“Esse tipo de coisa é o dejeto do mercado musical”, diz o vocalista e guitarrista. “É puro consumismo”
O ano passado marcou o 20º aniversário de Mellon Collie and the Infinite Sadness, do Smashing Pumpkins, mas a banda preferiu não comemorar a ocasião nem com um relançamento nem com uma turnê tocando o álbum duplo na íntegra.
“A ideia de tocar um álbum que nunca foi feito para ser tocado ao vivo em sequência é puro consumismo”, diz Billy Corgan à Rolling Stone EUA. “Esse tipo de coisa é o dejeto do mercado musical. Acho difícil acreditar que todo mundo que faz isso realmente queria fazer isso.”
Mas isto não significa que ele não gosta do disco. “Tenho orgulho de ter feito um álbum com esta importância”, diz Corgan. “Os millennials amam Siamese Dream. Quem diria, quer dizer, ninguém é mais duro com os millennials que eu. Mas eles amam Siamese Dream? Bacana!”
“Mas eu não vou sair e fazer isso [tocar discos na íntegra] só para conseguir alguma atenção, a qual eu sinto que ainda não se foi”, acrescentou. “Ainda tenho luz nos olhos. Continuo mais do que capacitado de produzir novos trabalhos. Compus uma música nova hoje de manhã e é isso que estou fazendo.”
O costume de tocar um disco completo começou em 1998, quando o Cheap Trick apresentou os álbuns deles dos anos 1970 em uma vastamente aclamada turnê. Brian Wilson fez o mesmo com a excursão de Pet Sounds em 2000 e, desde então, quase todo mundo – de Liz Phair a Devo, passando pelo Pixies e até Bruce Springsteen – já fez isso.
“Acho que [esta fórmula] já se esgotou”, diz Corgan. “Acho que os fãs já passaram a ficar completamente entediados com isso, é o melhor que posso dizer. Não vejo tanto isso quanto acontecia uns dois anos atrás.”
O Smashing Pumpkins retornará à estrada em 22 de março, quando eles darão início à turnê In Plainsong, na qual tocam versões reduzidas (e, muitas vezes, acústicas) de faixas de todo o catálogo da banda em teatros dos Estados Unidos.