Após discursar na ONU nesta manhã de terça, 21, Jair Bolsonaro cancelou entrevista que daria ao site de notícias da instituição em NY
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desmarcou a entrevista que daria à ONU News, site da organização, nesta terça, 21 de setembro, após pronunciamento na Assembleia-Geral em Nova York. No mesmo dia pela manhã, ele fez um discurso na abertura do evento, no qual relatou uma visão distorcida da situação do Brasil. (via Folha de S. Paulo)
Após se pronunciar, Bolsonaro deixou a sede da ONU e não compareceu à entrevista marcada com a equipe das Nações Unidas. Essa não foi a primeira vez em que o presidente evitou a imprensa desde que chegou aos EUA, no último domingo, 19 de setembro. Até a manhã desta terça, ele não parou em nenhum momento durante a viagem para falar com jornalistas.
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Bolsonaro apenas deu declarações isoladas, como afirmando em tom de ironia que o discurso seria em braile e publicando um vídeo no Facebook no qual criticou um pequeno protesto contra ele que aconteceu em frente à residência da missão brasileira junto à ONU, na última segunda, 20 de setembro.
O presidente não teve muitos compromissos oficiais durante a viagem além da Assembleia. Ele teve um encontro com o premiê britânico, Boris Johnson, depois com presidente polonês, Andrzej Duda e o secretário-geral da ONU, António Guterres.
Devido ao cancelamento da entrevista na ONU News, o presidente ficou sem agenda oficial em Nova York para o restante do dia e aproveitou o tempo livre para visitar o memorial do 11 de setembro, ao lado da esposa Michelle Bolsonaro. A comitiva presidencial retornará ao Brasil às 22h (horário de Brasília) com possibilidade de adiantamento do voo.
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As informações são da Folha de S. Paulo.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez o discurso de abertura da 76ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nesta terça, 21. Ao longo da fala, o chefe de Estado brasileiro disse falsamente que o governo ofereceu um auxílio emergencial de US$ 800 (equivalente a R$ 4.265, segundo cotação do dólar desta terça, 21) para atender os que foram “obrigados a ficar em casa” por prefeitos e governadores.
No início da fala, o presidente afirmou que a “ameaça do socialismo” foi afastada desde que assumiu a presidência do país. Bolsonaro também disse que a imagem do Brasil perante o mundo foi “recuperada”, apesar de o governo brasileiro ser alvo de diversas críticas e denúncias ao redor do mundo.
O presidente ainda mentiu ao falar que houve 32% de redução no desmatamento da Amazônia em agosto, em relação ao mesmo mês de 2020. No entanto, segundo dados do Imazon, houve aumento de 7% - número recorde desde 2012.
Sobre medidas para conter a pandemia do coronavírus, Bolsonaro defendeu o tratamento precoce, sem eficácia comprovada contra a covid-19, admitindo ter se tratado com os remédios: “Fiz tratamento inicial [contra a covid]. Nosso governo é contra a vacinação obrigatória. Não entendemos porquê muitos países se posicionaram contra o tratamento inicial.”
Bolsonaro terminou o discurso ao afirmar que o Brasil recuperou a credibilidade perante o mundo, e tem uma política externa séria e responsável.