês não vão gostar?
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