O presidente Jair Bolsonaro entrou na lista da ONG Repórteres Sem Fronteiras, que classifica chefes de Estado "predadores" da liberdade de imprensa
Jair Bolsonaro (sem partido) entrou, pela primeira vez, na lista predadores da liberdade de imprensa’, desenvolvida pela ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF). Divulgada nesta segunda, 5, a edição contém 37 chefes de Estado que representam uma ameaça à liberdade de imprensa.
Conforme publicado pelo Correio Braziliense, cada “predador” (ou chefe de Estado) ganha um perfil no qual a ONG explica os motivos para ser incluído na lista. Para o texto de Bolsonaro, escreve-se que o presidente usa "insulto, humilhação e ameaças vulgares" como "modo de predação", e que dificulta o trabalho da imprensa desde o início do mandato.
A lista também menciona o uso de redes sociais para espalhar fake news e ataques à mídia: “Nas redes sociais, exércitos de apoiadores e robôs retransmitem e amplificam os ataques que visam desacreditar a imprensa, apresentada como inimiga do Estado.”
Ainda, o texto fala sobre o principal alvo desses ataques contra a imprensa: mulheres jornalistas, analistas políticos e profissionais da rede Globo: "Ataques sexistas e misóginos contra jornalistas mulheres também são um forte marcador do bolsonarismo."
Inclusive, o dia 21 de junho foi marcado por mais um ataque a uma jornalista. Bolsonaro mandou a repórter Laurene Santos calar a boca após ser questionado sobre não usar máscara. Confira o vídeo abaixo:
Sem equilíbrio psicológico, Bolsonaro sentiu a força das ruas, está acuado e desesperado. Ataca Globo, tira máscara, berra com repórter....Ele sabe que a #CPIdaCovid chegou no mandante e não terá volta! #JAILBolsonaropic.twitter.com/KsihU55T0l
— Rogério Carvalho 🇧🇷🏴 (@SenadorRogerio) June 21, 2021
Na lista divulgada nesta segunda, 5, 17 novos chefes de Estado foram adicionados, totalizando 37 predadores. Entre os que fazem parte do documento estão o presidente sírio Bashar Al-Assad, o presidente da Rússia Vladimir Putin e o presidente de Cuba Miguel Diaz-Canel.
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A publicação explica que cada chefe de Estado tem uma maneira própria de atacar à imprensa: "Alguns fazem com que reine o terror, com ordens irracionais e paranoicas; outros estão implementando estratégias muito estruturadas com base em leis liberticidas. O desafio é fazer com que hoje esses predadores paguem o preço mais alto possível por essa repressão. Não deixemos que sua maneira de agir se torne 'o novo normal.'"
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