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Bolsonaro defende o trabalho infantil: ‘Menor pode cheirar um paralelepípedo de crack, menos trabalhar’

O presidente da República ainda se referiu ao período em que menores de idade podiam trabalhar como “bons tempos”

Redação Publicado em 27/08/2020, às 09h12

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Presidente Jair Bolsonaro (foto: Andressa Anholete/ Getty Images)
Presidente Jair Bolsonaro (foto: Andressa Anholete/ Getty Images)

Para Jair Bolsonaro, hoje em dia, as crianças e os adolescentes podem “fazer de tudo”, até “cheirar um paralelepípedo de crack”, “menos trabalhar”. A declaração do presidente da República em defesa do trabalho infantil foi feita durante a inauguração do congresso nacional da Abrasel - Associação Brasileira de Bares e Restaurantes na última terça-feira, 25.

De acordo com informações do O Globo, Bolsonaro contou que o primeiro emprego dele não foi com carteira assinada, pois tinha 10 anos. Foi o pai, Geraldo Bolsonaro, que “botou” ele para trabalhar em um bar, na cidade de Sete Barras, no interior do estado de São Paulo. 

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“E vou dizer uma coisa para os senhores: meu primeiro emprego, sem carteira assinada, obviamente, eu tinha 10 anos de idade. Foi no bar do seu Ricardo, em Sete Barras, no Vale do Ribeira [em São Paulo].”

O presidente completou: “Eu estudava de manhã e à tarde, lá para as duas da tarde, ia até umas seis, sete da noite. Ele tinha pouca gente no bar, a galera que gosta de uma birita chega um pouquinho mais tarde, né? E eu trabalhava ali com ele porque meu pai me botou lá”.

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Vale lembrar que o ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe o trabalho de menores de catorze anos - com exceção da condição de menor aprendiz - desde 1990. E, em 2019, Bolsonaro afirmou que “o ECA tem que ser rasgado e jogado na latrina”, porque é “um estímulo à vagabundagem e à malandragem infantil”. 

Ainda no discurso de abertura da Abrasel, o presidente da República - que já afirmou anteriormente que não foi “prejudicado em nada” por colher milhos “aos nove, dez anos” - se referiu ao período em que os menores de idades podiam trabalhar como “bons tempos”. 

“E, bons tempos, né? Onde menor podia trabalhar. Hoje, ele pode fazer tudo, menos trabalhar, inclusive cheirar um paralelepípedo de crack, sem problema nenhum.”


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