Aguardado filme relembra a vida do vocalista do Queen
Finalmente o grande publico vai poder assistir a Bohemian Rhapsody, a biografia cinematográfica de Freddie Mercury. Dirigido por Bryan Singer, o filme é um revigorante tributo ao lendário cantor falecido em 24 de novembro de 1991 de pneumonia, em decorrência do vírus da AIDS. A linha do tempo do filme vai de 1970, quando Freddie era conhecido por seu nome verdadeiro Farrokh Bulsara e trabalhava no aeroporto de Heathrow, em Londres, e vai até a perfomance do Queen no Live Aid, ocorrida no Estádio de Wembley no dia de 13 julho de 1985. No meio disto, presenciamos a formação do Queen, o sucesso mundial do quarteto e todos os meandros da fabulosa vida de Mercury.
Bohemian Rhapsody é uma biografia convencional, sem muitas inovações estilísticas. A idéia dos produtores era contar de forma didática, mas com emoção, como Mercury e sua banda se sobressaíram e tudo mais o que aconteceu em torno disso. A narrativa é muito rápida, mas que ninguém reclame: está praticamente tudo lá, e contado de forma correta. O diretor Synger, para avançar a narrativa, tomou algumas liberdades em relação a linha do tempo da carreira da banda, mas isto no geral não incomoda.
O norte-americano Rami Malek está excepcional como Freddie Mercury. Ele se preparou intensamente para o papel e no final deu tudo deu muito certo: muitas vezes, até parece que estamos vendo o fantasma do cantor. Claro, Mercury era o tipo de personalidade maior do que a vida, mas o ator consegue fazer justiça ao astro sem cair na mera imitação ou paródia. O artista também era uma pessoa que resguardava a sua privacidade de um jeito feroz. Assim, o filme é bem respeitoso. O longa se atém aos fatos e não faz sensacionalismo com as opções sexuais de Mercury. Também não existe moralismo em relação a forma que ele se comportava fora do palco.
A reconstituição de época é fabulosa; Bohemian Rhapsody marca um sensacional retorno às décadas de 1970 e 1980. A trilha sonora resgata todos grandes sucessos do Queen e o filme mostra como vários deles foram criados. Malek é incrível, mas os atores que vivem os outros integrantes do Queen também se sobressaem. Lucy Boynton é adorável e confiável como Mary Austin, namorada e confidente de Mercury. Como curiosidade, o filme ainda tem a participação de Mike Myers (da franquia Austin Powers) vivendo um executivo da EMI, a gravadora pela qual o Queen gravava seus discos.
A produção inteira possui méritos, mas o final é simplesmente acachapante, já que recria o mega concerto Live Aid. Foi um momento definidor. O Queen estava há um bom tempo separado, já que Mercury buscava uma carreira solo. No último momento, a banda aceitou tocar, mesmo sabendo que teria como competidores U2, David Bowie, The Who, Led Zeppelin, Paul McCartney, Phil Collins e muitas outras lendas. Mas o Queen roubou a cena – até hoje, a performance deles é um dos momentos mais icônicos da história do rock. Na recriação, Malek deu tudo, e um pouco mais. Na conclusão, quando a banda executa na tela grande “We are The The Champions”, certamente vai ter muita gente chorando, cantando e se abraçando na platéia.